Os Quase Cristãos

Com pouco me persuades a fazer-me cristão” (Atos 26.28) – MUITOS há que chegam até este ponto: pelo menos, desde que apareceu no mundo a “religião cristã”, sempre houve muitos, em todas as épocas e nações, que quase chegaram a ser persuadidos a se fazerem cristãos. Mas, visto que perante Deus de nada vale ir somente até esse ponto, é para nós da mais alta importância considerar:

Primeiro, o que implica ser quase cristão;

Segundo, o que é ser totalmente cristão.

Ser quase cristão é ter, primeiro, honestidade pagã. Ninguém levantará, suponho, qualquer objeção a isto, especialmente quando esclareço que, por honestidade pagã, quero dizer, não apenas o que se recomenda nos escritos de seus filósofos, mas o que os pagãos vulgares esperavam uns dos outros, e, muitos, dentre eles, na realidade traduziam em obras. Segundo as boas regras, eles recebiam lições segundo as, quais não deviam ser injustos, nem usurpar os bens do próximo; nem cometer furto ou latrocínio, nem oprimir o pobre; ensinavas-lhes a não praticarem extorsão contra quem quer que fosse, a não enganarem ou ludibriar em ao pobre ou ao rico, em qualquer negócio que tivessem com eles; a não espoliarem a ninguém de seus direitos; e, se fosse possível, não deverem coisa alguma a ninguém.Mais: os pagãos em geral admitiam que alguma atenção devia ser dada à verdade, bem como à justiça. Consequentemente, não só abominavam os perjuros, os que invocavam a Deus como testemunha de falsidades, mas também o que era conhecido como difamador do próximo, como imputador de faltas irreais. E, na verdade, no mesmo conceito tinham os mentirosos inveterados de qualquer espécie, considerando-os como a desgraça do gênero humano e a peste da sociedade.

Ainda mais: havia certa medida de amor e de amparo que eles esperavam uns dos outros. Esperavam que um prestasse assistência ao outro, sem prejuízo grave da parte de quem prestasse semelhante ajuda. Isso exercitavam não somente através dos poucos ofícios humanitários que não importassem em despesas e trabalhos, mas ainda no alimentar o faminto, se possuíam pão em abundância; no vestir os nus com suas roupas supérfluas, e, em geral, dando ao necessitado as coisas de que não precisavam. Até aí chega a honestidade pagã, honestidade que se inclui na condição de – quase cristão.

A segunda coisa inerente ao ser quase cristão, é a posse da forma da piedade, daquela piedade que é prescrita no Evangelho de Cristo; é a aparência exterior de real cristão. Em consequência, o quase cristão nada faz que o Evangelho proíba. Não toma o nome de Deus em vão; não abençoa, nem amaldiçoa; não jura de modo nenhum, mas seu falar é sim, sim; não, não. Não profana o dia do Senhor, nem permite que ele seja profanado, nem mesmo pelo peregrino que viva de suas portas para dentro. Não só aborrece todo adultério material e toda impureza, mas repele qualquer palavra ou olhar que direta ou indiretamente tenda para a quebra da castidade; detesta todas as palavras ociosas, abstendo-se de detração, maledicência, anedotas, conversas picantes e “toda prosa insensata e zombeteira” – εύτραπελία – espécie de virtude no conceito dos moralistas pagãos; em suma, guarda-se de toda conversação que não seja “boa para o fim de edificação”, e que, consequentemente, “entristece o Santo Espírito de Deus, pelo qual somos selados para o dia da redenção”.

Abstém-se de “excesso de vinho”, de “orgias e glutonaria”. Evita, tanto quanto esteja em suas mãos, toda discórdia e contenta, sempre se esforçando por viver pacificamente com todos os homens. E, se sofre dano, não se vinga, nem retribui o mal com o mal. Não zomba, não graceja, não se ri em face dos erros ou das enfermidades os homens do próximo. Não deseja mal, ofensa ou prejuízo a ninguém, mas em todas as coisas procede e age de pleno acordo com a regra: “Não faças aos outros aquilo que não queres que te façam”.

Praticando o bem, ele não se limita à vulgar e fácil tarefa da beneficência, mas trabalha e sofre pelo bem de muitos, de modo que por todos os meios possa auxiliar ao maior número de necessitados. A custa de fadigas ou de penas, “aquilo que suas mãos acham para fazer, fazem-no com sua força”, seja em proveito de seus amigos ou de seus inimigos, contemplando o mau ou visando o justo. Porque, não sendo “preguiçoso” neste ponto nem em qualquer outro negócio, tendo “oportunidade”, faz o “bem”, toda espécie de bem, a “todos os homens”, tanto a suas almas como a seus corpos. Reprova os maus, instrui os ignorantes, confirma os indecisos, estimula os bons e conforta os aflitos. Trabalha por despertar os que dormem por levar os que Deus haja despertado à “fonte aberta para lavar o pecado e a impureza”, para que se possam purificar ali, e para incitar os salvos pela fé a que adornem o Evangelho de Cristo em todas as coisas.

O que possui a forma da piedade também usa dos meios de graça; sim usa de todos eles e em todas as oportunidades. Constantemente frequenta a casa de Deus; e isto faz, não segundo a maneira de alguns, que vêm à presença do Altíssimo cheios de joias de ouro e ostentando vestuário aparatoso, ou que, pela vaidade vistosa da roupa, pela inoportuna delicadeza trocada entre amigos ou pela impertinente jovialidade de suas maneiras, desmentem todas, as pretensões à posse da forma e do poder da piedade. Prouvera a Deus que ninguém houvesse em nosso meio, incurso na mesma condenação! Quem se apresenta nesta casa a olhar de um para outro lado, ou exibindo todos os sinais da maior desatenção, de displicente alheamento, embora algumas vezes possa parecer que ora a Deus, suplicando sua bênção ou coisa semelhante; quem, durante o culto solene, põe-se a dormir, reclinando-se na posição que lhe pareça mais cômoda, ou, ainda, supondo que Deus esteja dormindo conversa com o vizinho, ou passeia pelo teto o olhar distraído como a denotar falta de emprego para os olhos – esse tal nem permite a imputação de apresentar sequer a forma da piedade. Não assim com aquele que ainda a conserva, o qual se porta com seriedade e atenção em todos os atos do culto, principalmente quando se aproxima da mesa do Senhor: não o faz como denotando indiferença ou descuido, mas com ares, atitude e porte que nada mais traduzem a não ser esta íntima oração: “Deus tenha misericórdia de mim, pecador!”.Se acrescentarmos a isto a prática constante da oração doméstica, seguida pelos que são chefes de família, e o estabelecimento de horas destinadas ao culto a Deus, observadas diariamente com seriedade de atitude, concluímos que, praticando uniformemente essa religião exterior tal homem possui a forma da piedade. Só falta mais um requisito para que sé complete o perfil do quase cristão: a sinceridade.Por sinceridade quero dizer a existência de uni principio real interior, de religião do qual decorrem as aludidas ações exteriores. Na verdade, se não temos isto, não temos sequer a honestidade pagã, em grau que corresponda às exigências do poeta epicurista. Mesmo esse pobre infeliz, em seus melhores intervalos de placidez é capaz de testificar:

“Oderunt peccare boni, virtutis amore; Oderunt peccare mali, formidine poenae”.

Assim, se o homem somente se abstém de fazer o mal para evitar a punição. “Non pasces in cruce”, corvos diz o pagão: nisto “tu tens a tua recompensa”. Mas ele não admitirá, que um indivíduo tão inofensivo como esse seja bom pagão. Se, pois, alguém, partindo do mesmo motivo isto é, querendo evitar e castigo evitar a perda de seus amigos, de seu ganho ou de sua reputação, não somente se furta à prática do mal, mas inda faz grande cópia de bem, usando além disto de todos os meios de graça – não pode ser com propriedade chamado quase cristão! Se ele não tiver no coração melhor princípio, somente será refinado hipócrita.

A sinceridade está, pois, implicada, necessariamente, no ser quase cristão; em sua alma há de haver intenção real de servir a Deus e um desejo cordial de fazer-lhe à vontade. Está naturalmente subentendido que tal homem possua sincero intuito de agradar a Deus em todas as coisas: em toda sua conversação; em todas as suas ações; em tudo quanto faz ou deixa de fazer. Esse desígnio, se a pessoa é quase cristã, transparece em todo o modo de ser de sua vida. Este é o princípio-motor, tanto do bem que faz, como de sua abstenção do mal e de seu apego às ordenanças de Deus.

Aqui provavelmente haverá lugar para uma pergunta: “E possível que alguém chegue até este ponto, sendo, entretanto, apenas quase cristão? Que títulos novos se hão de exigir dos inteiramente cristãos?” Respondo, primeiro, que é possível chegar-se até esse ponto, e ser-se ainda quase cristão apenas: aprendendo isto não só dos Oráculos de Deus, mas também do seguro testemunho da experiência.Irmãos, grande é “minha ousadia para convosco nesta defesa”. E “perdoai-me este erro”, se, por amor de vós e do Evangelho, proclamo do alto do telhado minha própria loucura. Permiti-me, pois, livremente falar de mim próprio, como se falasse de outro homem. Alegro-me em ser rebaixado para que possa ser exaltado, e em ser ainda mais vil, para que melhor refulja a glória de meu Senhor.

Por muitos anos avancei, até chegar, àquele ponto, como podem atestá-lo muitos que estão presentes nesta casa, usando de diligência para fugir a todo mal e para ter a consciência livre de ofensa; remindo o tempo; aproveitando todas as oportunidades para fazer todo o bem a todos os homens; constante e cuidadosamente usando de todos os meios de graça, em público e em particular; esforçando-me por manter constante seriedade de conduta, em todos os tempos e em todos os lugares; e Deus, diante de quem me ponho, é meu ponto de referência, sabendo que eu fazia tudo isso com sinceridade; tendo um real intento de servir ao Senhor, um desejo fervente de fazer sua vontade em todas as coisas, de agradar àquele que me havia chamado para “combater o bom combate” e “apoderar-me da vida eterna”. Ainda assim, minha própria consciência testificava no Espírito Santo, através de todo esse tempo, que eu, era apenas – um quase cristão.

Se perguntar: “Que mais se inclui no ser totalmente cristão?” – responderei:

Primeiro, o amor de Deus. Porque assim diz a Palavra: “Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, e de toda tua alma, e de toda a tua mente, e de todas as tuas forças”. Um tal amor enche todo o coração, amalgama todas as afeições, monopoliza todas as capacidades da alma e empolga, até a derradeira extremidade, todos os seus poderes. Aquele que assim ama ao Senhor seu Deus, “regozija-se em espírito”, constantemente, “em Deus, seu Salvador”. Seu prazer está no Senhor – seu Senhor e seu Tudo – a quem “em cada coisa dá graças. Todo seu desejo é para Deus e para a lembrança de seu nome”. Seu coração exclama sempre: “Quem tenho eu nos céus, senão a ti? E ninguém há sobre a terra a quem eu deseje além de ti”, Na verdade, que pode tal homem desejar, além de Deus? Não será o mundo, ou as coisas do mundo, porque ele está “crucificado para o mundo e o mundo crucificado para ele”. Está crucificado para “o desejo da carne, a cobiça dos olhos e a vaidade da vida”. Sim, está morto para o orgulho de toda espécie: porque “o amor não se jacta”, mas “aquele que está no amor está em Deus, e Deus nele”. Reputa-se, a seus próprios olhos, como se fora coisa alguma.

A segunda coisa em que implica o ser totalmente cristão é o amor ao próximo. Porque assim diz o Senhor nas seguintes palavras: “Amarás a teu próximo como a ti mesmo”. Se alguém perguntar: “Quem é meu próximo?”, responderemos: cada homem que há no mundo; todo filho daquele que é o Pai dos Espíritos de toda carne. Nem podemos de modo algum excetuar, nossos inimigos, ou os inimigos de Deus e de sua própria alma. Também a estes todo cristão ama como a si mesmo, assim “como Cristo nos amou”. O que quiser saber mais profundamente que espécie de amor é este, considere a descrição que dele faz S. Paulo. É “longânimo e benigno”. “Não inveja”. Não é temerário ou apressado no juízo. Não “se ensoberbece”, mas transforma aquele que ama no último, no que é servo de todos. O amor “não se porta inconvenientemente”, mas se faz “tudo para todos os homens”. “Não procura o que é seu”, mas somente o bem dos outros, para que possam ser salvos. “O amor não se irrita”: desarma a ira, pois que a presença desta na alma denota ausência de amor. “Não pensa mal. “Não se regozija com a iniquidade, mas alegra-se com a verdade. Tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo sofre”.

Uma coisa ainda há que pode ser considerada separadamente, embora no momento se integre nas considerações precedentes, e que define o ser integralmente cristão. Refiro-me ao fundamento de tudo, quero dizer a fé. Coisas mui excelentes se dizem da fé, através dos Oráculos de Deus. “Aquele que crê, diz o discípulo amado, é nascido de Deus”. “A quantos o receberam deu o poder de sé tornarem filhos de Deus, isto é, os que creem em seu nome”. E: “Esta é a vitória que vence o mundo: a vossa fé”. O próprio Senhor, em pessoa, declara: “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna e não vê a condenação, mas passou da morte para a vida”.

Que ninguém engane, todavia, sua própria alma. “Deve-se notar cuidadosamente que a fé que não traz arrependimento, amor e todas as boas obras, não é aquela fé certa e viva, mas uma fé morta e diabólica. Porque mesmo os demônios creem que Cristo nasceu de uma virgem, que operou várias espécies de milagre, declarando-se verdadeiro Deus; que, para nosso bem, sofreu a morte mais penosa, redimindo-nos da morte eterna; que ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus e está assentado à mão direita do Pai, vindo no fim do mundo para julgar os vivos e os mortos. Estes artigos de nossa fé os demônios os recebem e creem em tudo quanto está escrito no Velho e no Novo Testamento. E, com toda essa fé, eles não deixam de ser demônios. “Permanecem ainda em sua condição de perdidos, faltando-lhes justamente a verdadeira fé cristã”.

“A reta e verdadeira fé consiste – para usar as palavras de nossa própria Igreja – não somente em crer que as Sagradas Escrituras e os Artigos de nossa Fé são a verdade, mas em ter também uma segura esperança e confiança certa de ser salvo da eterna condenação, mediante Cristo. É uma confiança certa e segura que o homem deposita em Deus, no Deus que, pelos méritos de Cristo, perdoa seus pecados e o restaura no favor do Altíssimo, daí decorrendo um coração amante, disposto a obedecer a seus mandamentos.

Pois bem, quem quer que possua semelhante fé, “purifique o coração” (pelo poder de Deus, que nele habita), do orgulho, da ira, da cobiça, “de toda injustiça”, de “toda impureza da carne e do espírito”, enchendo-o de amor mais forte do que a morte, tanto a Deus como a toda a humanidade; amor que faz as obras de Deus, que se consome e consumido por todos os homens, e que suporta com alegria, não apenas o opróbrio de Cristo – ser escarnecido, desprezado e odiado de todos os homens, e seja o que for que a sabedoria de Deus permita à malícia dos homens ou dos demônios infligir lhe; quem quer que tenha essa fé, assim operando por amor, não é quase, mas integralmente cristão.

Quais são as testemunhas vivas destas coisas? Rogo-vos, irmãos, como quem está na presença daquele Deus diante do qual “o inferno e a perdição se apresentam nus” – quanto mais o coração dos filhos dos homens! – que cada um de vós pergunte a seu próprio coração: “Sou desse número? Em igual medida pratico a justiça, a misericórdia e a verdade, mesmo segundo o exigem as regras da honestidade pagã? Se assim é, tenho eu o exterior de um cristão, a forma da piedade? Abstenho-me do mal, de tudo quanto é proibido pela palavra escrita de Deus? Faço todo o bem que esteja ao meu alcance, e faço-o com toda minha diligência? Uso seriamente de todas as ordenanças de Deus, em todas as oportunidades? E tudo isso faço com o sincero intuito e desejo de agradar a Deus em todas as coisas”?

Estais, muitos dentre vós, convictos de que jamais chegastes até esta altura, de que nem mesmo fostes quase cristãos: que não atingistes o padrão da honestidade pagã; e, finalmente, que nem chegastes à forma da piedade cristã? Da parte de Deus certamente que Ele muito menos constatou em vós sinceridade, real intuito de o servir em todas as coisas. Nunca intentastes dedicar todas as vossas palavras e obras, vossos negócios, estudos, diversões, à glória de Deus. Nunca ambicionastes ou desejastes que tudo quanto fizésseis fosse feito “em nome elo Senhor Jesus”, sendo, como tal, “um sacrifício espiritual, aceitável a Deus mediante Cristo”.

Mas, suposto que respondais afirmativamente, formar bons propósitos e nutrir bons desejos fazem um cristão? De forma alguma, a não ser que produzam bons frutos. “O inferno – diz alguém – está calçado de boas intenções”. A questão culminante, entretanto, permanece, exigindo resposta de cada um. O amor de Deus foi derramado em teu coração? Podes exclamar: “Meu Deus e meu tudo?” Não desejas coisa alguma, senão a Deus? És feliz em Deus? Ele é tua glória, teu prazer, tua coroa de regozijo? Está escrito em teu coração este mandamento: “O que ama a Deus, ame também a seu irmão?” Amas, pois, a teu próximo como a ti mesmo? Amas a todos os homens, mesmo a teus inimigos, aos inimigos de Deus, como à tua própria alma; e como Cristo te amou? Sim, crês que Cristo te amou e se entregou por ti? Tens fé em seu sangue? Crês no Cordeiro de Deus que tira teus pecados e lança-os como uma pedra no fundo do mar? Que Ele cancelou o escrito de dívida que era contra ti, tirando-o e pregando-o em sua cruz? Tens, na verdade, redenção em seu sangue, e ainda a remissão de teus pecados? E o Espírito testifica com teu espírito, que tu és filho de Deus?

O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que está agora em meio de nós, sabe que, se um homem morrer sem esta fé e sem este, amor, melhor seria para ele que não tivesse nascido. Desperta, pois, tu que dormes e invoca a teu Deus: clama por ele rio dia em que pode ser encontrado. Não descanse ele até que faça sua “bondade passar diante de ti”; até que proclame a ti o nome do Senhor, “o Senhor, o Senhor Deus, misericordioso e gracioso, longânime e abundante, em bondade e verdade, usando de misericórdia para com milhares, perdoando a iniquidade, a transgressão e o pecado”. Não permitas que ninguém te persuada, por palavras vãs, a ficares aquém do prêmio tua alta vocação. Clama dia e noite por aquele que, “quando ainda éramos fracos, morreu pelos ímpios”, até que saibas em quem tens crido e possas dizer: “Senhor meu e Deus meu”! Lembra-te de “orar sempre e não cessar”, até que também levantes tua mão para o céu e declares àquele que vive para sempre: “Senhor, tu, conheces todas as coisas; tu sabes que eu te amo”!

Tenhamos todos a experiência de ser, não apenas quase, mas integralmente cristãos, sendo justificados livremente por sua graça, pela redenção que há em Jesus; sabendo que temos paz com Deus por Jesus Cristo; regozijando-nos na esperança da glória de Deus; e tendo o amor de Deus derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos é dado!

John Wesley – Pregado em Santa Maria, Oxford, perante a Universidade, a 25 de julho de 1741.