Onde o Dinheiro Não Vale
Vamos tomar um pouco do nosso tempo para meditar no fato de que existe uma esfera na qual o dinheiro não vale nada, e até se torna uma grande desvantagem! Estamos nos referindo à esfera espiritual. No que tange à nossa relação com Deus, o dinheiro é sem valor algum. Diz a Palavra:
“Aqueles que confiam na sua fazenda, e se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir a seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele..” (Sl 49:6-7).
Certo cirurgião, perito e de numerosa clientela, disse-me que pretendia viajar para a Europa com a finalidade de visitar diversos hospitais em alguns países daquele continente, além de conhecer melhor os povos que ali viviam. Perguntei-lhe:
– Como fazer todas estas coisas visto que não conheces o idioma daqueles países?!
Ao que ele respondeu sorrindo:
– Ora, eu tenho comigo um ótimo dicionário que facilitará a minha viagem a qualquer parte!
Tirou então de sua valise um talão de cheques, dólares e libras, dizendo:
“O dinheiro é o idioma que todas as pessoas entendem! Com ele se pode fazer tudo e entrar em qualquer lugar; é a linguagem padrão de todo o mundo!”.
O cirurgião tinha muita razão, pois o dinheiro tem o poder, neste mundo, para obter muitas coisas: propriedades; diversões; poder político; fama (e até má fama); serviços; amizades; inimizades; confortos especiais; vantagens e diversas outras coisas que possam imaginar. Este fato é inegável, pois é o que constatamos todos os dias. Neste mundo, para o rico, as coisas são sempre mais fáceis, mas para o pobre viver torna-se algo muito árduo.
O Senhor Jesus Cristo disse:
“Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!” (Lc 18:24).
O ensino das Escrituras é que o dinheiro deste mundo não pode comprar a salvação, nem qualquer outra bênção espiritual, pois ninguém pode obter através do dinheiro os favores divinos, nem para si mesmo, nem para os outros. Deus não vende a salvação, nem por suborno concede o perdão dos pecados. Esmolas; doações de terrenos; propriedades para a “igreja”; eventos religiosos em benefício das almas dos falecidos ou dos vivos, todos esses meios empregados pelos ricos para facilitarem a salvação, ou a remissão dos pecados, tornam-se inócuos diante de Deus. Disse Pedro, o Apóstolo, a um homem que usou desta prerrogativa:
“O teu dinheiro seja contigo para a perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro”. (At 8:20).
As Escrituras explicam porque a riqueza mundana não vale para conseguir a redenção de uma alma, pois o mesmo Salmo 49 prossegue: “… pois o resgate da alma dele é caríssimo, e cessará para sempre – os recursos” (Sl 49:8). O preço da redenção de uma alma é muito mais que todos os recurso possuídos pelos homens!
Sem um Redentor nós estamos espiritualmente perdidos, porque somos pecadores. Um só ato de desobediência, um só pecado, é tão grave aos olhos de um Deus três vezes Santo e Justo, que nenhum dinheiro (de todo o universo) poderia justificar um pecador. Considere que nossos pecados são muitíssimos, estragam a nossa vida diante de Deus, e nos encaminham para a perdição eterna.
Os nossos atos bons (justiça própria), os quais acreditamos serem muitos, não “anulam” os maus. Não existe dinheiro; batismo; nem oferta alguma da nossa parte que baste para pagar o preço pelo pecado cometido, pois “os recursos humanos se esgotam…”..
Não existe para nós, então, um meio de Salvação?! Se o dinheiro do rico não chega para salvá-lo, quem pode salvar-se?! Disse Daví (inspirado pelo Espírito) no mesmo Salmo: “Deus remirá a minha alma do poder da sepultura, pois ele me receberá” (Sl 49:15). Disse o Senhor Jesus: “As coisas que são impossíveis aos homens são possíveis a Deus (Lc 18:27). A Salvação, que é a felicidade espiritual, a qual o homem não pode comprar nem merecer, Deus a põe ao alcance do mais pobre pecador, pois está escrito: “o DOM GRATUITO de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor (Rm 6:23).
O próprio Deus, contra quem pecamos, pagou, na Pessoa do Seu Filho Jesus Cristo, o preço do nosso pecado. Quando Cristo morreu na cruz, Deus fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós (Is 53:6). Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o Justo pelos injustos, para levar-nos a Deus (I Pe 3:18).
Tudo que as esmolas, os eventos religiosos, as doações à “igreja” não podem conseguir, Cristo conseguiu para nós, por um só “Ato de Justiça”, e para todo o sempre, mediante a Sua morte na Cruz. A prova deste fato é a Sua ressurreição. As “cobranças” da Justiça Divina foram satisfeitas em Cristo, e Deus oferece gratuitamente, mediante o Seu grande amor, o perdão de nossos pecados e a Vida Eterna a todo pecador que, arrependido da sua vida pecaminosa, confia no Senhor Jesus Cristo como o Redentor e Salvador de sua alma.
Disse Pedro, o Apóstolo: “… não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo… e por Ele credes em Deus que o ressuscitou dos mortos” (I Pe 1:18-21).
Tal é a gloriosa proclamação do Evangelho: “A Salvação gratuita pela fé em Cristo, por meio da obra consumada por ele na cruz. Recebendo a Cristo como Senhor e Único Salvador, o pecador tem a Vida Eterna, com o poder do Espírito Santo para viver em alegre obediência a Deus.
Amigo, não despreze o Dom de Deus! Não pense mais em comprar ou merecer a Salvação, mas confie em Cristo e receba-O como Senhor e Salvador!
Pela Graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus. “Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2:8-9).
Lírio dos Vales – “Ele apascenta o Seu rebanho entre os lírios.” (Ct 2:16)