Parábola é o método empregado no discurso por meio do qual as verdades morais ou espirituais se ilustram pela analogia com fatos da vida comum. A comparação pode fazer-se por meio de palavras semelhantes, ou pela ideia contida no discurso. A vantagem dela é que serve de meio para repreender pessoas que, naturalmente, não consentem em ouvir acusações diretas. As parábolas eram habilmente elaboradas de forma a prender a atenção do ouvinte e induzir ele a uma análise da sua condição moral e espiritual em função daquilo que a parábola revelava. Um exemplo clássico é o da parábola empregada pelo profeta Natan, quando foi visitar o rei Davi para reprovar o homicídio praticado contra Urias, o heteu (II Sm 12:1-14).
Uma importante parte dos ensinos do Senhor constou de parábolas. Quando se fala em parábolas das Escrituras, logo vêm à ideia as de Jesus. Ele usou este meio de ensinar em todos os períodos de Sua vida de ministério público. Houve um período em que ele empregou em maior escala este método de ensino. Há pelo menos duas razões básicas que explicam este fato:
“Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não veem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem” (Mt 13:13).
“Tudo isto disse Jesus, por parábolas à multidão, e nada lhes falava sem parábolas; Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta, que disse: Abrirei em parábolas a minha boca; Publicarei coisas ocultas desde a fundação do mundo” (Mt 13:34-35).
Este modo de explicar tem sido interpretado como sendo um meio de vestir as verdades de modo a gravá-las mais indelevelmente na memória de seus ouvintes tornando-as mais inteligíveis. Isto é verdade em referência a certa classe de parábolas cujo sentido, em alguns casos, explicava em particular. É muito provável que Ele quisesse expressar que “as multidões”, em sua maioria, não estavam preparadas para ouvir e crer as verdades espirituais de seu reino, as quais, no devido tempo, as ensinaria a seus discípulos que teriam de continuar a Sua obra depois de partir para o Céu.
As verdades ficavam por este modo “escondidas” àqueles que as ouviam sem qualquer expressão de arrependimento e, ao mesmo tempo, as anunciava cautelosamente aos ouvidos de seus obstinados inimigos, os quais andavam sempre buscando alguma palavra que servisse de acusação contra Ele (Mc 4:11-12).
A interpretação das parábolas exige um estudo muito cauteloso das circunstâncias em que foram proferidas e da doutrina, além dos argumentos que elas tinham em vista. Feito isto, logo se descobre a sua aplicação universal adaptada em todas as circunstâncias análogas e em todos os tempos.Relação das Parábolas
- O Semeador; Sermão à beira-mar – Mt 13:5-8; Mc 4:3-8; Lc 8:5-8.
- A Semente que Brota; Sermão à beira-mar – Mc 4:26-29.
- O Joio; Sermão à beira-mar – Mt 13:24-30.
- O Grão de Mostarda; Sermão à beira-mar – Mt 13:31-32; Mc 4:31-32; Lc 13:19.
- O Fermento; Sermão à beira-mar – Mt 13:33; Lc 13:21.
- O Tesouro Escondido; Aos discípulos em particular – Mt 13:44.
- A Pérola de Grande Preço; Aos discípulos em particular – Mt 13:45-46.
- A Rede de Pescar; Aos discípulos em particular – Mt 13:47-50.
- A Ovelha Perdida; Em resposta à murmuração de fariseus e escribas – Mt 18:12-14; Lc 15:4-7.
- O Servo Impiedoso; Quantas vezes perdoar? – Mt 18:23-35.
- Os Trabalhadores na Vinha; Ensino sobre a justiça própria – Mt 20:1-16.
- Os Dois Filhos; A autoridade do Senhor – Mt 21:28-32.
- Os Lavradores Maus; A autoridade do Senhor – Mt 21:33-46; Mc 12:1-12; Lc 20:9-19.
- Bodas do Filho do Rei; Ensino sobre a justiça própria – Mt 22:1-14.
- As Dez Virgens; Sobre o segundo advento do Senhor – Mt 25:1-13.
- Os Talentos; Na casa de Zaqueu – Mt 25:14-30.
- Os Dois Devedores; A justiça própria do fariseu Simão – Lc 7:41-43.
- O Bom Samaritano; Quem é o meu próximo? – Lc 10:25-37.
- O Amigo à Meia-Noite; A respeito da oração – Lc 11:5-8.
- O Rico Louco; Sobre a divisão de uma herança – Lc 12:16-21.
- A Figueira Estéril; Sobre a execução de alguns galileus – Lc 13:6-9.
- A Grande Ceia; Durante um jantar na casa de um fariseu – Lc 14:16-24.
- A Moeda Perdida; Em resposta à murmuração de fariseus e escribas – Lc 15:8-10.
- O Filho Pródigo; Em resposta à murmuração de fariseus e escribas – Lc 15:11-32.
- O Mordomo Infiel; Ensino aos discípulos – Lc 16:1-9.
- O Rico e Lázaro; Repreendendo a cobiça dos fariseus – Lc 16:19-31.
- Os Servos Inúteis; Ensino sobre a justiça própria – Lc 17:7-10.
- O Juiz Injusto; Ensino aos discípulos – Lc 18:1-8.
- O Fariseu e o Publicano; Ensino sobre a justiça própria – Lc 18:10-14.
- Os Talentos; Na casa de Zaqueu – Lc 19:12-27.
Dicionário John Davis, Págs. 443-444