Pentateuco – Números - Lírio dos Vales

Autor: Moisés — Tradicionalmente, a autoria é atribuída a Moisés, a personalidade central do livro. Números 33.2 faz uma referência especifica a Moisés, registrando pontos sobre a viagem no deserto. O título em português Números é tirado de seu título (Arithmoi) na tradução grega do AT (a Septuaginta), seguido pela Vulgata (Numeri). No texto hebraico, o nome do livro é No Deserto , tirado da linha de abertura. “Falou mais o senhor a Moisés, no deserto do Sinai”.

A Data

1400 a.C.

Assumindo a autoria mosaica, provavelmente o livro tenha sido escrito por volta de 1400 a.C., pouco antes de sua morte. Os acontecimentos deste livro ocorrem durante cerca de 40 anos, começando logo após o Êxodo, em 1400 a.C..

O Conteúdo

A divisão dos livros de abertura do AT em cinco livros ou pergaminhos (chamado “o Pentateuco”, significa “Cinco pergaminhos”) não deve obscurecer o fato de que cada um dos cinco livros é uma continuação do precedente. Moisés, cujo nascimento é contato no Êxodo 2 e cuja morte é narrada em Deuteronômio 34, é a figura que une a história do Êxodo até Deuteronômio. O Livro de Números continua o relato do período mosaico, que se inicia com o Êxodo. Começa com Israel ainda no Sinai. A entrada dos israelitas no deserto do Sinai é registrada em Êxodo 19.1. Israel deixa o Sinai em Números 10.11. Números tem duas divisões principais:

A seção contendo instruções enquanto ainda no Sinai (1.1 – 10.10);
A viagem no deserto que cobre o itinerário do Sinai até as planícies de Moabe através do Jordão da Terra Prometida (10.11 – 36-13).

As instruções no Sinai lidam com a preparação para a viagem, e o resto do livro conta a viagem em si. As instruções no Sinai (1.1 – 10.10) cobrem uma variedade de tópicos, mas aqueles que lidam com o preparo da viagem dominam. Os capítulos 1 a 4 lidam com uma série de instruções para numerar (fazer o censo de) vários grupos, seguido de um relatório de concordância com o mandamento. Os capítulos 5 e 6 lidam com a imundície ritual, a infidelidade marital, e os nazireus. No capítulo 7, os líderes do povo trazem ofertas para o tabernáculo. O capítulo 8 fala da consagração dos levitas. O capítulo 9 lida com a Páscoa e a nuvem e o fogo; o motivo do preparo é reconsiderado em 10.1-10, onde são dadas instruções para que sejam feitos sinais com as trombetas. A seção de Números que lida com a viagem (10.11 – 36.13) tem duas partes principais.

Em primeiro lugar 10.11 – 25.18 descreve a destruição de geração que vivenciou a libertação do Egito por meio do Senhor. Os pontos-chave nesta parte são os relatos das queixas, rebeliões e desobediência da primeira geração, que levou à morte deles;
A segunda subseção (26-36) narra a preparação da segunda geração para a entrada na Terra Prometida. Começa com um novo censo (comparar com o capítulo 1), observando que toda a primeira geração, exceto Josué, Calebe e Moisés, morreu no deserto. Essa seção termina com a distribuição da terra entre as tribos depois de elas terem entrado na Terra Prometida.

O Cristo Revelado

Jesus Cristo é retratado em Números como aquele que provém. O Apóstolo Paulo escreve sobre Cristo que ele era a pedra espiritual que seguiu os israelitas pelo deserto e deu-lhes a bebida espiritual (I Cor 10.4). A pedra que deu água aparece duas vezes na história do deserto (Ex 17 / Nm 20). Paulo enfatiza a provisão de Cristo às necessidades de seu povo, a quem libertou do cativeiro. A figura messiânica do rei de Israel é profetizada por Balaão em Números 24.17: “Vê-lo-ei, mas não agora; contemplá-lo, mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó, e um cetro subirá de Israel”. A tradição judaica interpretava este verso de forma messiânica, conforme atestado pelos textos de Qumran. Jesus Cristo é o Messias, de acordo com o testemunho uniforme do NT, e o verdadeiro rei sobre quem Balaão fala.

O Espírito Santo em Ação

Fala-se diretamente sobre o Espírito Santo no capítulo 11. Lá o Espírito é retratado como realizando duas funções: ungido para a liderança e inspirando a profecia. No verso 16, Moisés está pedindo ajuda ao Senhor em seus deveres de liderança. A resposta é que o Senhor tomará o Espírito que está sobre Moisés (identificado no verso 29 como o Espírito do Senhor) e o passará para seus líderes. Mesmo um líder como Moisés era incapaz de fazer tudo e precisava de uma liderança doada pelo Espírito para a realização de sua tarefa. Quando o Espírito é dado aos anciãos, ele causa a profecia (25). Somente o setenta anciãos nomeados profetizam. Quando Josué se queixa que dois dos anciãos no acampamento também estão profetizando, Moisés expressa o desejo de que todo o povo de Deus também recebesse seu Espírito e profetizasse. Essa esperança de Moisés é retomada em Joel 2.28-32 e é definitivamente cumprida no Dia de Pentecostes (At 2.16-21), quando o Espírito foi derramado e tornou-se disponível a todos.

Esboço de Números

1.1 – 10.10 – Instruções para a viagem do Sinai

1.1 – 4.9 – Relato sobre a tomada do censo

1.1 – 2.34 – Censo militar
3.1-4.49 – Censo não militar: levitas

5.1 – 10.10 – Instruções e relatos adicionais

5.1 – 6.27 – Cinco instruções
7.1-89 – Ofertas dos líderes
8.1-26 – Levitas dedicados
9.1-14 – Segunda Páscoa
9.15-23 – Direção pela nuvem e fogo
10.1-10 – As trombetas de prata

10.11 – 36.13 – Relato da viagem do Sinai

10.11 – 25.18 – Rebelião e punição da primeira geração

10.11-36 – Relato da primeira marcha do Sinai
11.1-3 – Queixas do povo
11.4-35 – Ansiando por carne
12.1-16 – Desafio para Moisés
13.1 – 14.45 – Recusa a entrar na Terra Prometida
15.1-41 – Instruções relacionadas às ofertas
16.1 – 18.32 – Desafios à autoridade de Arão
19.1-22 – Leis da purificação
20.1-29 – A morte de Miriã e Arão
21.1-35 – Do monte Hor às planícies do Moabe
22.1 – 25.18 – Balaque e Balaão

26.1 – 36.13 – Preparo da nova geração

26.1-65 – Um novo censo
27.1 – 30.16 – Instruções relacionadas à herança, ofertas e votos
31.1-54 – Vingança sobre os midianitas
32.1-42 – As tribos da Transjordânia
33.1-49 – Itinerário do Egito até Moabe
33.50 – 36.13 – Instruções para a ocupação de Canaã

Fonte: Bíblia Plenitude