Que Denominação é Esta?!

Esta é uma pergunta que se faz, de um modo geral, quando se dá um folheto a um transeunte ou mesmo quando convidamos alguém para alguma reunião de estudo da Palavra de Deus. Sem dúvida é uma pergunta sábia, especialmente nestes dias de tanta confusão. Mas, o que teria acontecido se a mesma pergunta houvesse sido feita nos dias dos apóstolos?

Suponhamos que você tivesse vivido naquela época e, um dia, ao se encontrar com o apóstolo Pedro, lhe perguntasse: “Pedro, que denominação é esta?”. Você pode imaginar a resposta? Pedro, sem dúvida, teria coçado a cabeça completamente perplexo, pois não haviam denominações em sua época. O crente procurava seguir a ordem divina.

Deus tem uma Igreja neste mundo, mas não é uma organização da qual você por si próprio torna-se membro. É possível fazer-se membro de uma “igreja” feita por homens, e depois “deixa-la” se você não ficar satisfeito. Mas você nunca poderia fazer a si mesmo membro da Igreja de Deus, a qual é chamada “a Igreja do Deus vivo” (I Tm 3:15).

Temos de voltar ao fundamento, o qual é Cristo. “Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (I Cor 3:11). A Palavra de Deus nos diz que somos pecadores culpados diante d’Ele, perdidos em nossos pecados e “por natureza filhos da ira” (Ef 2:1-3). Mas Deus, em Seu amor e misericórdia, enviou Seu próprio Filho a este mundo para pagar por nossos pecados na cruz.

Primeiro o Senhor Jesus veio ao Seu próprio povo terreno, Israel: “Veio para o que era Seu e os Seus não O receberam” (Jo 1:11). Então, foi entregue para morrer na cruz pelos pecados de todo o mundo. Triunfante, Se levantou de entre os mortos, ascendeu à destra do Pai, e enviou o Espírito Santo ao mundo no dia de Pentecostes. Com Sua ascensão e a vinda do Espírito Santo, havia chegado o tempo, no programa eterno de Deus, de colocar de lado a nação de Israel, e trazer uma coisa completamente nova, “A Sua Igreja”.

É chamada “Igreja, que é o Seu corpo” (Ef 1:22-23). Sua Igreja não é “denominada”. Isto é, não tem nome dado pelos homens, nem é uma organização humana, porém é composta de pessoas salvas, tanto judeus como gentios. Não tem lista de membros na Terra, e ninguém pode fazer-se membro dela. Mas quando alguém vem a Deus como um pecador culpável, e recebe ao Senhor Jesus Cristo em seu coração como seu Senhor e Salvador, seu nome está escrito no Céu e imediatamente é “acrescentado” à Igreja pelo próprio Senhor (At 2:47). Passa a levar, então, o nome de seu Salvador, e é feito uma “nova criação” em Cristo (II Cor 5:17). Não necessita outro nome e nem precisa fazer-se membro de algo inventado pelo homem.

Durante o tempo primitivo da Igreja, os crentes se reuniam simplesmente para estudar a Palavra. Não tinham nomes ou organizações denominadas, e nem o mecanismo da atualidade. Mas as ideias mundanas penetraram mais e mais, e “a simplicidade devida a Cristo”, desapareceu! (II Cor 11:3). O homem religioso sempre esta acrescentando algo à ordem simples de Deus.

Deus não é autor de nenhuma denominação. Algumas delas abraçam algumas verdades bíblicas muito sadias, e têm muitos crentes, nascidos de novo, em suas organizações. Mas os crentes são assim divididos uns dos outros por seus nomes. Isto é um pecado contra Deus.

Os crentes primitivos não se “denominavam” ou tinham nomes postos por eles. Eram conhecidos por termos como “discípulos”, “crentes”, “santos”, “cristãos”, ou qualquer nome que pudesse ser levado por TODOS os crentes. Não temos nenhuma base bíblica para levar um nome que não possa ser levado por todos os filhos de Deus neste mundo. Fazer isto é querer dividir o “um só Corpo” de Cristo (I Cor 12:12).

Um filho de Deus deve ter um sadio e inteligente conhecimento da Palavra de Deus. Não deve estar em jugo desigual tendo comunhão com os inconvertidos, mas deve “sair do meio deles”, conforme II Coríntios 6:14-18.

O crente deve honrar o Senhorio de Cristo, reconhecendo-O como Senhor. O mundo religioso Lhe nega esta honra e quase universalmente se refere a Ele como “Jesus”, o nome de Sua humanidade. Vemos como Paulo, em suas epístolas, cuidadosamente O trata honradamente como “O Senhor Jesus Cristo”.

Os crentes devem tratar de, a qualquer custo, se reunir para estudar a Palavra a fim de se edificarem uns aos outros na fé. Muitas vezes isto tem que ser feito em pequenas reuniões caseiras, porque a verdade não é aceita em lugares humanamente elevados. “Saiamos, pois, a Ele fora do arraial, levando o Seu vitupério” (Hb 13:13).

Lírio dos Vales – “Ele apascenta o Seu rebanho entre os lírios.” (Ct 2:16)