Onde Estão os Seus Pecados?
Um Tratado Escrito por J. C. Ryle.
“Notifica-me a minha transgressão e o meu pecado”. – Jó 13:23″.Purifica-me do meu pecado”. – Salmos 51:2″. O sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado”. – 1 João 1:7″Cristo Jesus. Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus”. – Romanos 3:24-25
LEITOR, A pergunta que constitui o título deste folheto deve suscitar muitas dúvidas em seu coração. Ela diz respeito a todo homem e mulher nascido no mundo. Você não deve descansar até você poder dar a ela uma resposta satisfatória – “ONDE ESTÃO OS SEUS PECADOS?“.
Peço neste dia que você encare esta pergunta. Peço que você me dê sua atenção por alguns minutos, enquanto eu tento reforçar isto em sua consciência. O tempo se aproxima em que esta pergunta deve ser respondida. Vem a hora em que todas as outras perguntas parecerão com uma gota d’água em comparação com esta. Nós não vamos dizer “Onde está o meu dinheiro?”; ou “onde estão as minhas terras?”; ou “onde está a minha propriedade?”. Nosso único pensamento será: “Meus pecados! Meus pecados! Onde estão os meus pecados?”.
Leitor, vou oferecer-lhe algumas observações, que poderão ajudar a esclarecer a poderosa questão que está diante dos seus olhos. O desejo do meu coração e minha oração a Deus é esta, que este folheto possa ser grandemente útil para a sua alma. Rogo que você o leia completamente. Não o jogue no fogo; não o rasgue em pedaços. Leia-o! Leia-o! Leia-o até o fim! Não se sabe, mas o Espírito Santo pode empregar este folheto para a salvação da sua alma.
I. Minha primeira observação é esta. Você tem muitos pecados.
Eu digo isto ousadamente, sem a menor hesitação.
Eu não sei quem você é, ou como o tempo passado da sua vida foi gasto. Mas eu sei, pela Palavra de Deus, que todo filho e filha de Adão é um grande pecador aos olhos de Deus. Não há exceção: é a doença comum a toda a família de Adão, em todos os cantos do globo. Desde o rei no seu trono até o mendigo à beira da estrada, do senhorio em seu salão ao trabalhador em sua cabana, da elegante senhora em sua sala de estar, à mais humilde serva na cozinha, dos clérigos no púlpito à criancinha na escola dominical, nós somos todos por natureza culpados: culpados aos olhos de Deus. “Porque todos tropeçamos em muitas coisas”. “Não há um justo, nem um sequer” “todos pecaram” “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós” (Tiago 3:2; Romanos 3:10; Romanos 5:12; 1 João 1:8). É inútil negar. Todos nós cometemos muitos pecados!
Leitor, você duvida da veracidade destas palavras? Então vá e examine a lei de Deus, conforme exposta pelo Próprio Filho de Deus, leia com atenção o quinto capítulo do Evangelho de Mateus. Veja como os mandamentos de Deus se aplicam às nossas palavras assim como às nossas ações, e aos nossos pensamentos e motivos, assim como às nossas palavras. Saiba que “o SENHOR não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração”. Aos olhos de Deus, o mero “pensamento do tolo é pecado” (1 Samuel 16:7; Provérbios 24:9).
E agora, volte-se para a história da sua própria vida, e prove-a pelo padrão desta santa regra. Pense nos dias de sua infância, e toda sua teimosia, egoísmo, temperamento mau, perversidade e relutância àquilo que é bom. Lembre-se dos dias de sua juventude, sua obstinação, seu orgulho, suas inclinações mundanas, sua ansiedade por controle, seu desejo por coisas proibidas. Traga à lembrança sua conduta desde que você veio à condição humana, e os muitos afastamentos do caminho certo, do qual você foi culpado todo ano. Certamente, em face de sua história de vida, você não se levantará e dirá, “Eu não pequei!”.
E então, volte-se para a história do seu coração. Considere quantas coisas más que passaram por ele, das quais o mundo não sabe nada. Lembre-se das milhares de imaginações pecaminosas, ideias corruptas, as quais seu coração cogitou, mesmo quando sua conduta exterior foi correta, moral e respeitável. Pense nos pensamentos vis, e nas intenções enganosas, falsos motivos, sentimentos maliciosos, invejosos, rancorosos, os quais subiram e desceram por seu homem interior, enquanto aqueles mais próximos a você nunca sonharam ou imaginaram o que estava acontecendo – Certamente, em face da história do seu coração, você não se levantará e dirá “Eu não pequei!”.
Leitor, mais uma vez, pergunto, você duvida do que eu estou dizendo? Você duvida de que tenha cometido muitos pecados? Então vá e examine o vigésimo quinto capítulo do Evangelho de Mateus. Leia a conclusão daquele capítulo, a qual descreve os procedimentos do dia do julgamento. Perceba cuidadosamente os motivos pelos quais os maus à esquerda são condenados ao fogo eterno. Nenhuma menção é feita a grandes atos abertos de maldade que eles cometeram. Eles não são culpados por terem matado, ou roubado, ou dito falso testemunho, ou cometido adultério. Eles são condenados pelos pecados de omissão! O simples fato de que eles deixaram por fazer coisas que deveriam ter sido feitas é suficiente para arruinar suas almas para sempre. Em resumo, os pecados de omissão do homem por si só são suficientes para afundá-lo no inferno!
E agora, olhe para si mesmo à luz dessa maravilhosa passagem das Escrituras. Tente se lembrar das inúmeras coisas que você deixou por fazer, às quais você deveria ter feito, e deixou por dizer, que deveria ter dito. Os atos de abnegada bondade que você deveria ter realizado, mas negligenciou, quantos são! O bem que você deveria ter feito e a felicidade que você deveria ter causado, com muito pouco incômodo para si mesmo, quão vasta é a quantidade disto! Certamente, em face do ensinamento de Nosso Senhor sobre os pecados de omissão, você não se levantará e dirá “eu não pequei!”.
Leitor, mais uma vez eu pergunto, Você duvida da veracidade do que eu digo? Eu penso que é bem possível que você duvide. Eu conheço um pouco da excessiva cegueira do homem sobre seu próprio estado natural. Ouça-me mais uma vez, enquanto eu importuno sua consciência com outro argumento. Oh, que Deus possa abrir os seus olhos, e mostrar-lhe o que você é!
Sente-se e pegue uma caneta e papel, e some os pecados que você provavelmente cometeu desde que discerniu o bem do mal. Sente-se, eu digo, e faça uma soma. Admita por um momento que houve, em uma média, quinze horas em cada vinte e quatro durante as quais você esteve acordado, e um ser ativo e responsável. Admita por um momento que em cada uma dessas quinze horas você cometeu apenas dois pecados. Certamente você não dirá que esta é uma suposição injusta. Lembre-se, nós podemos pecar contra Deus em pensamento, palavra e ação. Repito, não pode ser considerado algo extremo supor que em cada hora, em pensamento, ou palavra, ou ação, você cometeu dois pecados. E agora acrescente os pecados da sua vida e veja qual soma eles constituirão.
À razão de quinze horas em um dia, você cometeu todos os dias quinze pecados! À razão de sete dias em uma semana, você cometeu duzentos e dez pecados todas as semanas! À razão de quatro semanas em cada mês, você cometeu oitocentos e quarenta pecados todos os meses! À razão de doze meses em cada ano, você cometeu dez mil e oitenta pecados todos os anos! E, em resumo, para não avançar com os cálculos, a cada dez anos da sua vida você cometeu, pelo menor cálculo, mais de CEM MIL PECADOS!
Leitor, eu imploro que você olhe calmamente a esta soma. Eu o desafio a refutar sua correção. Pergunto-lhe, pelo contrário, se eu não subestimei inteiramente o seu caso? Apelo a você, como uma pessoa honesta, se isto não é verdade que muitas horas e muitos dias da sua vida você pecou incessantemente? Pergunto-lhe com confiança se a soma não seria muito mais correta se o número total dos seus pecados fosse multiplicado dez vezes? Oh, cesse com sua autojustificação! Ponha de lado este orgulhoso fingimento de “não ser tão mau assim”, no qual você está tentando se envolver. Seja corajoso o suficiente para confessar a verdade. Não ouça este velho mentiroso, o diabo. Certamente, em face da condenatória soma que eu acabei de calcular, você não se atreverá a negar que “você tem muitos pecados”.
Eu deixo esta parte do meu assunto por aqui e passo adiante. Eu tristemente temo que muitos leitores irão correr os olhos sobre o que eu tenho dito e permanecerão não convencidos e não tocados. Eu aprendi, por pesarosa experiência, que a última coisa que um homem descobre e entende é a sua própria condição aos olhos de Deus. Bem disse o Espírito Santo, que nós todos somos, por natureza, “cegos”, “surdos”, “mudos”, “adormecidos”, “fora de nós mesmos” e “mortos”! Nada, nada, nada nunca convencerá o homem do pecado a não ser o poder do Espírito Santo. Mostre-lhe o inferno e ele não corre dele, mostre-o o céu e ele não o buscará, silencie-o com advertências, e ainda assim ele não se mexerá, aflija sua consciência, e ainda assim, ele permanecerá duro. Poder do céu deve descer e fazer a obra. Para mostrar ao homem o que ele realmente é, o Espírito de Deus é necessário.
Leitor, se você tem algum sentimento de sua própria pecaminosidade, você deve agradecer a Deus por isso. Este mesmo sentimento de fraqueza, perversidade e corrupção, o qual talvez o deixe desconfortável, é em realidade um fardo para o bem e um motivo de louvor. O primeiro passo em direção a ser realmente bom, é se sentir mau. A primeira preparação para o céu é saber que nós não merecemos nada a não ser o inferno. Antes de podermos ser considerados justos, nós devemos nos conhecer como pecadores miseráveis. Antes que nos possamos ter felicidade interior e paz com Deus, nós devemos aprender a estarmos envergonhados e desconcertados por causa de nossas múltiplas transgressões. Antes de podermos nos regozijar em uma esperança bem fundamentada, devemos ser ensinados a dizer, “Impuro! Impuro! Deus, tenha misericórdia de mim pecador!”.
Leitor, se você ama a sua alma, cuidado ao verificar e sufocar esse sentimento interior de sua própria pecaminosidade. Eu lhes suplico, pelas misericórdias de Deus, não o pisoteie, não o esmague, não o pegue pela garganta e não se recuse a dar-lhe sua atenção. Cuidado ao tomar conselhos de homens mundanos a respeito disto. Trate-o não como um caso de desânimo, saúde perturbada ou nada do tipo. Cuidado ao ouvir o conselho do diabo a respeito disto. Não tente afogá-lo em bebida e festança; não tente passar por cima dele com cavalos, cachorros, carruagens e esportes; não tente removê-lo com uma rodada de jogo de cartas, bailes e concertos. Oh, leitor, se você ama a sua alma, não, não trate o primeiro senso de pecado desta forma miserável. Não cometa suicídio espiritual – não mate sua alma.
Antes, vá e ore a Deus para mostrá-lo o que este sentimento de pecado significa, peça a Ele para enviar o Espírito Santo para ensiná- lo o que você é, e o que ele gostaria que você fizesse. Vá ler a sua Bíblia e veja se não há justa causa para você estar desconfortável, e se esta sensação de ser “perverso e mau” não é justamente o que você tem direito de esperar. Quem sabe é uma semente do céu que um dia irá dar fruto no paraíso, em sua completa salvação? Quem sabe é uma centelha do céu, que Deus pretende explodir em uma firme e brilhante chama? Quem sabe é uma pedra do alto, diante da qual o reino do diabo em seu coração irá cair, e uma pedra que demonstrará o primeiro fundamento de um glorioso templo do Espírito Santo? Feliz verdadeiramente é aquele homem ou mulher que pode acompanhar a minha primeira observação e dizer, “É VERDADE: EU TENHO MUITOS PECADOS”.
II. Minha segunda observação é esta. É da maior importância ter seus pecados purificados.
Eu digo isto ousada e confiantemente. Estou ciente da infinidade de coisas que são consideradas importantes no mundo, e recebem as primeiras e melhores atenções dos homens. Mas eu sei muito bem o que eu estou falando. Eu tenho ousadia para dizer que os assuntos do meu Mestre merecem ser colocados antes de todos os outros assuntos; e eu aprendo do livro do meu Mestre que não há nada de tal importância para o homem quanto ter os seus pecados perdoados e purificados.
Lembre-se, leitor, há um Deus acima de você. Você não O vê na cidade. Pressa e agitação, negócios e comércio, parecem engolir a mente dos homens. Você não O vê no campo. O cultivo e o trabalho mantêm um curso regular e o tempo do plantio e da colheita nunca falham. Mas em todo este tempo há um Olho eterno olhando desde o céu, e vendo tudo o que o homem faz: um olho que nunca cochila e nunca dorme. Sim! Não há apenas uma Rainha, um governo, um senhorio, um mestre, a serem lembrados: há Um, maior, muito maior do que todos estes, que espera que suas dívidas sejam pagas. Este Um é o Altíssimo Deus.
Este Deus é um Deus de infinita santidade. Ele é tão puro de olhos para olhar para a iniquidade e não pode suportar aquilo que é mau. Ele vê defeitos e enfermidades onde você não vê nada. Aos olhos DEle, os próprios céus não são limpos. Ele é um Deus de infinito conhecimento. Ele conhece cada pensamento, palavra e ação de cada filho dos filhos de Adão: não há segredos escondidos DEle. Tudo o que pensamos e dizemos e fazemos, é anotado e gravado no livro de suas memórias. Ele é um Deus de poder infinito. Ele fez todas as coisas no princípio. Ele determina todas as coisas de acordo com a Sua vontade. Ele humilha os Reis deste mundo em um momento. Ninguém pode levantar-se diante DEle quando Ele está zangado. Acima de tudo, Ele é um Deus em cujas mãos estão as nossas vidas e todas as nossas preocupações. Ele primeiro nos deu a existência. Ele tem nos mantido vivos desde que nascemos. Ele nos removerá quando bem entender, e nos considera conforme nossos caminhos. Tal é o Deus com quem temos que lidar.
Leitor, pense nestas coisas. Certamente, quando você as considerar, você terá medo. Certamente você verá que é da maior importância ter seus pecados purificados. Certamente você perguntará, “Como essas questões ficam entre mim e Deus?”. Lembre- se, além disso, que a morte está diante de você. Você não pode viver para sempre. Deve haver um fim, um dia, de toda sua programação e planejamento, compra e venda, trabalho e labuta. Um visitante virá à sua casa, e não aceitará nenhuma negação. O rei dos terrores exigirá a entrada, e você o atenderá com um aviso de saída. Onde estão os governantes e reis que governaram milhões há cem anos? Onde estão os ricos que fizeram fortunas e fundaram casas? Onde estão os senhorios que receberam alugueis, e acrescentaram campo a campo? Onde estão os trabalhadores que araram a terra e colheram o milho? Onde estão os clérigos que leram liturgias e pregaram sermões? Onde estão os velhos que apoiaram em suas bengalas e murmuravam sobre os dias em que eles eram jovens? Há apenas uma resposta. Eles estão todos mortos: mortos, mortos! Fortes, bonitos, e ativos como eles uma vez foram, eles são todos poeira e cinza agora. Poderosos e importantes como eles consideravam seus negócios, tudo isso chegou ao fim. E nós estamos indo pelo mesmo caminho. Mais alguns anos e nós também estaremos em nossos túmulos.
Leitor, pense nestas coisas. Certamente quando você considerar seu fim você não considerará a purificação de pecados um assunto leve. Certamente você verá algo na questão “Onde estão os seus pecados?” Certamente você considerará “Como eu irei morrer?”.
Lembre-se, além disso, que a ressurreição e julgamento o esperam. Tudo não acaba quando o último suspiro é dado e o seu corpo se torna um pedaço de argila fria. Não, tudo não acaba. As realidades da existência então começam. As sombras terão passado para sempre. A trombeta um dia soará, e o evocará de sua estreita cama; os túmulos se fenderão, e seus inquilinos serão convocados ao encontro de Deus; os ouvidos que obedeceriam ao sino da igreja, serão obrigados a obedecer a esta convocação; as vontades orgulhosas que não queriam se submeteriam a ouvir sermões, serão compelidos a ouvir o julgamento de Deus. O grande trono branco será estabelecido: os livros serão abertos. Todos os homens, mulheres e crianças serão citados para este grande julgamento. Todos serão julgados de acordo com suas obras. Os pecados de cada um serão atribuídos. E cada um deverá receber sua porção eterna ou no céu ou no inferno!
Leitor, pense nessas coisas. Certamente em memória deste dia, você consentirá que o assunto no qual estou merece atenção. Certamente você deve confessar que é de suma importância ter seus pecados purificados. Certamente você considerará, “como eu vou ser julgado?”.
Devo demonstrar o que está em minha mente. Eu sinto grande tristeza e preocupação de coração acerca de muitos homens e mulheres no mundo. Eu temo por muitos que vivem nesta tal terra cristã; eu temo por muitos que professam e se chamam cristãos; eu temo por muitos que vão à igreja ou a capela todo domingo e tem uma forma decente de religião; eu temo que eles não vejam a imensa importância de ter seus pecados purificados. Eu posso claramente ver que há muitas outras coisas que eles consideram muito mais importante. Dinheiro, terras, fazendas, cavalos, carruagens, cachorros, carne e bebida, roupas e casas, casamentos, e famílias, negócios e prazer, estes, estes são o tipo de coisas que muitos evidentemente consideram as “primeiras coisas”. E sobre o perdão e purificação dos seus pecados, é um assunto que tem apenas o segundo lugar em seus pensamentos.
Veja o homem de negócios, como ele se debruça sobre seus livros de contabilidade, e corre seu olho sobre as colunas de números. Veja o homem de prazeres, como ele cruza o país com seus cavalos e cachorros, ou corre atrás de entusiasmo nas corridas, teatro, jogos ou bailes. Veja o pobre trabalhador irrefletido, como ele leva seus suados salários ao bar, e os gasta arruinando tanto o corpo quanto a alma. Veja todos eles, quão completamente eles estão a sério nisso! Veja todos eles, como eles colocam o coração naquilo que estão fazendo! E então note-os todos na igreja no próximo domingo: apáticos, descuidados, bocejando, sonolentos e indiferentes, como se não houvesse Deus, nem diabo, nem Cristo, nem céu, nem inferno! Note quão evidente é que eles deixaram seu coração fora da igreja! Note quão claro é que eles não têm real interesse em religião! Então diga se não é verdade que muitos não conhecem nada sobre a importância de ter seus pecados purificados. Oh, leitor, tome cuidado para não ser o caso com você!
Leitor, você percebe alguma importância em ser perdoado? Então, em nome de Deus, eu convoco você a encorajar este sentimento mais e mais. Este é o ponto para o qual desejamos trazer as almas de todas as pessoas. Nós queremos que você entenda que a religião não consiste em professar certas obrigações externas e passar por certas formas externas. Consiste em ser reconciliado com Deus e gozar paz com Ele. Consiste em ter nossos pecados purificados, e saber que eles são purificados. Consiste em ser trazidos de volta à amizade com o Rei dos reis, e viver na alegria desta amizade – Não ouça aqueles que de bom grado o persuadiriam de que se você apenas “for à igreja” regularmente você irá certamente ir para o céu. Resolva, de preferência, em sua mente, que a verdadeira religião salvadora, assim como a Bíblia ensina, é absolutamente outra coisa. A própria base do cristianismo real é saber que você tem muitos pecados, e merece o inferno, – e sentir a importância de ter estes pecados purificados, para que você possa ir para o Céu.
Felizes, diz o mundo, são aqueles que tem muitas propriedades e elegantes casas! Felizes são aqueles que tem carruagens, cavalos, servos, grandes saldos em seus bancos, e grandes tropas de amigos! Felizes são aqueles que são vestidos na púrpura e no linho fino, e saem suntuosamente todos os dias, que não tem nada que fazer além de gastar seu dinheiro e divertirem-se! Porém, qual é o real valor de tal felicidade? Ela não dá sólida e real satisfação, mesmo no momento da diversão. Ela dura apenas por alguns anos. Ela apenas dura até que venha a morte, como a mão no banquete de Belsazar e acabe com tudo. E então esta chamada felicidade é trocada por ETERNO TORMENTO NO INFERNO.
“Bem-aventurado” diz a Palavra de Deus, “aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não imputa maldade!” – “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos” (Salmo 32:1-2; Mateus 5:2 e ss.) – Sua bem-aventurança nunca terá fim: sua felicidade não é uma fonte que seca no verão, falhando justamente quando sua necessidade é mais severa; seus amigos não são andorinhas de verão, abandonando-os, como os convidados de Adonias ao primeiro som das trombetas. O seu sol nunca se porá. Sua alegria brotará no tempo certo e florescerá na eternidade. Deles, em uma palavra, é a felicidade verdadeira, porque é para sempre.
Leitor, você crê no que estou dizendo? É tudo verdade. Você verá um dia as palavras de quem subsistirão, as palavras do homem ou a Palavra de Deus. Seja sábio a tempo. Estabeleça em seu coração nesta mesma hora, que a coisa mais importante a que o homem pode atender é a purificação e perdão dos seus pecados.
III. Minha terceira observação é esta. Você não pode purificar seus próprios pecados.
Faço esta declaração ousada e confiadamente. Surpreendente como isto soa ao coração natural, eu a dou como uma inegável verdade Escritural. Apesar de todos os fariseus e católicos romanos, e socinianos e deístas, idólatras do poder e razão humanas, eu sem hesitação repito minhas assertivas. Os pecados do homem são muitos e grandes. É da maior importância que estes pecados sejam purificados. A culpa do homem aos olhos de Deus é enorme. O perigo do inferno, para o homem, depois que ele morre, é iminente e tremendo. E ainda assim, o homem não pode purificar seus próprios pecados. Está escrito e é verdade, “Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei” (Romanos 3:20).
Não purificará seus pecados desculpar-se por eles. Você pode se lamentar sobre sua maldade passada, e se humilhar em panos de saco e cinzas. Você pode derramar torrentes de lágrimas, e reconhecer sua própria culpa e perigo. Você pode, você precisa, você deve fazer isso. Mas você não irá, ao fazer isso, apagar suas transgressões do livro de Deus. SOFRIMENTO NÃO PODE FAZER EXPIAÇÃO PELO PECADO.
O criminoso condenado em um tribunal de justiça está frequentemente pesaroso por seus crimes. Ele vê a miséria e ruína que eles trouxeram sobre ele. Ele lamenta sobre sua insensatez em não ouvir os conselhos e ceder às tentações. Mas o juiz não o deixa ir porque ele está arrependido. A ação está feita: a lei foi violada; a pena foi imputada. A punição deve ser imposta, não obstante as lágrimas do criminoso. Leitor, isto é precisamente sua posição aos olhos de Deus. Seu arrependimento é certo, bom e apropriado. Mas seu arrependimento não tem nenhum poder para purificar os seus pecados. É preciso algo mais que penitência para retirar a carga de seu coração.
Reconstruir a sua vida não purificará os seus pecados. Você pode reformar sua conduta e virar uma nova página: você pode abandonar muitos hábitos maus, e adquirir muitos bons; você pode se tornar, em resumo, um homem mudado em todo o seu comportamento exterior. Você pode, você precisa, você deve fazer isso. Sem tal mudança, nenhuma alma nunca foi salva. Mas você não irá, ao fazer isso, limpar nenhuma partícula de sua culpa aos olhos de Deus. REFORMA NÃO FAZ NENHUMA EXPIAÇÃO PELO PECADO.
O homem de negócio falido, que deve dez mil libras e não tem dez xelins para pagar, pode resolver se tornar um caráter reformado. Depois de gastar toda sua essência em uma vida tumultuada, ele pode se tornar estável, moderado e respeitável. É correto e adequado que ele o seja: mas isto não irá satisfazer as pretensões daqueles a quem ele deve dinheiro. Mais uma vez eu digo, este é exatamente o seu caso, por natureza, aos olhos de Deus. Você deve a Ele dez mil talentos e não tem nada para pagar. As melhoras de hoje são muito boas, mas elas não apagam os débitos de ontem. Requer-se algo mais do que aperfeiçoamento e reforma para dar-lhe um coração leve e libertar a sua consciência.
Tornar-se diligencia no uso das formas e ordenanças da religião não irá purificar seus pecados. Você pode alterar os seus hábitos dominicais e ir aos cultos desde a manhã até a noite: você pode se esforçar para ouvir pregações em dias de semana, assim como no domingo; você pode receber a Ceia do Senhor em todas as ocasiões possíveis, e dar esmolas e jejuar. Está tudo certo, até então. É algo correto e apropriado atender às suas obrigações religiosas. Mas todos os meios de graça no mundo nunca lhe farão bem algum, desde que você confie neles como salvadores. Eles não irão curar as feridas do seu coração, e dar-lhe paz interior. FORMALISMO NÃO PODE FAZER EXPIAÇÃO PELO PECADO.
Uma lanterna em uma noite escura é uma coisa muito útil. Ela pode ajudar o viajante a encontrar seu caminho para casa; ela pode guardá-lo de perder seu caminho, e impedi-lo de cair em perigo. Mas a lanterna em si mesma não é a sua lareira. Um homem que se contenta em assentar-se na entrada ao lado de sua lanterna, não deve nunca se surpreender se morrer de frio. Leitor, se você tentar satisfazer a sua consciência, com um comparecimento formal aos meios de graça, você não é mais sábio do que este viajante. É preciso algo mais que formalidade para tirar o fardo de sua consciência, e dar-lhe paz com Deus. Não purificará os seus pecados olhar aos homens por ajuda. Não é pelo poder de qualquer filho de Adão que se salva a alma de alguém. Nenhum bispo, nenhum sacerdote, nenhum homem ordenado de qualquer Igreja ou denominação tem poder para perdoar pecados: nenhuma absolvição humana, entretanto, solenemente conferida, pode limpar a consciência que não for limpa por Deus. É bom perguntar ao conselho de ministros do Evangelho quando a consciência está confusa. É ofício deles ajudar os cansados e sobrecarregados, e mostra-los o caminho da paz. Mas não é pelo poder de qualquer ministro que se liberta qualquer homem de sua culpa. Nós podemos apenas mostrar o caminho que deve ser seguido: nós devemos apenas apontar a porta em que todos devem bater. Requer-se uma mão muito mais forte do que a de qualquer homem para tirar as correntes da consciência e libertar o prisioneiro.
O falido que pede a um falido para o colocar no mercado novamente está apenas perdendo tempo. O pobre que vai até o vizinho pobre, e implora para ajuda-lo em suas dificuldades, está apenas se preocupando em vão. O prisioneiro não pede ao seu companheiro de prisão para libertá-lo, o náufrago não chama seu camarada náufrago para o levar em segurança à costa. A ajuda, em todos estes casos deve vir de algum outro lugar: o alívio, em todos estes casos deve ser solicitado de alguma outra mão. Leitor, este é exatamente o mesmo em caso de purificação dos seus pecados. Desde que você busque eles do homem, ordenados ou não ordenados, você o busca onde não se pode encontrar. Você deve ir além: você deve olhar mais alto. Você deve se voltar para outro lugar para conforto. Não é pelo poder de nenhum homem na terra ou no céu tirar o fardo do pecado da alma de um irmão. “Nenhum deles de modo algum pode remir a seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele” (Salmos 49:7).
Leitor, milhares em todas as eras tentaram purificar a si mesmos de seus pecados nas formas que eu descrevi agora, e tentaram em vão. Milhares, eu não duvido, estão tentando neste exato momento, e se encontram “nada melhores, mas ainda piores”. Eles estão escalando um íngreme precipício de gelo, trabalhando duro e ainda assim escorregando pra trás, tão rápido quando eles escalam. Eles estão derramando água dentro de um barril cheio de furos, trabalhando ocupadamente e ainda assim, nada mais perto do fim de seu trabalho do que quando começaram. Eles estão remando um barco contra uma correnteza, trabalhando com o remo diligentemente, e ainda assim, na realidade perdendo terreno a cada minuto. Eles estão tentando construir um muro de areia solta, desgastando-se com o cansaço, e ainda assim vendo seu trabalho rolar sobre eles, tão rápido quanto eles o jogam para cima. Eles estão lutando para tirar água de um navio que está afundando; a água os vence e eles serão em breve afogados. Tal é a experiência, em cada parte do mundo, de todos aqueles que pensam purificar a si mesmos de seus pecados. Leitor, seja advertido hoje. Não seja um deles.
Cuidado, eu os imploro, com os medicamentos charlatanescos da religião. Cuidado com supor que penitência, reforma, formalidade e sacerdócio possam dar-lhe paz com Deus. Estas coisas não podem fazer isto. Isto não está nelas. O homem que diz que elas podem deve ser ignorante de duas coisas: ele não pode saber o comprimento e a largura da pecaminosidade do homem e ele não pode entender a altura e a profundidade da santidade de Deus. Nunca existiu homem ou mulher na terra que tentasse purificar-se de seus pecados e então obtivesse alívio.
Leitor, se você tiver descoberto essa verdade por experiência, seja diligente em reparti-la com outros. Mostre-os, tão claro como puder, a culpa e perigo deles por natureza. Diga-lhes, com não menos clareza, a imensa importância de ter seus pecados perdoados e purificados. Mas então advirta-os a não perder tempo buscando ser purificados em modismos ilícitos. Advirta-os contra o ilusório conselho da Sra. Legalidade e suas companheiras, tão vividamente descritas no “Peregrino”. Advirta-os contra os falsos remédios e medicamentos para a alma. Leve-os até o antigo portão descrito nas Escrituras, não importa quão duro ou áspero o caminho possa parecer. Diga-lhes que “é a velha estrada e o bom caminho”, e que, o que quer que os homens digam, é o único caminho para obter a purificação dos seus pecados.
IV. A quarta observação que eu tenho que fazer é esta. O sangue de Jesus pode purificar todos os seus pecados.
Leitor, eu entro nesta parte de meu folheto com um coração agradecido. Eu bendigo a Deus que depois de colocar diante de você a horrível natureza de sua doença espiritual, eu sou capaz de colocar diante de você um remédio poderoso. Mas eu sinto necessidade de me debruçar sobre este remédio por alguns minutos. Algo de tão maravilhosa eficácia como este sangue deve ser claramente entendido: não deve haver nenhuma imprecisão ou mistério em suas ideias sobre isto. Quando você ouvir sobre “o sangue de Jesus”, você deve compreender completamente o que a expressão significa.
O sangue de Jesus é o sangue vivo que Jesus verteu quando Ele morreu pelos pecadores na cruz. É o sangue que fluiu tão livremente de sua cabeça perfurada com espinhos, e suas mãos e pés perfurados com pregos, e seu lado perfurado com uma lança, no dia em que Ele foi crucificado e morto. A quantidade daquele sangue pode muito bem ter sido pequena; a aparência daquele sangue era sem dúvida como a do nosso; mas nunca desde o dia em que Adão foi primeiramente formado do pó da terra, foi derramado qualquer sangue de tamanha importância para a humanidade.
Foi sangue que havia sido desde muito aliançado e prometido. No dia em que o pecado veio ao mundo, Deus misericordiosamente empenhou que “a Semente da mulher esmagaria a cabeça da serpente”. Um nascido de mulher surgiria um dia, e libertaria os filhos de Adão do poder de Satanás. Aquela semente da mulher era Nosso Senhor Jesus Cristo. No dia em que Ele sofreu na cruz, Ele triunfou sobre Satanás e cumpriu a redenção para a humanidade. Quando Jesus verteu seu sangue vivo na cruz, a cabeça da serpente foi esmagada e a antiga promessa foi cumprida.
Foi sangue que foi desde muito tempo tipificado e prefigurado. Todo sacrifício que foi oferecido pelos patriarcas era um testemunho de sua fé em um sacrifício muito maior ainda por vir; cada derramamento do sangue de cordeiros e bodes sob a lei mosaica era para prefigurar a morte do verdadeiro Cordeiro de Deus pelo pecado do mundo. Quando Cristo foi crucificado, estes sacrifícios e tipos receberam seu total cumprimento. O verdadeiro sacrifício pelo pecado foi por fim oferecido; o real sangue expiatório foi por fim derramado. Desde aquele dia, as ofertas da lei mosaica não eram mais necessárias. O seu trabalho estava feito. Elas deveriam ser deixadas de lado. Foi o sangue que era de infinito mérito e valor aos olhos de Deus. Não era o sangue de alguém que não era nada mais do que um homem singularmente santo, mas de um que era companheiro do próprio Deus, o próprio Deus supremo. Não era o sangue de alguém que morreu involuntariamente, como um mártir pela verdade, mas alguém que voluntariamente encarregou-se de ser o Substituto e Procurador da humanidade, suportar seus pecados e carregar suas iniquidades. Fez expiação pelas transgressões da humanidade; pagou o enorme débito dos homens com Deus; forneceu uma maneira de justa reconciliação entre o homem pecador e seu santo Criador; fez um caminho do céu para a terra, pelo qual Deus poderia vir ao homem e mostrar misericórdia; fez um caminho da terra para o céu, pelo qual o homem poderia se aproximar de Deus, e ainda assim, não sentir medo. Sem isto, não poderia ter havido remissão do pecado. Através dele, Deus pode ser justo e ainda assim o justificador do ímpio. Dele, uma fonte foi formada, na qual os pecadores podem se lavar e ser limpos por toda a eternidade.
Leitor, este maravilhoso sangue de Jesus, aplicado à sua consciência, pode purifica-lo de todo pecado. Não importa quais seus pecados foram, “ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã” (Isaías 1:18). Dos pecados da juventude e dos pecados da maturidade; dos pecados da ignorância e dos pecados do conhecimento, dos pecados de prodigalidade aberta e dos pecados de vício secreto, dos pecados contra a lei e dos pecados contra o Evangelho, dos pecados de cabeça, coração, língua, pensamento e imaginação, dos pecados contra cada um dos dez mandamentos, de todos estes o sangue de Cristo pode nos libertar. Para este fim ele foi apontado; por este motivo ele foi derramado; por este propósito ele ainda é uma fonte aberta para toda a humanidade. Isto que você não pode fazer por você mesmo pode ser feito num instante por esta preciosa fonte. VOCÊ PODE TER TODOS OS SEUS PECADOS PURIFICADOS.
Neste sangue todos os santos mortos foram purificados previamente, os quais estão agora aguardando a ressurreição dos justos. Desde Abel, o primeiro dos quais nós lemos, até o último que tenha dormido hoje, eles todos “lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro” (Apocalipse 7:14). Nenhum entrou no descanso por suas próprias obras e merecimentos; nenhum se fez limpo diante de Deus por sua própria bondade e sua própria força. Eles todos “venceram pelo sangue do Cordeiro” (Apocalipse 12:11). E o testemunho deles no Paraíso é claro e distinto: “porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação” (Apocalipse 5:9).
Por este sangue, todos os santos de Deus vivos possuem paz e esperança agora; por ele possuem ousadia de entrar no Santo dos Santos; por ele eles são justificados e aproximados de Deus; por ele, suas consciências são diariamente purgadas e preenchidas com santa confiança. Sobre ele todos os crentes concordam, ainda que muitos deles possam divergir em outros assuntos. Episcopais e Presbiterianos, Batistas e Metodistas, todos são concordes que o sangue de Jesus é a única coisa que pode purificar a alma. Todos são concordes que em nós mesmos somos “infelizes e miseráveis, pobres, cegos e nus”. Mas todos são concordes que no sangue de Cristo o principal dos pecadores pode ser limpo.
Leitor, você gostaria de saber o que os ministro do Evangelho são ordenados para fazer? Nós não somos separados para fazer nada que cultos, administrar sacramentos, e casar pessoas e enterrar os mortos. Nós não somos destinados a fazer nada mais que mostrá-los a igreja, ou nós mesmos, ou nosso grupo. Nós somos enviados para o trabalho de mostrar aos homens o sangue de Cristo; e a não ser que estejamos continuamente fazendo isto, nós não somos verdadeiros ministros do Evangelho.
Leitor, você gostaria de saber qual é o desejo do nosso coração e oração para as almas para as quais nós ministramos? Nós queremos trazê-las para o sangue de Cristo. Nós não nos contentamos em ver nossas igrejas cheias e nossos cultos bem frequentados, nossas congregações numerosas, e nossa causa florescendo exteriormente. Nós queremos ver homens e mulheres vindo à grande Fonte pelo pecado e impureza, e lavando suas almas nela, para que possam ser limpas. Somente aqui há descanso para a consciência. Somente aqui há paz para o homem interior. Somente aqui há cura para as doenças espirituais. Somente aqui está o segredo para um coração leve e feliz. Sem dúvida que nós temos dentro de nós uma fonte de mal e corrupção; mas bendito seja Deus, há outra Fonte, de ainda maior poder; o mesmo sangue precioso do Cordeiro: e, nos lavando diariamente nesta outra Fonte, nós somos limpos de todo pecado.
V. A quinta e última observação que eu tenho a fazer é esta. Fé é absolutamente necessária, e a única coisa necessária, para dar-lhe a vantagem do sangue purificador de Cristo.
Leitor, eu peço sua especial atenção a este ponto. Um erro aqui é frequentemente desastroso para a alma do homem. É uma grande ruptura na raiz de seu cristianismo se você não ver claramente o verdadeiro caminho de união entre Cristo e a alma – Este caminho é a fé.
Membresia na igreja e recepção dos sacramentos não são prova de que você é lavado no sangue de Cristo. Milhares frequentam um lugar cristão de adoração, e recebem a ceia do Senhor das mãos de ministros cristãos, e ainda assim mostram claramente que eles não são purificados dos seus pecados. Cuidado com desprezar os meios da graça, se você tem qualquer desejo de ser salvo. Mas nunca, nunca esqueça que membresia em igreja não é fé.
Fé é a única coisa necessária para dar-lhe o benefício do sangue purificador de Cristo. Ele é chamado de “propiciação pela fé em seu sangue”. “Aquele que nele crê tem a vida eterna”. “Por ele todos os que creem são justificados em todas as coisas”. “Sendo justificados pela fé nós temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo”. A sabedoria de todo o mundo nunca irá prover uma melhor resposta a um inquiridor do que aquela que Paulo deu ao carcereiro filipino: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo”. “Estás convencido do pecado?” diz o Evangelho. “Tu realmente vês que tu tens muitos pecados, e mereces o inferno? Tu renuncias a toda esperança de limpar a ti mesmo dos teus pecados por teu próprio poder? Então tu és exatamente o homem para quem o Evangelho traz conforto. Veja o sangue expiatório de Cristo! Apenas confie nele e neste dia tu serás purificado” – É apenas “crer e ter”. É apenas “crer e ser limpo”. Deixe aqueles que chamarão tal doutrina discurso e entusiasmo. Eu ouso chamá-la por outro nome. É o “glorioso Evangelho” da graça de Deus.
Leitor, eu peço que você não entenda errado o que quero dizer em falar assim da fé. Eu não lhe digo que fé é a única marca do homem cujos pecados são purificados. Eu não digo que a fé que dá ao homem interesse no sangue expiatório de Cristo, é encontrada sozinha. A fé salvífica não é graça estéril, solitária. Ela é sempre acompanhada por arrependimento e santidade pessoal – Mas isto eu digo confiantemente, que em matéria de dar à alma interesse em Cristo, a fé é a única coisa necessária. Em matéria de justificação diante de Deus, a fé, eu repito enfaticamente, a fé está sozinha. A fé é a mão que se prende a Cristo. A fé começa, a fé continua, a fé mantém o pedido que o pecador faz ao Salvador. Pela fé nós somos justificados. Pela fé, nós banhamos nossas almas na grande Fonte para o pecado. Pela fé nós continuamos obtendo suprimentos frescos de misericórdia perdoadora ao longo de toda nossa jornada. Pela fé nos vivemos, e pela fé permanecemos.
Leitor, absolutamente nada além desta fé e necessário, para sua completa justificação e purificação de todo o pecado. Deixe que isto mergulhe profundamente em sua mente. Onde está o homem que deseja desfrutar real conforto do Evangelho? Procure, eu lhe suplico, ter claras e simples visões da natureza da fé salvífica. Cuidado com aquelas obscuras, confusas e turvas noções de fé, pelas quais muitos angustiam suas almas. Repudie de sua mente a ideia de que fé é um mero ato do intelecto. Não é um parecer favorável de doutrinas ou artigos; não é a crença nos livros “Evidencias” de Payle ou “Exposição do Credo” do Bispo Pearson. É simplesmente o aperto de um coração contrito na mão estendida do Todo-Poderoso Salvador – o repouso de uma cabeça cansada no seio de um Amigo Todo-Poderoso. Jogue fora toda a ideia de obras, ou mérito, obra, realização, pagar, dar, ou comprar, ou trabalhar, no ato de crer em Cristo. Entenda que a fé não é dar, mas receber, não é pagar, mas receber, não é comprar, mas ser enriquecido. É o olho que olha para a serpente de bronze, e olhando obtém a vida e saúde; é a boca que toma o medicamento reanimador, e o tomando recebe força e vigor para todo o corpo; é a mão do homem que se afoga que se aperta na corda jogada a ele, e apertando, permite que ele seja puxado das águas profundas são e salvo. Isto, e nada mais do que isto, é a verdadeira ideia de fé salvífica. Isto e apenas isto é a fé que é necessária para dar-lhe uma vantagem no sangue de Cristo. Creia desta forma e seus pecados serão de uma vez purificados!
Leitor, absolutamente nada, exceto esta fé, irá dar-lhe um interesse no sangue purificador de Cristo. Você pode ir diariamente à igreja de Cristo, você pode frequentemente usar o nome de Cristo; você pode curvar a cabeça ao nome de Jesus; você pode comer do pão e do vinho que Cristo ordenou que fosse recebido. Mas todo este tempo, sem fé, você não tem parte nem sorte em Cristo: sem fé, na medida em que se considere você, o sangue de Cristo foi derramado em vão. Eu desejo inserir meu solene protesto contra as noções modernas que prevalecem neste assunto solene. Eu protesto contra a opinião que muitos agora mantém, de que qualquer um é salvo por Cristo, excetuando os que creem. Há muita conversa vaga em alguns bairros sobre a paternidade de Deus e o amor de Deus, como se nós que somos chamados evangélicos negássemos essas verdades gloriosas. Nós não as negamos de forma nenhuma: nós as sustentamos tão fortemente quanto qualquer um. Não damos lugar a nenhum homem neste assunto. Mas nós negamos completamente que Deus é o Pai espiritual de qualquer um, exceto aqueles que são seus filhos pela fé em Cristo. Nós negamos completamente que os homens têm direito a se confortar no amor de Deus, exceto se eles crerem n’Ele, através de quem este amor foi manifestado, seu querido Filho. O sangue expiatório do Filho de Deus é a grande exibição do amor de Deus para com os pecadores. O pecador que deseja ser salvo, deve lidar pessoalmente com Ele que derramou este sangue. Pela fé pessoal ele deve se lavar nele; pela fé pessoal ele deve beber dele; pela fé pessoal ele deve reivindicar todas as suas bênçãos: sem esta fé, não pode haver salvação.
Leitor, você saberia que os objetos principais que nós, ministros, temos em vista em nossas pregações? Nós pregamos que você pode crer. Fé é o que nós desejamos ver produzido em suas almas; fé é o que, uma vez produzido, desejamos ver crescer. Nos regozijamos em ver você vir regularmente para ouvir o Evangelho; nos regozijamos em ver uma congregação de adoradores ordenada, bem comportada: mas fé, fé, fé, é o grande resultado o qual nós desejamos ver em suas almas. Sem fé nós não podemos nos sentir confortáveis sobre vocês; sem fé vocês estão em iminente perigo do inferno. Conforme a sua fé será a força de seu Cristianismo; conforme o grau de sua fé será o aumento de sua paz e esperança, e a proximidade de sua caminhada com Deus. Leitor, você não irá se perguntar que não há nada que nós nos preocupamos tanto como sua crença.
Apresso-me em trazer minhas observações a uma conclusão. Eu tentei mostrar-lhe cinco coisas e me esforcei a coloca-las diante de você em linguagem clara.
(1) Eu disse a você que você tem muitos pecados. (2) Eu disse a você que é de suma importância ter esses pecados purificados. (3) Eu disse a você que você não pode purificar seus próprios pecados. (4) Eu disse a você que o sangue de Cristo purifica de todo pecado. (5) Eu disse a você que somente a fé é necessária, mas absolutamente necessária para dar-lhe qualquer interesse no sangue de Cristo; eu disse a você o que eu estou firmemente convencido que é a verdade de Deus. – a verdade em que eu desejo viver e morrer. Eu oro a Deus que o Espírito Santo possa aplicar esta verdade em muitas almas.
Leitor, eu vou encerrar todo este assunto com três palavras de despedida. Nossos anos estão passando rapidamente. A noite vem, em que nenhum homem pode trabalhar. Ainda pouco tempo e nosso lugar em outro mundo será estabelecido para toda a eternidade. Mais alguns anos e nós estaremos no céu ou no inferno. Certamente, este fato apenas deve nos colocar para pensar. Tenham paciência comigo enquanto eu tento voltar seus pensamentos em uma direção proveitosa; tenha paciência comigo enquanto, como um amigo e irmão, eu tento falar a você sobre a sua alma.
- Minha primeira palavra de aplicação será uma pergunta. Eu a direciono a todos em cujas mãos este folheto caia, sem distinção ou exceção. É uma pergunta que diz respeito profundamente a todo homem, mulher, e criança no mundo, qualquer que seja sua categoria ou posição; é essa pergunta que forma o título deste folheto “Onde estão os seus pecados?”.
Leitor, lembre-se, eu não pergunto qual a sua religião; eu não pergunto a você para onde você vai, ou quem você escuta, ou a que partido você pertence, ou quais são suas opiniões particulares sobre a Igreja ou Dissidência. Eu deixo estes assuntos de lado. Eu estou cansado de ver a enorme perda de tempo da qual multidões de pessoas são anualmente culpadas a respeito deste assunto: Eu sou a favor das realidades e substância de Cristo; eu quero fixar sua atenção nas coisas que parecerão importantes na hora da morte e no último dia. E eu digo ousadamente, que uma das primeiras questões que demandam sua atenção é a questão do meu folheto: “Onde estão os seus pecados?”.
Não estou perguntando o que você pretende, ou quer dizer, ou espera, ou resolve visar, em um tempo futuro; eu deixo tudo isto para crianças e tolos. Amanhã é o dia do diabo, mas hoje é o dia de Deus. E aqui, como na visão de Deus, este mesmo dia, enquanto você está lendo meu folheto, eu peço a você que responda a minha questão: “Onde estão os seus pecados?”
Leitor, eu peço que você marque o que eu vou dizer. Eu digo isto calmamente, deliberadamente, e com delicadeza: eu digo a você que neste momento há apenas dois lugares em que seus pecados podem estar, e eu desafio a sabedoria do mundo em encontrar um terceiro. Ou os seus pecados estão SOBRE VOCÊ MESMO, não perdoados, não purificados, não lavados, – Afogando-o diariamente mais perto do inferno! Ou então os seus pecados estão SOBRE CRISTO, levados, perdoados, riscados, e purificados pelo sangue precioso de Cristo! Eu sou absolutamente incapaz de ver qualquer terceiro lugar no qual os pecados de um homem podem possivelmente estar; Eu sou absolutamente incapaz de descobrir uma terceira alternativa. Perdoados ou não perdoados, perdoados ou não perdoados, purificados ou não purificados, isto, de acordo com a Bíblia, é a exata posição dos pecados de todos. Leitor, como é isto com você? “Onde estão os seus pecados?”.
Eu oro para que você deixe esta questão no seu coração, e nunca descanse até que você possa dar a ela uma resposta; Eu suplico que você examine o seu próprio estado, para provar sua própria condição espiritual, e encontrar quantos assuntos ficam entre você e Deus. Deixe que o tempo passado baste para banalidades e indecisões sobre a sua alma.
Desista disso, desista disso, desista disso para sempre. Deixe que o tempo passado baste para uma religião meramente formal, sem objetivo, sem sentido, e sem conforto. Deixe-a de lado, deixe-a de lado, deixe-a de lado para sempre. Seja real; Seja minucioso, seja sério. Lide com sua alma como um ser razoável; lide com ela como alguém que sente que interesses eternos estão em jogo; lide com ela como alguém que mudou de ideia e está determinado a não viver mais em suspense. Oh, resolva isto neste mesmo dia para encontrar uma resposta para a minha pergunta: “Onde estão os seus pecados?” Eles estão em você ou estão em Cristo?
- Minha segunda palavra de aplicação será um convite. Eu o direciono a todo o que se sentem incapazes de dar uma resposta satisfatória para a pergunta do meu folheto; eu a direciono a todos os que se sentem em pecado, perdidos, condenados, inaptos para morrer. É este convite que é a glória do Evangelho. Eu o digo, “Venha para Cristo e seja purificado no seu sangue sem demora”.
Eu não sei o que você pode ter sido em sua vida passada: não importa. Você pode ter quebrado todos os mandamentos sob o céu; você pode ter pecado com alta mão contra a luz e o conhecimento; você pode ter desprezado os avisos de um pai e as lágrimas de uma mãe; você pode ter corrido avidamente para cada excesso de tumulto, e mergulhado em todo tipo de libertinagem abominável; você pode ter voltado às costas completamente a Deus, Seu dia, Sua casa, Seus ministros, Sua Palavra, eu digo novamente, não importa. Você sente os seus pecados? Você está farto deles? Você se envergonha deles? Você está cansado deles? Então venha para Deus assim como você está e o sangue de Cristo o fará limpo.
Eu vejo que você está hesitando, duvidando e supondo que as notícias são boas demais para serem verdade; Eu vejo o diabo sussurrando no seu ouvido: “Você é muito mau; você é muito ruim para ser salvo”. Eu o comando, em nome de Deus, a não dar espaço a tais dúvidas. Eu o lembro que Satanás sempre foi um mentiroso. Uma vez ele lhe disse que era “muito cedo” para religião: agora ele diz que é “muito tarde”. Eu lhe digo, confiantemente, que Jesus Cristo é capaz de salvar completamente todos aqueles que se vem a Deus por Ele; eu lhe digo confiantemente que Ele recebeu, purificou e perdoou milhares tão maus quanto você: Ele nunca muda. Apenas venha a Ele, e Seu sangue o purificará de todo o pecado.
Eu posso muito bem imaginar que você se sente em perda e não sabe o que fazer; eu posso muito bem acreditar que você não vê para qual lado se virar, ou qual passo tomar, ou em que maneira seguir meu conselho. Eu o convido a ir e dizer isto ao Senhor Jesus Cristo! Eu o convido a buscar um lugar quieto e solitário e derramar o seu coração diante dEle: diga-lhe que você é um pobre miserável pecador; diga-lhe que você não sabe como orar, ou o que dizer, ou o que fazer. Mas diga-lhe que você ouviu algo sobre o Seu sangue purificar o homem de todo o pecado, e suplique-o a pensar sobre você e purificar a sua alma. Oh, leitor, siga este conselho – e quem sabe você poderá dizer um dia, “O sangue de Cristo verdadeiramente purifica o homem de todo o pecado”.
Leitor, pela última vez, eu ofereço meu convite. Eu estou no bote salva-vidas ao lado dos destroços aos quais você está se apegando, e eu suplico que você entre. Este dia já é passado; a noite este vindo; as nuvens estão se juntando; as ondas estão subindo. Ainda pouco tempo e os velhos destroços deste mundo irão se despedaçar. Entre no bote salva-vidas; entre e fique seguro: venha para o sangue de Cristo; lave-se e fique limpo: venha com todos os seus pecados para Cristo e lance-os NEle, Ele os suportará; Ele os purificará; Ele os perdoará. Apenas creia e seja salvo.
- Minha terceira palavra será uma exortação. Eu a direciono a todos os que têm sido ensinados pelo Espírito a sentir os seus pecados e fugiram para a esperança posta diante deles no Evangelho; eu a direciono a todo os que descobriram a grande verdade que eles são pecadores culpados, e se lavaram no sangue de Cristo para ter seus pecados purificados. Essa exortação deve ser curta e simples. Eu os convido a “agarrarem-se a Cristo”.
Agarre-se a Cristo, eu digo: e nunca esqueça sua dívida com Ele. Pecadores vocês eram, quando foram chamados pelo Espírito Santo, e correram para Jesus. Pecadores vocês foram, mesmo em sua cama, desde a sua conversão. Pecadores vocês serão até a hora da morte, nada tendo de que se vangloriar em vocês mesmos. Então, agarrem-se a Cristo. Agarre-se a Cristo, eu digo: e faça uso do seu Sangue purificador todos os dias. Vá a Ele todas as manhãs, como seu sacrifício matinal e confesse sua necessidade de Sua Salvação. Vá a Ele todas as noites, depois do alvoroço do dia e pleiteie por nova absolvição. Lave-se na grande fonte todas as noites, depois de toda a corrupção do contato com o mundo. “Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés” (João 13:10).
Agarre-se a Cristo, eu digo: e mostre ao mundo o quanto você o ama. Mostre isto por obediência aos Seus mandamentos. Mostre isto por conformidade com Sua imagem. Mostre isto seguindo seu exemplo. Faça a causa de seu Mestre adorável e bela diante dos homens, pela sua própria santidade de temperamento e conversação. Deixe que o mundo veja que aquele que muito é perdoado é o que ama mais, e que o que ama mais é o que mais faz por Cristo (Lucas 7:47).
Agarre-se a Cristo, eu digo, e tenha altos pensamentos sobre a expiação que Seu sangue fez na cruz. Pense grandemente em Sua encarnação e Seu exemplo; pense grandemente sobre Seus milagres e Suas palavras; pense grandemente de Sua ressurreição e intercessão, e Sua segunda vinda. Mas pense muito mais grandiosamente no sacrifício de Cristo e na propiciação feita por Sua morte. Contenda seriamente pela antiga fé a respeito de Sua expiação. Veja, na velha doutrina que Ele morreu como um substituto pelos pecadores, a única solução de milhares de passagens no Antigo Testamento e centenas de passagens no Novo. Nunca, nunca se envergonhe de deixar os homens saberem que você obtém todo seu conforto do sangue expiatório de Cristo, e de Sua substituição a você na Cruz.
Agarre-se a Cristo, eu digo, por último: e faça muito das verdades fundamentais a respeito da salvação pelo Seu sangue. Estas são os velhos amigos aos quais nossas almas irão se voltar na hora de nossa partida. Estas são as velhas doutrinas sobre as quais devemos apoiar nossas cabeças doloridas, quando a vida e a morte estão à vista. Nós não devemos nos perguntar então se nós fomos episcopais ou presbiterianos, clérigos ou dissidentes. Nós não devemos nos confortar então em noções e invenções humanas ultramodernas; no batismo e membresia de igreja; em seitas e partidos; em cerimônias e formas. Nada então irá nos fazer bem, que não o sangue de Cristo. Nada nos apoiará então que não o testemunho do Espírito, que no sangue de Jesus nós nos lavamos, e por aquele sangue nos fizemos limpos.
Leitor, eu recomendo estas coisas à sua atenção. Se você nunca conheceu estas coisas antes, que você logo se torne íntimo delas! Se você as conheceu num tempo passado, que você as possa conhecer melhor no porvir! Nós nunca podemos saber muito bem a resposta certa para a poderosa questão – “Onde estão os seus pecados?“.
John Charles Ryle (10 de maio de 1816 – 10 de junho de 1900) foi o primeiro Bispo de Liverpool da Igreja da Inglaterra. Ryle nasceu em Macclesfield, e foi educado em “Etoneem Christ Church”, Oxford. Traduzido de Evangelical Tracts.