O Senhor Jesus Cristo

Desde o princípio do Novo Testamento que o Espírito de Deus nos dá a conhecer Aquele que é intermediário entre Deus e os homens, o Mediador. Não podia ser achado entre os filhos dos homens, porque todos estavam mesclados com o pecado (Rm 3:10). Os esforços desta raça culpável demonstraram ser inúteis para produzir qualquer melhoria. Não obstante, Deus queria estabelecer uma nova relação entre Ele e a Sua Criatura. E o único meio possível era o envio de Seu Filho, era a vinda de Jesus à Terra, Emanuel, Deus conosco! (Mt 1:23).

De um lado temos o Deus Santo e do outro o homem pecador. Como reconciliar estas duas partes? Encontramos perguntas semelhantes a esta no Livro de Jó, cuja história nos leva a tempos muito antigos.

Surgem, então, alguns questionamentos:

  • “Como se justificaria o homem para com Deus?” (Jó 9:2);
  • “Que é o homem, para que seja puro? E o que nasce da mulher, para que fique justo?” (Jó 15:14);
  • “Como, pois, seria justo o homem perante Deus, e como seria puro aquele que nasce da mulher?” (Jó 25:4);
  • “Ah! se alguém pudesse contender com Deus pelo homem!” (Jó 16:21).

Neste mesmo livro encontramos uma resposta, dada pelo Espírito de Deus, pela boca do sábio e humilde Eliú: “Se com ele, pois, houver um mensageiro, um intérprete, um entre milhares, para declarar ao homem a sua retidão, então terá misericórdia dele, e lhe dirá: Livra-o, que não desça à cova; já achei resgate” (Jó 33:23-24).

Quem é Jesus?

A Sua Natureza Divina

  • “Estando Maria desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo. Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente. E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de David, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo; e dará à luz um filho, e chamarás o seu nome Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados. Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito, da parte do Senhor, pelo profeta que diz: Eis que a virgem conceberá) e dará à luz um filho e chamá-lo-ão pelo nome de EMMANUEL, que traduzido e Deus conosco” (Mt 1:18-23);
  • “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo, o qual, sendo o resplendor da sua glória e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito, por si mesmo, a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas” (Hb 1:1-3);
  • “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1:1).

A Sua Natureza Humana

  • “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1:14);
  • “Grande é o mistério da piedade: Aquele que se manifestou em carne” (I Tm 3:16);
  • “Vemos coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos” (Hb 2:9);
  • “Eu sou o primeiro c o último; e o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre” (Ap 1:17-18).

A realidade da natureza humana de Jesus é demonstrada amplamente nos Evangelhos, e o testemunho que dela rendem os apóstolos faz com que esta verdade seja ainda mais credível. Queremos apenas juntar três versículos que indicam a perfeição absoluta da humanidade que revestiu a nosso Senhor, pois, embora participando da carne e do sangue, não teve a natureza pecadora do homem:

  • “Aquele que não conheceu pecado” (II Cor 5:21);
  • “O qual não cometeu pecado” (I Pe 2:22);
  • “Nele não há pecado” (I Jo 3:5).

A união da natureza humana e da natureza divina. numa mesma Pessoa é um mistério que não nos cabe analisar. A Palavra de Deus o declara, e nós acreditamos e adoramos. Aliás, já os profetas o tinham anunciado, como vemos nesta passagem, de Isaias: “Um menino nos nasceu (a humanidade), um filho se nos deu (a divindade), e o principado está sobre os seus ombros;.. e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro,, Deus Forte, Pai. da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9:6).

Estes diversos títulos demonstram, um por um, a Sua divindade e a Sua humanidade. Ele exercerá os direitos conferidos pelos. ditos títulos segundo o Seu poder, divino e na, qualidade de Filho do homem, conforme Ele mesmo disse: “Porque, como o Pai tem a vida em Si mesmo, assim deu também ao Filho ter.. a vida em Si mesmo; e deu-lhe o poder de exercer o Juízo, porque é o Filho do homem (Jo 5:26-27).A Obra de Jesus

“O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10:45).

Veio para servir a Deus, Seu Pai, mas também para servir ao Seu povo – servi-lo durante o tempo do ministério da Sua graça. Vindo com a mais profunda humildade, tomou a forma de servo (Fp 2:7), e estava entre os Seus “como aquele que serve” (Lc 22:27).

A perfeição do Seu serviço em favor dos Seus só é comparável à perfeição da Sua abnegação. Este humilde serviço leva o Senhor a lavar os pés dos Seus discípulos, depois de Se ter cingido com uma toalha para os enxugar. Nada é demasiado pequeno nem demasiado modesto para o Servo perfeito, cujo único gozo era cumprir a vontade d’Aquele que O tinha enviado.

“Eu sou o Bom Pastor; o Bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10:11). Jesus pôs a Sua vida ao serviço dos Seus durante o Seu ministério, e, mais ainda, a Sua vida foi dada “em resgate de muitos”.

Mencionemos, segundo as Escrituras, diversos aspectos da morte do Senhor Jesus sobre a Cruz do

Calvário:

  • “O qual se deu a si mesmo por nossos pecados” (Gl 1:4);
  • “Jesus Cristo homem, o qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos” (I Tm 2:5-6);
  • “Levando ele mesmo, em seu corpo, os nossos pecados sobre o madeiro” (I Pe 2:24);
  • “O qual, por nossos pecados, foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação” (Rm 4:25);
  • “Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave” (Ef 5:2);
  • “Pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus” (Hb 9:14);
  • “Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida, para tornar a tomá-la” (Jo 10:17).

Muitos outros versículos da Palavra de Deus poderiam ser citados e todos nos mostrariam os dois grandes propósitos da morte de Jesus sobre a Cruz: Primeiro, a reivindicação da glória de Deus, segundo, os direitos da Sua Justiça e da Sua Santidade; e, simultaneamente, a salvação do homem e a purificação do seu pecado.

O Triunfo de Jesus

Pela morte, Ele aniquilou “o que tinha o império da morte, isto é, o Diabo” (Hb 2:14). Na Cruz, Ele triunfou sobre as potências tenebrosas, despojou-as e exibiu-as publicamente (Cl 2:15). Ao terminar as horas do Calvário, antes de entregar o Seu espírito nas mãos do Pai, disse: “Está consumado” (Jo 19:30). Entra nos domínios da morte como vencedor, porque esta fortaleza inexpugnável, guardada pelo próprio Satanás, lhe foi desde então conferida: “Quebrou as portas dê bronze e despedaçou os ferrolhos de ferro” (Sl 107:16).

Nada vai impedir que a morte devolva a sua presa nem que o sepulcro, não obstante a pesada pedra colocada na sua entrada, seja aberto e encontrado vazio! “Tragada foi a morte na vitória” (I Cor 15:54). As provas que certificam esta verdade capital são numerosas: “Cristo ressuscitou dos mortos” (I Cor 15:20). Este grande acontecimento é o fundamento da fé cristã, pelo que não nos surpreende que os detratores do Evangelho se tenham assanhado contra esta grande verdade.

O triunfo de Jesus não se limita apenas à Sua ressurreição: “Vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a Sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida” (Jo 5:28-29). Por outro lado, o domínio universal será dado Àquele que morreu na Cruz e que ressuscitou. Numerosos textos da Palavra de Deus nos falam deste glorioso triunfo.

Sem os transcrevermos, propomos aos nossos amados leitores que os busquem na sua Bíblia, deixando-lhes assim a possibilidade de descobrirem muitos outros:

  • A história de José (Gn 37-41);
  • A história de Mardoqueu (Et 5-8);
  • Os Salmos 2, 8, 21, 22, 24, 45, 110, entre outros;
  • Ap 19:6-16).

“Os profetas que profetizaram… anteriormente, testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir” (I Pe 1:10-11).

“Era desprezado, e o mais rejeitado pelos homens; homem de dores, e experimentado nos trabalhos… verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputámos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades. O castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is 53:3-4).

F. Gfeller – “Leituras Cristãs”.

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