Uma Igreja Sem Placa

Descrição das Assembleias que se congregam no Nome do Senhor Jesus na condição de membros do corpo de Cristo ( e não de uma denominação). Crendo que “a igreja do Deus vivo” foi formada pelo Espírito de Deus e consiste num único corpo, composto por todos os crentes em Cristo – que nasceram de novo e nos quais habita o Espírito Santo – estes congregam-se em seus respectivos lugares simplesmente na condição de membros desse “um só corpo” que há (I Tm 3:15; Rm 12:5; I Cor 12:12-13; Ef 4:4).

O Espírito de Deus é reconhecido como o presidente e guia legítimo na Igreja, e a Bíblia é considerada como guia e autoridade plenamente suficiente e divinamente inspirada (II Tm 3:16-17). A Bíblia ensina a estes crentes que todos os verdadeiros cristãos são um sacerdócio real e santo, e que o Espírito Santo tem a liberdade de usar qualquer um que Ele deseje como Seu porta-voz na oração e no louvor (I Pe 2:5, 9; I Cor 12:11).

Estes crentes reconhecem que Cristo é o cabeça da Igreja e que tem dado dons á Sua Igreja, tais como profetas, evangelistas, pastores e mestres, e que tal “graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” (Ef 4:7-12).

Assim, estas assembleias não contam com o ministério de “um só homem”, tampouco com o de “qualquer homem”, nem um ministério designado pelos homens, senão que têm um ministério dos dons que o próprio Cristo deu à Sua Igreja. Não tem nenhuma organização eclesiástica, matriz ou autoridade central, nem bispos, pastores dirigentes, ou um clero ordenado. Por outro lado, também não há independência. Eles funcionam de forma conjunta, procurando “guardar a unidade do Espírito pelo vinculo da paz” (Ef 4:3). Crêem que cada assembleia constitui, uma representação local da Igreja em sua totalidade, pelo que reconhecem as acções de cada assembleia local realizadas no Nome do Senhor, em Sua presença, e segundo a Palavra de Deus, como competente e vinculante em todas as localidades (Mt 18:18; I Cor 5:4).

Se num domingo – o dia do Senhor alguém entrar salão ou sala em que estes cristãos se congregam desta forma, ve-los-á reunidos em volta de uma mesa sobre a qual há um pão e um cálice com vinho. Este é o único distintivo notório, pois não verá nenhum clérigo ou ministro, nem algum presbítero ou outro homem encarregado da reunião.

Se perguntar qual o programa do culto, responderão que não existe.

Se quiser saber quem servirá os elementos da ceia, dirão que qual quer irmão de bom testemunho na assembleia poderá fazê-lo. Se perguntar quem vai pregar a Palavra, a resposta será que os irmãos não se reuniram nesta ocasião para ouvir um sermão, mas sim para render louvor e adoração ao Senhor, e para lembrar d’Ele em Sua morte. Nesta reunião, todos os irmãos actuam como “sacerdócio santo, para oferecerem sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo” (I Pe 2:5). Depois de observada a Ceia do Senhor, poderá haver ainda uma segunda reunião onde um irmão ministrará a Palavra de Deus.

Mas qual é o propósito deste culto? Trata-se de satisfazer o pedido do Salvador na noite em que foi traído:

“Fazei isso em memória de mim” (Lc 22:14-20; I Cor 11:23-29).

O alvo é seguir o exemplo dos primeiros cristãos, os quais “perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” e que se reuniam “no primeiro dia da semana… para partir o pão” (At 2:42; 20:7).

Estes cristãos reconhecem e põem em prática a presidência espiritual do Espírito Santo. Eles creem que o Espírito de Deus reparte “particular mente a cada um como quer” (I Cor 12:11), pelo que qualquer irmão que não esteja sob disciplina tem a liberdade de indicar um hino para que toda a congregação cante, levantar-se para orar como porta-voz de todos, para ler as Escrituras e para agradecer pelo pão e pelo cálice quando se celebra a Ceia do Senhor.

Em obediência à determinação do Senhor que “as mulheres estejam caladas nas igrejas”, as irmãs não se manifestam como porta-voz da assembleia. Elas também cobrem sua cabeça em reconhecimento à ordem hierárquica estabelecida por Deus na Criação (I Cor 14:34-35; I Tm 2:8-14; I Cor 11:3-13).

Por ocasião da reunião para recordação da morte do Senhor e Sua adoração, são recebidas ofertas dos cristãos reconhecidos participantes. Considerando que o sacrifício de louvor está conectado ao sacrifício de ofertar nossos recursos materiais (Hb 13:15-16), a colecta da assembleia visa a cobertura dos gastos e contribuição para os servos do Senhor, para a Sua obra e para ajuda aos necessitados. Isto também é coerente com as instruções quanto à colecta para os santos, a ser feita no primeiro dia de cada semana (I Cor 16:1-2).

No dia do Senhor a maioria das assembleias tem uma reunião para as crianças, conhecida por «Escola Dominical». São classes bíblicas, por vezes divididas por idades. Geralmente o domingo ainda oferece ocasião para outros tipos de reunião:

  • A «reunião aberta», para que os servos do Senhor ministrem a Palavra de Deus;
  • A «reunião evangelística», para proclamação do Evangelho aos que ainda não são salvos.

È comum durante a semana «os irmãos» também realizar uma reunião para oração e estudo da Bíblia. Cada irmão tem ali a mesma liberdade para participar como no culto da Ceia.

Com relação à sua designação, estes crentes preferem o simples título de «cristãos», «santos», «irmãos», etc., encontrados na Escritura e aplicáveis a todos os filhos de Deus, rejeitando qualquer nome denominacional, desejam ser conhecidos simplesmente como «cristãos reunidos no Nome do Senhor Jesus Cristo». Lembram de Tiago 2:7, que fala desse “bom nome que sobre vós foi invocado”.

R. K. Campbell – Refrigério Online.