Ao iniciarmos uma série de simples artigos para a igreja Local, seria sem dúvida, adequado iniciarmos onde começa a divina vida, ou seja, no momento da conversão. O que significa ser convertido, ser salvo, ser nascido de novo? Vamos abordar o assunto do ponto de vista do jovem cristão que vem a seu pai com a questão apresentada à voz da experiência e assim cumprindo as palavras de Moisés, em Dt 6:20: “Quando teu filho te perguntar, pelo tempo adiante, dizendo: Quais são os testemunhos, e estatutos, e juízos que o Senhor, nosso Deus, vos ordenou?”.
Os nossos jovens, hoje, têm feito estas questões: Qual o significado da conversão? Qual é a maneira da conversão? Quais são as manifestações da conversão?
Conversão, Salvação, e o novo nascimento são usados na Bíblia para descrever a mesma experiência como um estudo em Jo 1:12; 3:3 e Mt 18:3 mostrará. A pessoa é convertida quando o Espírito Santo a conduz para o fim de si mesmo, um reconhecimento de sua condição de perdido, uma atitude de arrependimento, e então, à uma apreciação da obra do Salvador na cruz pelo indivíduo. Quando o Espírito Santo entra em uma pessoa para habitá-la, ela é nascida de cima e torna-se um filho de Deus e um possuidor da Vida Eterna. Conversão não é religião; não é reforma; é regeneração!
Quais são as evidências da nova vida? Ou para usar as palavras do escritor da epístola aos Hebreus, quais são “as coisas que acompanham a salvação?”.
Podemos especular sobre o que elas devem ser, porém, em vez disso, vamos olhar para quatro exemplos de como a conversão foi manifestada em pessoas que entraram num vital relacionamento vivo com o Senhor Jesus nos Evangelhos.
Uma mudança nos nossos apetites
Marcos 5 dá-nos uma preciosa estória da ressurreição da filha de Jairo (Mc 5:21-24, 35-43). A estória termina com palavras lindas por sua simplicidade; “que lhe dessem de comer”. Por que o Autor da Vida daria tal recomendação? É porque nova vida havia sido implantada e era imprescindível que esta nova vida fosse nutrida se tivesse que se desenvolver e prosperar. Concluímos, então, que o mais claro sinal de que se deu a regeneração é o desejo do crente pela Palavra de Deus.
Pedro escreveu a seus leitores que eles haviam nascido de novo pela incorruptível semente da Palavra de Deus, e que deveria haver, portanto, um ardente desejo pelo leite da Palavra não falsificado, para que por ele, crescessem (I Pe 1:23 e 2:3). Era inimaginável que houvesse nova vida sem o resultante novo apetite, pois o contínuo desejo é prova de haverem experimentado pela primeira vez, o leite racional.
Tem você um insaciável desejo pela Palavra? Tem estado seguro de que as cinco coisas que destroem o apetite em I Pe 2:1 têm sido julgadas em sua vida? Tem você estabelecido uma disciplina para aproximar-se e alimentar-se das Escrituras que o conduzirá através do estudo da Bíblia inteira em cinco anos?
Uma mudança nas nossas aspirações
Em João 4 temos o relato da Samaritana que tornou-se uma adoradora junto ao poço onde encontrou aquele que era o doador da Água Viva. Ela escutou com admiração as suas palavras à medida em que Ele explicou como aqueles que continuamente bebem do poço de Jacó sentem continuamente a sede que nunca é satisfeita; mas aqueles que bebem da água que Ele dá nunca sentiriam sede. Ela clamou por esta água, e após Ele lidar com o seu pecado, pois não pode haver conversão sem convicção de pecado, o seu pedido foi atendido.
“Deixou, pois, a mulher o seu cântaro…”. que simplicidade, porém, que tremenda verdade contida nestas poucas palavras. Seria uma decisão deliberada em deixar o seu cântaro ou seria o seu aparente esquecimento o resultado de sua certeza de que nunca mais necessitaria dele. Seria isto como um hábito inerente, o qual, nos caracterizava antes da conversão, e que agora desaparece pelo simples fato de não fazer mais parte daquele que bebe da Água Viva? Tem você notado uma mudança assim na sua vida e nas vidas de outros convertidos?
Ela deixou o seu cântaro e o escritor acrescenta a palavra “pois”. Não havia demora de sua parte, pois, ela agora era uma alma satisfeita. E devemos considerar o seu testemunho quando ela entrou na cidade. Que espetáculo aos homens da cidade enquanto ela contava-lhes sobre a Água Viva que ela havia recebido e o Salvador que ela havia encontrado. Ela verdadeiramente adornou a doutrina que apresentou, pois, eles notaram que o cântaro não estava mais sobre a cabeça daquela que regularmente o carregava para enchê-lo a cada dia na fonte de Jacó. A mensagem de seu Evangelho era, “Vinde e vede um homem”. Eles vieram porque eles haviam visto a mudança que se havia operado nela.
Uma mudança nas nossas atitudes
O milagre registrado em Marcos 5 dá-nos uma das mais dramáticas evidencias de conversão no Novo Testamento (Mc 5:1-20). Vemos ali um homem inconverso, incontrolável, e despido, entrando em contato com o “Transformador de Vidas”, o Senhor Jesus Cristo. Na Segunda cena deste drama, nós vemos o mesmo homem “assentado, vestido, e em são juízo”. A palavra “sophron”, que é traduzida como, “são juízo”, e que também é usada tão frequentemente nas epístolas pastorais, traz-nos a ideia que “a sua maneira de pensar foi mudada”!
Aquele cujos movimentos eram incontrolados, agora está assentado. A inquietação de seus dias passados cede lugar para uma capacidade de assentar-se como fez Abraão em Gn 18:1. O Senhor Jesus chamou os seus discípulos à parte no lugar deserto e descansaram um pouco, pois, devido às muitas atividades eles não haviam tido oportunidade para assentarem-se e comerem (Mc 6:31).
Aquele que andava despido acha-se agora, vestido. Como resultado da conversão, a consciência do novo crente é despertada para examinar seu guarda-roupas e vê-las não como os seus olhos mas pelos olhos de Deus. Esta foi a admoestação de Pedro quando ele escreveu concernente às filhas de Sara, “as santas mulheres que esperavam em Deus”, e assim vestiam-se para os olhos de Deus, e não para os olhos da carne (I Pe 3:1-3).
Não apenas houve uma mudança em sua mente e comportamento, mas também em seus desejos, pois ele desejou “que o deixasse estar com ele”. A sua, foi a única oração não respondida neste capítulo, pois, o Senhor disse-lhe para ir à sua casa e contar-lhes a mensagem concernente à mudança trazida à sua vida pela compaixão de Cristo.
Uma mudança nas nossas afeições
André e seus companheiros ouviram a grande mensagem sobre o grande pregador que havia sido cativado pelo caminhar e a obra do Cordeiro de Deus. Á medida que os discípulos de João Batista assimilaram a mensagem, tiraram os seus olhos do pregador e seguiram a Jesus (Jo 1:29). Suas afeições haviam sido tocadas e movidas interiormente! Seus corações haviam sido conquistados! A prova disso estava, não apenas no fato de o seguirem, embora isso em si mesmo seria suficiente, pois Ele disse, “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos” (Jo 14:15), mas eles tinham o desejo de saber onde ele morava para que estivessem junto com o objeto de sua afeição. “Que buscais? E eles disseram: Rabi (que, traduzido, quer dizer Mestre), onde moras?”. Eles vieram e viram onde Ele morava e ficaram com Ele aquele dia.
Podemos testar a realidade de nossa conversão pela mudança em nossos desejos, quando verificamos o desejo de estar com Ele, em sua presença. Com André, entretanto, há algo mais pois, “este achou primeiro a seu irmão Simão, e disse-lhe: achamos o Messias”. A palavra “primeiro”, indica as prioridades do novo recipiente da nova vida, pois em seu amor pelo Mestre ele descobre que é compelido a falar aos outros sobre Ele.
Afirmamos que a conversão traz uma mudança nas nossas afeições. Foi assim com Paulo, pois, ele disse, “O amor de Cristo nos constrange…”. (II Cor 5:14).
Estes quatro exemplos são apenas o começo. Sugerimos a você que leia os Evangelhos e marque as coisas que acompanham a Salvação nas conversões realizadas pelo Mestre no seu Ministério aqui na terra.
Fonte: Periódico “Verdes Pastos”.