É muito interessante o hino a seguir. Três estrofes começam com o que o autor diz que ouviu; em seguida, ele dá a resposta. Notem bem os diletos leitores as lindas expressões em cada verso!
Ouvi o Salvador dizer:
“Vem descansar em Mim,
E no Meu peito encontrarás
Consolação sem fim”.
É a expressão de Cristo, citada por Mateus, no capítulo 11 e versículo 28 do seu Evangelho! O autor se identificou bem com o seu Senhor e Mestre, como fez o Salmista para, em seguida, exprimir a sua própria decisão e mostrar os resultados!
Vim a Jesus e Lhe entreguei
Meu triste coração;
Abrigo, gozo e paz achei,
Achei consolação.
Leia o caro leitor novamente estas palavras, mas meditando nelas! O segundo verso diz:
Ouvi o Salvador dizer:
“De graça eu sempre dou
As águas vivas. Vem beber;
Da vida a Fonte Eu sou”.
Foi o Senhor Quem disse: “Quem beber desta água tomará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que EU lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” (Jo 4:13-14). E o autor do hino nos conta:
Vim a Jesus e me prostrei
Às água e bebi;
Jamais a sede sentirei,
Estando sempre ali.
A terceira estrofe diz-nos:
Ouvi o Salvador dizer:
“A luz do mundo sou;
Oh! Vem a Mim, pois quem vier
Terá a luz que dou”.
Foi Ele mesmo quem disse essas palavras a todos os que desejarem ver: “Eu sou a luz do mundo; quem Me segue não andará nas trevas, pelo contrário terá a luz da vida” (Jo 8:12).
Ao que o autor do hino responde:
Vim a Jesus e n’Ele achei
O sol que brilha em mim;
E nessa luz caminharei
Até da vida o fim.
Realmente, Cristo é o Sol da justiça. “Mas para vós que temeis o Meu nome nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas; saireis e saltareis como bezerros soltos da estrebaria” (Ml 4:2).
E assim, o autor do hino experimentou, com indubitável benção a luz permanente do Senhor “até da vida o fim”. Quem escreveu essas palavras foi o devotado ministro do Evangelho o Dr. Horácio Bonar, que viveu nos anos 1808-1889, nascido em Edimburgo, na Escócia, sagrou-se ministro do Evangelho aos trinta anos da idade. Conta-se que este consagrado servo de Deus passava muitas horas em oração; estava sempre visitando os crentes, ou pregando, ou escrevendo. Dizem também que o Dr. Bonar escreveu esse hino baseado nas Escrituras citadas e, principalmente, no versículo 16 do Evangelho segundo João, capítulo 1: “Porque todos nós temos recebido da Sua plenitude, e graça por graça”.
A linda música, que se casa perfeitamente com as palavras e o sentido do hino, foi escrita pelo Dr. John Bacchus Dykes (1823-1876), da Universidade de CambruIge, Inglaterra. Diz-se também que ele muito se esmerava na composição da música para cada hino, tendo em vista a sua perfeita combinação com o sentido do mesmo. Assim, como podem os leitores verificar, cada estrofe desse hino começa com um convite em uma escala chamada “menor” e, depois, por motivo de grande alegria, sendo o convite aceito, e termina em escala “maior”! A tradução, para o português, bem fiel ao original, foi feita pela Sra. Mary Wardlaw.
Ouvi o Salvador
Ouvi o Salvador dizer:
“Vem descansar em mim,
E no meu peito encontrarás
Consolação sem fim”.
Vim a Jesus, trazendo-lhe
Meu triste coração;
Achei abrigo, gozo e paz,
Achei consolação.
Ouvi o Salvador dizer:
“De graça eu sempre dou
As águas vivas; vem beber;
Da vida a fonte eu sou”.
Vim a Jesus e me prostrei
As águas e bebi;
Jamais a sede sentirei,
Estando sempre aqui.
Ouvi o Salvador dizer:
“Do mundo eu sou a Luz;
Oh! vem a mim, que qual farol
Te guio desde a cruz”.
Vim a Jesus, e nele achei
O sol que brilha em mim;
E nessa luz eu andarei
Até da vida o fim.
Letra: Horácio Bonar – Nasceu no dia 19 de dezembro de 1808 em Old Broughton, Edinburgo, Escócia. Faleceu no dia 31 de julho de 1889 em Edinburgo, Escócia. Descansa em Canongate churchyard.
Música: John Bacchus Dykes – Nasceu no dia 10 de março de 1823 em Kingston-upon-Hull, Inglaterra. Faleceu no dia 12 de janeiro de 1876 em Ticehurst, Sussex, Inglaterra. Descansa em St. Oswald’s, Durham, Inglaterra