Profético – Lamentações
Autor: Jeremias — Como era o costumes, os judeus usavam a primeira palavra do livro como seu título, e isso originalmente ficou conhecido como “Ekah, “como!” Essa palavra era comumente usada para significar “Ai!”. Compare com seu uso em 2.1; 4.1; Is 1.21. Alguns também se referiam ao livro como Qinot ou “lamentações”, e é assim que chegamos ao título que usamos. O autor não é mencionado, mas tradições que vêm de muito antes de Cristo sustentam que Jeremias o tenha escrito. Existe muitas semelhanças entre os textos de Lamentações e Jeremias.
O Contexto Histórico
587 a.C.
O povo de Judá foi capaz de pensar que eles eram a única raça escolhida por Deus. Como tal, eles sentiram que poderiam sempre experimentar boas coisas. Deus tinha feito um concerto de bênçãos com eles, mas isto tudo era condicional. Uma descarada desobediência poderia significar que os bons aspectos das bênçãos poderiam ser substituídos por um castigo. O cumprimento das promessas de bênção podiam sempre pular algumas gerações de israelitas que eram desobedientes. Os Livros de II Reis e II Crônicas descrevem o declínio moral do Reino de Judá (apesar das advertências proféticas), que conduzia à derrota e ao cativeiro (2.17). Quando o rei Zedequias se rebelou contra os babilônios, aos quais o povo de Judá ficou sujeito. Nabucodonosor atacou Jerusalém (II Reis 24.20). Enquanto ele estava sitiando a cidade, o povo que estava dentro da cidade estava faminto. Quanto eles romperam o muro, Zedequias e os soldados procuraram fugir (II Reis 25.4). Mas eles logo foram levados cativos. Nubuzaradã, capitão da guarda de Nabucodonosor, destruiu a maior parte de Jerusalém, queimou o templo e levou a todos, exceto as pessoas mais pobres, para o exílio (II Reis 25.8-12).
Os poemas deste livro parecem ter sido compostos durante e após o tempo no qual tudo isso estava acontecendo. Esses poemas se tornam especialmente penetrantes quando contratam as antigas bênçãos e forças de Judá com o caos e o sofrimento que seus pecados haviam levado sobre si. O povo escolhido e protegido tinha perdido tudo e estava numa situação de desesperança. Tudo que tinha significado para esse povo havia sido destruído. Mas os poemas também descreve o ministério de Jeremias, mandado novamente como profeta para falar a respeito das circunstância modificadas do povo de Deus. Ele ajudou o povo a dar a expressão necessária para as suas aflições e também deu conforto para ele. Ele também os ajudou a pensar a respeito da mão de Deus sobre eles em forma de castigo e ajudou para se submetessem penitentemente ao julgamento que eles mereceram até que isso tivesse passado (3.28-33) Somente após uma completa humilhação é que o povo estaria em condições de pensar sobre uma restauração.
Os Temas
As lamentações caracterizam seis temas principais, todos relacionados com o conceito de sofrimento:
- O sofrimento deles era o resultado dos seus pecados. Esse forte tema é visto em cada capítulo (1.5; 2.14; 3.42; 4.13; 5.16). No tempo em que foram escritos, isso era obviamente aceiro. Até mesmo os babilônios reconheceram o fato (Jr 40.3). Eles sabiam que o seu sofrimento não havia vindo sobre eles por acaso. Ele foi devido à ira de Deus provocada por seus pecados (2.1). Ele estava lidando com a situação espiritual deles, e eles tinham de sentir isso de modo pessoal.
- O sofrimento deles era visto como se causado por Deus e não por seres humanos.
- O sofrimento deles poderia conduzi-los a Deus. O profeta está constantemente consciente de Deus, dos seus propósitos e do relacionamento de Deus com seu povo. Aqui não há indicação de que o sofrimento seja resultado de um total abandono de Deus ou de uma erradicação dos seus princípios da mente deles.
- Sofrimento, lágrimas e oração devem andar juntos. Eles foram encorajados a abrir seu coração a Deus, chorar diante dele e contar a ela todos dos detalhes de sua dor, mágoa e frustração. Cada capítulo, exceto o 4, termina com uma oração.
- A oração deve ser sempre feita buscando algum fio de esperança. A oração nunca deve ser derrotada pela aflição. Após detalhadas descrições de sofrimento e aflição, nos primeiros dois capítulos e meio, uma nova compreensão parece surgir em 3.21-24. Aqui, fala acerca da esperança e, também, da misericórdia, compaixão e fidelidade de Deus. Isso era uma prova de que uma manifestação da disciplina de Deus não significava que o seu amor havia cessado. Quando a disciplina tivesse atingido seu propósito, as circunstâncias mudariam (3.31-32). Deus pode ter usado a Babilônia, mas isso não significava que os babilônios eram seus eleitos ou que ele era a favor de seus métodos cruéis (3.34-36). O futuro continha um vindicação de Israel sobre seus inimigos (3.26-32).
- A responsabilidade deles era de submeter pacientemente aos seus sofrimentos. As sua aflições tinha de ser aceitas com paciência, com a consciência de que isto iria terminar quando a vontade de Deus tivesse sido cumprida (3.26-32).
O Espírito Santo em Ação
A aflição divina sobre os pecados de Israel (2.1-6) no lembra que o Espírito Santo é, frequentemente, entristecido pelo nosso comportamento (Is 63.10). O arrependimento é também uma manifestação da obra do Espírito Santo entre o povo de Deus (3.40-42; Jo 16.7-11).
Esboço de Lamentações
1.1-22 – O primeiro poema: a miséria, o pecado e a oração de Jerusalém
- 1.1-11 – A derrota, humilhação, sofrimento e pecado de Jerusalém
- 1.12-19 – Falando ao mundo descuidado sobre seu castigo
- 1.20-22 – Uma oração por ajuda em grande aflição
2.1-22 – O segundo poema: a destruição mandada por Deus e a reação do profeta
- 2.1-10 – Como o próprio Deus destruiu Israel
- 2.11-19 – O sofrimento do profeta, desesperança e exortação à oração
- 2.20-22 – A oração angustiada de Judá
3.1-66 – O terceiro poema: a severidade e misericórdia de Deus; a submissão e a oração do povo
- 3.1-24 – A severidade do castigo conduz a pensamentos de misericórdia
- 3.35-39 – Submissão e humildade trazem misericórdia
- 3.40-47 – O arrependimento deles chega tarde demais
- 3.48-66 – O profeta e o povo confiam em Deus pra vindicação no fim
4.1-22 – O quarto poema: devastação, o resultado da desobediência
- 4.1-11 – A devastação do povo e de seus líderes
- 4.12-20 – A desobediência e seus resultados
- 4.21.22 – Edom será castigado e Israel será ajudado
5.1-22 – O quinto poema: uma oração registrando o sofrimento e apelos finais de Jerusalém
- 5.1-10 – Uma lembrança de seu estado lamentável
- 5.11-14 – Ninguém está isento do sofrimento
- 5.15-18 – Todo o orgulho e a alegria se foram
- 5.19-22 – O apelo final desesperado
Fonte: Bíblia Plenitude