O Primeiro Clamor Na Cruz
E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as suas vestes, lançaram sortes (Lc 23.34). Nosso Senhor estava sofrendo naquele momento as primeiras dores da crucificação; os carrascos tinham acabado de pregar suas mão e pés na cruz com pregos. Além disso, Ele devia estar tremendamente cansado e reduzido a uma condição de extrema debilidade pela agonia da noite no Getesêmani e pelos açoites, ofensas e insultos que tinha recebido de Caifás, Pilatos, Herodes e dos guardas pretorianos durante toda aquela manhã.
No entanto, nem a fraqueza do que havia passado nem a dor do presente o impediram de continuar em oração. O Cordeiro de Deus guardava silêncio com os homens mas não com Deus. Mudo como uma ovelha diante dos seus tosquiadores, e não tinha nenhuma palavra para dizer em defesa própria diante de homem algum, mas continuava clamando a Seu Pai em Seu coração, e nem a dor e a debilidade puderam calar Suas santas súplicas.
Amados, que grande exemplos nos apresenta nosso Senhor neste ponto! Temos de continuar orando enquanto nosso coração continuar batendo; nenhum sofrimento, por maior que seja, deve nos separar do trono da graça, mas deve nos aproximar mais dele:
“Os cristãos devem orar enquanto viverem, Pois só quando oram, vivem”.
Parar de orar é renunciar as consolações que nosso caso requer. Em todas as tribulações do espírito e opressões do coração, grande Deus, ajuda-nos a continuar orando, e que nossos pés não se afastem do propiciatório levados pelo desespero.
Nosso bendito Redentor perseverou em oração quando o ferro cruel rasgava seus nervos sensíveis e os repetidos golpes do martelo abalavam todo Seu corpo em agonia; e essa perseverança é explicada pelo fato d’Ele ter um hábito tão profundo de orar que não podia deixar de fazê-lo; Ele havia adquirido uma poderosa constância na intercessão que o impedia de desistir ou parar. As longas noites que Ele havia passado nas colinas frias da montanha em solidão, as abundantes palavras que elevava ao céu, desenvolveram n’Ele um hábito tão enraizado que nem mesmo os mais severos tormentos podiam sua força deter.
No entanto, era algo mais que um hábito. Nosso Senhor batizado no espírito de oração; vivia nesse espírito e esse espírito vivia nele; chegando a ser um elemento de Sua Natureza. Ele era como uma especiaria preciosa que ao ser feria não deixa de exalar ser perfume e que produz em maior abundância e medida que os golpes aumentam, pois sua fragrância não é uma qualidade externa e superficial, mas uma virtude interior e essencial da sua natureza, que é revelada mais e mais pelos golpes sobre seu corpo e que revelam a secreta doçura de sua alma.
Como um feixe de mirra produz seu aroma e como os pássaros cantam porque não podem fazer outra coisa, assim também Jesus ora. A oração cobria sua própria alma como se fosse um manto, e seu coração aparece vestido dessa maneira. Eu repito que esse deve ser o nosso exemplo e não devemos cessar de orar nunca, em nenhuma circunstância, por mais severa que seja a tribulação e por mais deprimente que seja uma dificuldade.
Além disso, prestem atenção na oração que estamos considerando, que nosso Senhor permanece na força da fé no que diz respeito a sua condição de Filho. A extrema prova que lhe acometia naquele instante não podia impedir de se apegar firmemente a Sua condição de Filho. Sua oração começa assim: “Pai”. Não foi desprovido de significado que Ele nos ensinou a dizer quando orarmos: “Pai nosso”, pois nossa vitória na oração dependerá muito de nossa confiança em nosso relacionamento com Deus. Sob o peso enorme de grandes perdas e cruzes, somos inclinados a pensar que Deus não está tratando conosco como um pai para com seu filho, mas como um juiz severo com um criminoso condenado; mas o clamor de Cristo quando é conduzido a extrema dor que nós nunca experimentaremos, não mostra nenhuma hesitação no espírito de sua condição de Filho.
Quando o suor de sangue caiu abundantemente sobre o solo do Getsêmani, Seu clamor mais amargo começou assim: “Meu Pai”, pedindo que se fosse possível o Cálice passasse dEle; argumentava com o Pai como Seu Pai, tal como lhe chamou outra vez naquela escura e triste noite. Aqui Ele diz outra vez, nesta primeira frase das sete que pronunciou quando expirava: “Pai”. Oh! Que o Espírito que nos faz clamar: “Abba, Pai,” nunca deixe de operar em nós! Nós jamais seremos levados a escravidão espiritual por Sua operação: “Se és Filho de Deus”, se o tentador nos assedia, podemos triunfar como o fez Jesus faminto no deserto.
Que o Espírito que clama: “Abba, Pai!”, expulse todo medo incrédulo. Quando somos disciplinados, como temos de ser ( “porque que filho há a quem o pai não disciplina?), que possamos estar em amorosa sujeição ao Pai de nossos espíritos, e viver, sem nunca nos tornarmos cativos de um espírito de servidão, para duvidar do amor do nosso Pai misericordioso, ou duvidar de nossa adoção.
Mas notável porém, é o fato de que a oração de nosso Senhor a Seu Pai não pedia nada para si mesmo. É certo que na cruz Ele continuou orando por si mesmo, e que Sua palavra de lamento: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”, mostra a personalidade de Sua oração; mas a primeira das sete grandiosas frases pronunciadas na cruz não tem sequer uma escassa referência indireta a Si mesmo. Ele disse: “Pai, perdoa-lhes”. A petição é inteiramente para os outros, e embora se ache uma alusão as atrocidades que lhe estavam impondo, no entanto, você notará que Ele não diz: “Eu os perdôo” – não podemos perder de vista aqui o fato de que em Sua mente o Mal que estava sendo feito era ao Pai, o insulto que estavam lançando sobre o Pai na Pessoa de Seu Filho; ou seja, não pensava em si mesmo nem nisso. O clamor: “Pai, perdoa-lhes” é completamente desinteressado. Ele mesmo é na oração como se não fosse, tão completa é sua aniquilação que perde de vista a Sua pessoa e Sua aflição.
Meus irmãos, se houve um momento na vida do Filho do Homem quando Ele poderia limitar estritamente sua oração a si mesmo sem merecer qualquer crítica por fazê-lo, seguramente teria sido quando estava começando suas angústias de morte. Se um homem é jogado em uma fogueira ou pregado numa cruz, não pode ser surpresa se suas primeira oração e até sua última, e todas as orações fossem petições pessoais de apoio dentro de uma tribulação tão grave.
Porém, veja, o Senhor Jesus começou Sua oração pedindo por outros. Não vemos que um grande coração é revelado aqui? Que alma de compaixão havia no Crucificado! Quão semelhante a Deus, quão divino! Houve em algum tempo alguém como Ele, que em suas próprias angústias da morte ofereceu sua primeira oração em intercessão de outros? Esse mesmo espírito de abnegação deve estar em vocês também, meus irmãos. Que ninguém olhe para suas próprias coisas, antes porém, todo homem deve olhar para as necessidades dos demais. Amem os seus semelhante como a si mesmos, como Cristo colocou diante de vocês este excelente modelo de abnegação, procurem seguir os passos de Jesus.
No entanto, há uma joias uprema na coroa do amor glorioso. O Sol da Justiça se oculta no Calvário em um grande esplendor; mas em meio as brilhantes cores que glorificam Sua partida, há um em particular: A oração não era só pelos outros, mas pedia por seus inimigos mais cruéis. E temos que considerar algo mais. Não era uma oração por inimigos que lhe haviam feito mal anos antes, mas aqueles que estavam ali assassinando-o naquele momento. Não foi com a cabeça fria que nosso Salvador orou, depois de ter passado muito tempo e poder então perdoar mais facilmente, mas foi no momento em que as primeiras gotas de sangue manchavam suas mãos quando as pregavam na cruz, quando o martelo estava sendo salpicado com as gotas vermelhas como carmesim, seus lábios benditos pronunciaram a fresca e cálida oração: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”.
Digo que esta oração não está limitada aos seus carrascos imediatos. Eu creio que é uma oração de grande alcance que incluía os escribas e os fariseus, a Pilatos e a Herodes, os judeus e os gentios, sim, a toda a raça humana num certo sentido, pois todos estávamos envolvidos naquele assassinato; mas certamente as pessoas imediatas sobre as quais foi pronunciada essa oração como um precioso perfume de nardo, eram aqueles que estavam ali naquele momento cometendo o ato brutal de cravá-lo no madeiro maldito.
Quão sublime é esta oração quando é considerada debaixo dessa luz. Ela é única e está sobre um monte de glória solitário. Nenhuma outra oração como essa havia sido pronunciada antes. É certo que Abraão, Moisés e os profetas haviam orado pelos perversos; mas não por homens perversos que haviam perfurado suas mãos e pés. É certo que os cristãos tem oferecido essa mesma oração desde aquele dia, tal como Estevão clamou: “Não lhes imputes esse pecado”, e as palavras de muitos mártires na fogueira tem sido palavras de piedosa intercessão por seus perseguidores, mas vocês sabem onde eles aprenderam isto. Mas desejo perguntar-lhes: “Onde Ele Aprendeu?”. Não foi Jesus o original divino? Ele não aprendeu em nenhuma parte, brotou de sua própria natureza semelhante ao Pai. Uma compaixão peculiar a si mesmo ditou a originalidade desta oração; a realeza íntima de Seu coração cheio de amor lhe sugeriu uma intercessão tão memorável que pode servir de modelo, mas da qual não havia nenhum modelo anterior. Penso que seria melhor neste momento me ajoelhar diante da cruz do meu Senhor do que estar parado neste púlpito dirigindo-me a vocês. Quero adorar-lhe, quero venerá-lo em meu coração por esta oração, e não considerar nada mais exceto esta oração, devo adorar-lhe, pois essa súplica sem par pedindo misericórdia me convence da deidade de quem a ofereceu de maneira completamente contundente, e enche meu coração de reverente carinho e amor.
Desta maneira eu apresentei a primeira oração em voz alta do nosso Senhor sobre a Cruz. Agora, com a ajuda do Espírito Santo de Deus, vou dar a vocês uma aplicação. Primeiro veremos como uma frase ilustrativa da intercessão de nosso Salvador; em segundo lugar, consideraremos o texto como instrução para toda a igreja; e em terceiro lugar, a consideraremos como sugestão para os não convertidos.
I. Em primeiro lugar, meus queridos irmãos, vejamos este texto tão maravilhoso como uma ILUSTRAÇÃO DA INTERCESSÃO DE NOSSO SENHOR.
Ele orou intercedendo por Seus inimigos e continua orando por Seus inimigos agora; o passado na cruz foi um sinal do presente no trono. Ele está agora em um lugar mais nobre e numa condição mais elevada, mas Sua ocupação é a mesma; ele continua diante do trono eterno prestando súplicas a favor de homens culpados, clamando: “Pai, perdoa-lhes”. Toda Sua intercessão é, em certa medida, como a intercessão no Calvário, e as palavras do Calvário podem nos ajudar a prever o caráter de toda a Sua intercessão no céu.
O primeiro ponto em que podemos ver o caráter de sua intercessão é este: É tremendamente misericordioso. Aqueles por quem nosso Senhor orou, de acordo com o texto, não mereciam Sua oração. Não haviam feito nada que pudesse motivar n’Ele uma benção como recompensa por seus esforços em servi-Lo; pelo contrário, eram pessoas totalmente indignas que haviam conspirado para sentenciá-lo a morte. O haviam crucificado, e o tinham feito injustificadamente e malignamente; estavam naquele momento tirando Sua vida inocente. Homens que longe de merecerem algo, eram completamente indignos de um só bem do coração do salvador. Eles certamente nunca lhe pediram que orassem por eles; o último pensamento de suas mentes era dizer a Ele: “Intercede por nós, moribundo Rei! Oferece petição em nosso favor, Filho de Deus!” Atrevo-me a crer que a própria oração, quando foi escutada por eles, foi ignorada e passou com depreciativa indiferença, e talvez foi tomada como um objeto de escárnio. Admito que pode parecer demasiado severo para com a humanidade supor que é possível que esta oração foi objeto de riso e zombarias, mas sabemos que em tornos da cruz outras coisas igualmente brutais aconteceram, e então podemos imaginar que isto pode ter acontecido também. Sem demora nosso Salvador orou por pessoas que não mereciam sua oração, pelo contrário, mereciam uma maldição; eram pessoas que não solicitaram a oração e debocharam quando a ouviram. Da mesma forma o grandioso Sumo Sacerdote está no céu orando por homens culpados: Por homens culpados, queridos ouvintes.
Nunca peça nada a Deus baseado num pressuposto merecimento. Cristo está intercedendo como o Justo a favor dos injustos. Nunca ore como se fosse alguém justo, senão como que “se alguém pecar, temos um Advogado junto ao Pai”.
Lembre-se também que nosso grandioso Intercessor suplica por aqueles que nunca lhe pediram que intercedessem por eles. Seus eleitos são objetos de Suas preciosas e compassivas intercessões quando estavam mortos em delitos e pecados, enquanto riam do seu Evangelho, Seu coração de amor estava implorando o favor do céu para eles. Veja então, amados, se tal coisa é verdade, quão seguros estão de ter êxito com Deus aqueles que pedem sinceramente ao Senhor Jesus Cristo que interceda por eles. Alguns de vocês, com muitas lágrimas e muita veemência, tem estado pedindo ao Salvador que seja seu advogado. Por acaso Ele recusaria? É lógico pensar que pode fazê-lo? Ele intercede por aquele que rejeitam Suas súplicas; com muito mais razão orará por ti que as valorizam muito mais do que o ouro.
Lembre-se, meu querido ouvinte, que se não há nada de bom em ti e que tudo que concebes é maligno e mau, nada disso pode ser uma barreira para impedir que Cristo exerça o ofício de Intercessor por ti. Ele suplicará inclusive por você. Vamos, ponha teu caso em Suas mãos, pois Ele encontrará súplicas que tu não poderias descobrir por si mesmo, e apresentará teu caso diante de Deus como o fez por Seus assassinos: “Pai, perdoa-lhes”.
O segundo atributo de sua intercessão é: Seu espírito cuidadoso. Eu noto isso em sua oração: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Por assim dizer, nosso salvador examinou a Seus inimigos para encontrar neles algo que pudesse ser argumentado a favor deles; porém não conseguiu ver nada, até que seus olhos amorosos descansaram sobre sua ignorância: “…não sabem o que fazem”. Quão cuidadosamente examinou as circunstâncias e a personalidade daqueles que o atormentavam! O mesmo acontece agora no céu. Cristo não é um advogado negligente para com Seu povo. Ele conhece o seu estado exato neste momento o estado do teu coração em relação a tentação que estás atravessando; na verdade Ele vê a tentação que está á frente, e em Sua intercessão abrange os acontecimentos futuros: “Satanás os tem pedido para cirandar como o trigo, porém já intercedi para que vossa fé não fraqueje”.
Ah! A ternura condescendente do nosso grandioso Sumo Sacerdote! Ele nos conhece melhor que nos conhecemos. Ele entende cada dor e cada gemido secreto. Não necessitas se preocupar com a fraseologia de tuas orações, pois Ele revisa e ratifica teu texto. E mesmo quando o teu entendimento não pode expressar a oração de maneira exata, quando orares Ele entenderá, Ele não pode falhar, pois conhece a mente de Deus e também conhece o que está em teu coração. Ele pode discernir qualquer razão para ter piedade de ti que tu mesmo não poderia detectar; e quando tudo está tão escuro e nublado na tua alma que não podes discernir o ponto de apoio para uma oração que deves solicitar diante do céu, o Senhor Jesus tem preparado as súplicas que devem ser formuladas, e tem os pedidos redigidos, e pode apresentá-los de maneira aceitável diante do propiciatório. Observem então que Sua intercessão é muito graciosa e em segundo lugar, muito ponderada e equilibrada.
Continuando, devemos perceber a sua veemência. Quem lê estas palavras: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Não pode duvidar que elas traspassaram o céu em seu fervor.
Irmão, vocês podem ver, mesmo sem pensar muito, que Cristo era terrivelmente veemente em sua oração. Mas há um argumento para deixar isto mais claro. As pessoas veementes são geralmente inteligentes e rápidas em descobrir qualquer coisa que as ajude em seu propósito. Se você está pedindo por sua vida, e se lhe solicitarem algum argumento para serem perdoadas, lhes garanto que pensariam em várias maneira de como dizê-lo.
Agora, Jesus estava tão ávido pela salvação de Seus inimigos que recorreu a um argumento para a misericórdia que um espírito menos ávido não teria podido conceber: “Não sabem o que fazem”. Vamos, senhor, isso foi, a mais restrita justiça possível, uma escassa razão para a misericórdia; e m verdade, a ignorância, se deliberada, não atenua de forma alguma o pecado, e a ignorância de muitos que estavam ao redor da cruz era deliberada. Eles deveriam saber que Ele era o Senhor da glória. Por acaso Moisés não tinha sido o suficiente claro? Por acaso Isaías não fora de estrema coragem e clareza em sua mensagem? Não eram tão claros os sinas que duvidar dos argumentos de que Jesus era o Messias era o mesmo que duvidar e questionar que o sol está no céu? No entanto, apesar de tudo isso, o Salvador, com maravilhosa veemência e grande habilidade, converte isso em um argumento quando não podia ser um argumento, e o expressa assim: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Oh! Então quão poderosa deve ser sua veemência e seus argumentos no céu! Não suponha que Seu entendimento é menos rápido lá, e que suas petições são menos intensas em veemência. Não, meus irmãos, o coração de Cristo trabalha arduamente com o Deus eterno. Ele não é um intercessor sonolento, antes, por causa de Sião, não se cala e nem descansa, nem descansará, para que resplandeça Sua justiça, e Sua salvação se acenda como uma tocha.
É interessante notar, em quarto lugar, que a oração oferecida ali no Calvário, nos ajuda a julgar Sua intercessão no céu no tocante a sua persistência, perseverança e perpetuidade. Como eu disse antes, se nosso Salvador teve uma oportunidade de fazer uma pausa em sua oração intercessora, certamente foi quando o pregavam no madeiro; quando eram culpados de atos diretos de violência mortal contra Sua divina pessoa, podia então cessar de apresentar petição em favor deles. Mas o pecado não pôde amarrar a língua do nosso Amigo Intercessor. Oh!, quanto consolo há aqui!
Tu tens pecado crente, tu tens entristecido o Espírito, mas não tens detido essa poderosa língua que intercede por ti. Tu não tens dado fruto, talvez, meus irmão, és como uma árvore estéril, mereces ser cortado; mas tua falta de fertilidade não tem tirado o Intercessor do Seu lugar. Ele intervém neste momento clamando: “Deixa-o mais este ano”. Pecador, tu tens provocado a Deus ao rejeitar a sua misericórdia por tanto tempo e está indo de mal a pior, mas nem a blasfêmia, nem sua injustiça, nem tua infidelidade são capazes de deter ao Cristo de Deus de pleitear o caso dos principais dos pecadores. Ele vive, e como vive, certamente Ele intercede; e enquanto houver um pecador na terra que deva ser salvo, haverá um intercessor no céu que argumente em favor dele. Estes são apenas uns fragmentos de pensamentos, mas vai ajudá-los a entender, espero, a intercessão do seu Grandioso Sumo Sacerdote.
Além disso, pensem que esta oração do nosso Senhor na terra é semelhante a sua oração no céu, em razão de sua sabedoria. Ele busca o melhor e o que mais necessitam àqueles que são o alvo da sua intercessão. “Pai, perdoa-lhes”. Este foi um grande ponto entre muitos, eles necessitavam desesperadamente do perdão de Deus. Ele não disse: “Pai, ilumina-os, pois não sabem o que fazem”, pois a simples iluminação e entendimento não criaria nada a não ser a tortura da consciência e teria acelerado o inferno deles; mas Ele clama: “Pai, perdoa-lhes” – e quando usou a Sua voz, as preciosas gotas de sangue que estavam fluindo das feridas produzidas pelos cravos, estavam intercedendo também, e Deus ouviu, e sem dúvida, perdoou.
A primeira grande necessidade dos pecadores culpados é o perdão dos pecados. Cristo ora sabiamente pela benção mais necessária. O mesmo sucede no Céu; Ele intercede sábia e prudentemente. Fique tranquilo; Ele sabe o quê e como pedir à mão divina. Vá tu ao propiciatório e derrame ali teus desejos da melhor maneira que puderes, mas quando tiver feito isso, fale sempre assim: “Oh! Meu Senhor Jesus, não respondas qualquer desejo meu se não está de acordo com tua sabedoria, e se em algo que tenho pedido está algo que de fato eu não necessito, mude minha súplica, pois tu és infinitamente mais sábio que eu”. Oh! É bom ter uma amigo na corte que melhore nossos pedidos antes que eles cheguem ao grande Rei.
Eu creio que a única coisa que é apresentada a Deus agora, é uma perfeita oração; quero dizer que diante do grandioso Pai de todos nós, nenhuma oração do Seu povo sobe de maneira imperfeita; nada se perde, e não porque as orações dos Seu povo foram originalmente tão perfeitas em si, mas porque o Mediador as tornam perfeitas em sua infinita sabedoria e misericórdia, e sobem diante do propiciatório moldadas de acordo com a vontade do próprio Deus, e Ele responderá com certeza essas orações.
Além disso, esta oração memorável de nosso Senhor crucificado era semelhante a sua intercessão universal em matéria do Seu domínio. Aqueles por quem orou foram, muitos deles, perdoados. Vocês se lembram o que Ele disse a seus discípulos quando lhes ordenou a pregar: “Começando em Jerusalém”, e naquele dia quando Pedro se pôs de pé com os onze e acusou o povo de que com mãos ímpias haviam crucificado e imolado o Salvador, três mil pessoas que foram ali justamente acusadas de Sua crucificação, se converteram em crentes em Jesus e foram batizadas em Seu Nome? Essa foi uma resposta a oração de Jesus. Os sacerdotes estavam por trás do assassinato do nosso Senhor e eles eram os maiores culpados, mas é dito que: “Muitos dos sacerdotes obedeciam a fé”.
Aqui está outra resposta a oração. Uma vez que todos os homens participaram representativamente, gentios e judeus, na morte de Jesus, o Evangelho foi pregado prontamente aos judeus e num breve espaço de tempo foi pregado também aos gentios. Não foi esta oração: “Pai, perdoa-lhes”, como uma pedra lançada num lago, que forma primeiro um estreito círculo, e logo em seguida um anel maior, e outro, até que todo o lago é coberto com ondas em círculos?
Uma oração como esta, lançada sobre todo o mundo, criou primeiro um pequeno anel de judeus e sacerdotes convertidos, e logo um círculo mais amplo daqueles que estavam debaixo da influência romana; e hoje sua circunferência é tão ampla como o globo inteiro, de tal forma que dezenas de milhares são salvos por meio do predomínio desta clara intercessão: “Pai, perdoa-lhes”. Sucede exatamente assim com Ele no céu; Ele nunca intercede em vão. Com mãos sangrentas Ele teve êxito; com pés cravados no madeiro, foi vitorioso; desamparado por Deus e desprezado pelo povo, triunfou com Seus argumentos; quanto mais agora com a coroa em sua cabeça, sustentando na mão o cetro universal e Seus pés calçados com sandálias de prata, como Rei dos reis e Senhor dos senhores! Se as lágrimas e os clamores produzidos pela debilidade são onipotentes, muito mais poderosas tem de ser – se fosse possível – essa sagrada autoridade que, como Sacerdote ressuscitado, intercede estando diante do trono do Pai mencionando o pacto que o Pai fez com Ele.
Oh! Vocês, trêmulos crentes, confiem a Ele suas preocupações! Venham, vocês que são culpados, e peçam a Ele que interceda por vocês. Oh! Vocês, que não podem orar, vamos, peçam que Ele interceda por vós. Corações partidos, cabeças e peitos desconsolados, acerquem-se daquele que porá Seus méritos no incensário de ouro, e que logo colocará as suas orações junto aos seus méritos, de tal forma que se elevarão como incenso de perfume, e como uma nuvem chegará ao nariz do Senhor Deus dos Exércitos, que vai sentir um aroma doce, e aceitar suas orações no Amado. Temos aberto neste instante um espaço mais que suficiente para suas meditações em casa esta tarde, e, portanto, deixamos este primeiro ponto. Recebemos uma ilustração da oração de Cristo na cruz, e de como sempre são Suas orações no céu.
II. Em segundo lugar, o texto é INSTRUTIVO PARA A OBRA DA IGREJA.
Como foi Cristo, assim deve ser Sua igreja neste mundo. Cristo veio a este mundo não para ser servido, e sim para servir, não para ser honrado e sim para salvar a outros. Sua igreja, quando entende sua obra, perceberá que está aqui não para acumular riqueza e honra, ou para buscar qualquer engrandecimento e posição temporal; a igreja está aqui para viver abnegadamente, e se for necessário, para morrer abnegadamente pela libertação das ovelhas perdidas, para a salvação dos homens perdidos.
Irmãos, eu lhes disse que a oração de Cristo na cruz foi completamente desinteressada. Ele não estava incluído nela. Assim deveria ser a vida de oração da igreja, a ativa intercessão da igreja em favor dos pecadores. Não viver para os seus ministros ou para si mesma, mas sim para os filhos perdidos dos homens. Você imagina que as igrejas foram feitas para manter ministros? Concebem vocês que a igreja existe na terra para que simplesmente se possa dar um certo salário aos bispos, diáconos, e regalias a paróquias e outras coisas mais? Seria melhor, meus irmãos, que a instituição fosse abolida se esse fosse seu único objetivo. O objetivo da igreja não é prover alivio externo para os filhos mais jovens da realeza; quando estes não tem cérebro suficiente para ganhar de outra maneira o seu sustento, eles deviam então ficar na casa de suas famílias. As igrejas não foram estabelecidas para que os homens de palavra fácil se ponham de pé nos domingos e falem, e assim obtenham de seus admiradores seu pão diário.
Além disso, há outro fim e objetivo distintos deste. Estes lugares de adoração não são construídos para que vocês possam se sentar aqui confortavelmente e ouvir algo que lhes faça passar seus domingos prazerosamente. Uma igreja em Londres que não exista para fazer o bem aos homens mais humildes e as casas mais pobres da cidade, é uma igreja que não tem como justificar a sua existência por mais tempo. Uma igreja que não existe para salvar do paganismo, para lutar contra o mal, para destruir o erro, para derribar a falsidade, uma igreja que não existe para se colocar ao lado dos menos favorecidos, denunciar toda espécie de injustiça e sustentar bem alto a justiça de Deus, é uma igreja que não tem o direito de existir.
Não é para si, oh! Igreja, que você existe, como também Cristo não viveu aqui para si mesmo. Sua glória consiste em que ele deixou de lado Sua glória, e a glória da igreja se dá quando ela deixa de lado sua respeitabilidade e dignidade, e considera que sua glória é atrair os mais sujos, e que sua mais excelsa honra é buscar, em meio ao que é mais imundo, as joias pelas quais Jesus derramou Seu Sangue. Sua ocupação celestial é resgatar do inferno as almas e conduzi-las a Deus, a esperança, ao céu. Oh!, que a igreja esteja sempre bem! Que tenha seus ministros e seus pregadores, que sejam mantidos e que tudo seja feito decentemente e em ordem para Cristo, mas que seja considerado sempre a conversão dos perdidos, a instrução dos ignorantes, a ajuda aos necessitados, a manutenção do bem, redução do mal e a sustentação a qualquer risco da coroa e reinado de nosso Senhor Jesus Cristo.
Agora, a oração de Cristo tem uma grande espiritualidade de propósito. Vocês notaram que não se busca nada para essas pessoas exceto aquilo que é concernente a suas almas: “Pai, perdoa-lhes”. E eu acredito que a igreja faria bem em lembrar que não luta com a carne e o sangue, mas contra principados e potestades e com as hostes espirituais da maldade, e que o que deve oferecer não é a lei e a ordem pela qual os juízes e magistrados podem ser apoiados e existem, ou para que as tiranias sejam demolidas, senão o governo espiritual por meio do qual os corações são conquistados para Cristo e os pensamentos são sujeitos a verdade. Eu creio que quanto mais se esforçar a igreja de Deus, diante de Deus, pela salvação dos pecadores, e quanto mais em suas orações ansiar pelos pecadores que estão no pecado, pregando que o sangue de Cristo os livra do inferno e que garante o céu para todos os que são purificados, quanto mais se apegar a isso, melhor será.
Prossigam como um só homem, meus irmãos, para assegurar a raiz da questão no perdão dos pecados. E quanto a todos os males que afligem a humanidade, custe o que custar, participe da luta contra eles; a temperança deve ser mantida, a instrução deve ser apoiada; as reformas políticas e eclesiásticas tem de ser levadas adiante na medida do tempo e do esforço disponível, mas a primeira preocupação de cada cristão e de cada cristã está no coração e nas consciências dos homens no que diz respeito a sua posição diante do Deus eterno. Oh! Que nada os aparte de sua divina obrigação para com as alma eternas. Este deve ser o único negócio: Devem dizer aos pecadores que o pecado os condenará, que só Cristo pode remover o pecado, e devem fazer disto a única paixão de suas almas: “Pai, perdoa-lhes, perdoa-lhes! Que eles saibam como podem ser perdoados. Que sejam realmente perdoados, e que eu não descanse a menos que seja um instrumento para conduzir os pecadores a serem perdoados, inclusive os mais culpados deles”.
A oração de nosso Salvador ensina a igreja que, se é certo que seu espírito deve ser a abnegação e seu propósito deve ser espiritual, o alcance de sua missão deve ser ilimitado, para todos. Cristo orou pelos ímpios, malvados, e eu digo que foi pelos malvados dos malvados, essa multidão obscena que cercou a sua cruz” Ele orou pelos ignorantes. Ele não disse: “Não sabem o que fazem?” Ele orou por seus perseguidores; as próprias pessoas que estavam na mais profunda inimizade contra Ele, estavam mais perto do Seu coração.
Igreja de Deus, tua missão não é direcionada aos poucos seres respeitáveis que se congregam em torno de seus ministros para escutar respeitosamente suas palavras; tua missão não é para a elite e para os ecléticos, os inteligentes que criticam tuas palavras e fazem julgamento de cada sílaba de seu ensino, sua missão não é para aqueles que te tratam amavelmente, generosamente, afetuosamente, quero dizer, não somente para estes, mas certamente é para todo o resto, a tua ordem e para o ladrão, blasfemo, bêbado, prostitutas e os mais depravados e pervertidos.
Embora ninguém mais se preocupe com eles, a igreja deve sempre fazê-lo, e se alguém devia ocupar o primeiro lugar em suas orações, deveriam ser aqueles que geralmente são os últimos em nossos pensamentos. Devemos considerar diligentemente os ignorantes. Não basta que o pregador pregue de tal maneira que aqueles que são instruídos desde sua juventude possam entender; tem que pensar naqueles para quem as frases mais comuns da verdade teológica são tão carentes de significado como a gíria de um linguajar desconhecido; ele deve pregar da melhor forma para conseguir o entendimento dos ignorantes, e se muitos ignorantes não nos entende, devemos fazer todo esforço de incluí-los, para fazê-los entender as boas-novas. O Evangelho é dirigido também aqueles que perseguem a verdade; mire as pontas das flechas do amor no coração dos seus inimigos. Se há alguns a quem devemos buscar primeiro para levá-los a Jesus, dever ser justamente aqueles que estão longe e mais contrários ao Evangelho de Cristo. “Pai, perdoa-lhes, embora não perdoe a nada mais, agrada-te em perdoá-los”.
De alguma maneira a igreja deve ser veemente como Cristo foi; e se fosse, se apegaria a qualquer base de esperança naqueles com quem trata, e observaria qualquer argumento que possa usar para sua salvação.
Deve ser cheia de esperança também, e certamente nenhuma igreja na história jamais teve uma atmosfera mais propícia do que a igreja da época presente. Se a ignorância é um argumento diante de Deus, olhem os pagãos deste tempo; milhões deles nunca ouviram o nome do Messias. Perdoa-os grandioso Deus, na verdade eles não sabem o que fazem. Se a ignorância é uma base para alguma esperança e intercessão, há então esperança suficiente na grande cidade de Londres, pois, não temos milhares para quem a verdade mais simples do Evangelho é uma grande novidade?
Irmãos, é triste pensar que este país ainda está sob um manto de ignorância, mas mesmo algo tão terrível assim pode ser coberto pela esperança, quando lemos corretamente a oração do Salvador ela nos ajuda a esperar enquanto nós clamamos: “Perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. A atividade da igreja tem de buscar os mais caídos e os mais ignorantes, e buscá-los perseverantemente. Nunca deve deter sua mão de fazer o bem. Se o Senhor voltará em breve não há razão para que vocês, pessoas cristãs, se convertam em meros oradores e leitores, reunindo-se apenas para consolo mútuo, esquecendo-se das miríades de almas que estão perecendo. Se for certo que esse mundo pode se despedaçar em algumas semanas e que Napoleão é a besta apocalíptica, ou se não for, não me importa em absoluto, isso não modifica meu dever em nada, não muda meu serviço. Que meu Senhor venha quando desejar, pois meu trabalho é para Ele, e estou pronto para sua vinda. O propósito da igreja continua sendo alcançar a salvação das almas. Mas se quiser ver as coisas como os profetas modernos fazem, se entregando a interpretações especulativas, faria bem em temer a vinda do Senhor; mas se continua fazendo seu trabalho, com a força constante de quem busca as joias do Senhor, não será envergonhado quando vir o esposo.
Meu tempo foi muito curto para um assunto tão vasto como o abordado hoje, mas desejaria poder pronunciar palavras que fossem tão fortes como um trovão, com uma veemência tão poderosa como um raio. Quisera poder motivar a cada cristão aqui presente, e avivar uma ideia correta do que é o seu trabalho como parte da igreja de Cristo.
Meus irmãos, não é viver para vocês mesmos, para o acúmulo de dinheiro, a educação de seus filhos, a construção de casas, a obtenção de seu pão diário, tudo isso deve ser feito até certo ponto, mas tem que haver um propósito maior do que isso se tiverem que ser mensageiros de Cristo como devem ser, pois foram comprados com o sangue de Jesus. Comecem a viver para os outros, evidencie para todos os homens que vocês não são o fim de tudo em suas existências, mas que se gastam integralmente para trazer as almas perdidas a Deus, e que o fazem para que Deus seja glorificado e Cristo veja em vocês a Sua própria imagem e fique satisfeito.
III. Meu tempo está esgotado, mas o meu último ponto é uma palavra de ADVERTÊNCIA AOS NÃO CONVERTIDOS.
Escutem com atenção estas palavras. Falarei o mais condensado possível. Alguns dos que estão aqui não são salvos. Agora, alguns de vocês tem sido muito ignorantes, e quando pecaram não sabiam o que faziam. Vocês sabiam que eram pecadores, sabiam disso, mas não conheciam o grande alcance da culpa dos seus pecados. Não tem estado na casa de oração por muito tempo, não tem lido sua Bíblia, não tem pais cristãos.
Agora estão começando a ficar ansiosos por suas almas. Lembrem-se que sua ignorância não é desculpa, casa contrário não seria necessário Cristo dizer: “Perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” – tinham que ser perdoados inclusive aqueles que não sabiam o que estavam fazendo; porque são culpados individualmente; mas sua ignorância era e trazia um pequeno raio de esperança. “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam; Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos”. – Que se arrependam e produzam frutos dignos do arrependimento. O Deus que tens esquecido ignorantemente está disposto a perdoar e pronto a absolver. O Evangelho é justamente isso: confiem em Jesus Cristo que morreu por homens culpados, e serão salvos. Oh! Que Deus os ajude a fazer isto nesta manhã, e se convertam em homens novos e novas mulheres; uma mudança acontecerá em vocês como um novo nascimento; serão novas criaturas em Cristo Jesus.
Mas, há! Meus amigos, há alguns presentes para quem mesmo Cristo não poderiam fazer esta oração, ao menos em um sentido mais amplo: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Pois vocês sabem o que fazem, e cada sermão que ouvem, e especialmente cada impressão que está gravada em seu entendimento e em sua consciência pelo Evangelho, aumenta sua responsabilidade, e tira de vocês a desculpa de não saber o que fazem. Ah! Senhores, vocês sabem o que é estar no pecado e estar em Cristo e que não pode ter ambos. Vocês sabem o que é estar no pecado e estar em Deus, e que não podem servir a ambos. Vocês sabem quais são os prazeres do mal e os prazeres do céu, e que não podem ter os dois. Oh! A luz que Deus tem dado a vocês, que se uma ao Seu Espírito também e lhes ajude a escolher aquilo que a verdadeira sabedoria os induz escolher. Decidam hoje por Deus, por Cristo, pelo céu. Que o Senhor possa levá-los a decidir isso por causa de Seu Nome. Amém.
Charles Haddon Spurgeon – Texto da Escritura lido antes do Sermão: Lucas 23.1-34. Pregado na manhã de Domingo, 24 de Outubro de 1869 no “The Metropolitan Tabernacle Pulpit”, Newington, Londres.