O Número Sete

Ainda que através do “dito popular” Satanás use a boca de muitos para pronunciar que “sete é número de mentiroso” (Nm 23:19), as Escrituras apresentam este número como um número “perfeito”, algo que podemos constatar pela própria natureza que o número sete está presente em tudo. A razão do número sete é insondável e prende-se com a predeterminação de Deus.

INTRODUÇÃO

Lemos em Gn 1:1: “No Princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Esta afirmação foi escrita há cerca de 3.500 anos, numa frase, em Hebraico, que tem SETE palavras. SETE é o número de Deus. Aquilo que Deus faz, a favor do homem, traduz-se, inúmeras vezes, na Bíblia pelo número sete. O SETE representa aquilo que está completo, a plenitude, o que é perfeito, aquilo que Deus faz a que nada falta e nada se lhe pode acrescentar.

Analisando a Bíblia e o número sete, podemos chegar à conclusão que a Bíblia é de facto divinamente inspirada. Deus concedeu aos homens, o Velho Testamento em Hebraico, e o Novo Testamento em Grego, que são as línguas originais da Bíblia. Curiosamente (e isto não acontece em qualquer outro livro!, nem em qualquer outra peça cultural), as duas línguas em que a Bíblia foi escrita não têm símbolos separados para representar os algarismos como 1, 2, 3, etc. Em vez de um sistema numérico, como o nosso, a primeira letra, tanto do alfabeto grego como do hebraico, representa também o 1, a segunda, o 2, a terceira, o 3, etc. Estas são as únicas duas línguas da terra que têm este sistema (existiu também o aramaico – também uma outra língua em que foram escritos alguns extratos de livros da Bíblia, no original, mas essa língua já deixou de existir como língua corrente). Sabemos que o latim também usa em parte este sistema, mas é muito reduzido (número 1 = I, número 10=X, número 50=L, etc.). Todavia, reitero, no grego e no hebraico, cada letra representa um número.

Tomemos então uma página da Bíblia (basta uma página – qualquer que seja, pois a Bíblia no seu conjunto é toda composta pelo número sete). Se olharmos para ela, de uma maneira, veremos letras e palavras, frases e parágrafos, ideias devidamente verbalizadas. Mas se olharmos de outra forma, veremos algarismos, números, expressões numéricas, valores numéricos que revelam desígnios numéricos complexos e maravilhosos.

Ora, é impossível ao homem que possa escrever hebraico ou grego (e note-se que a Bíblia foi escrita por 40 pessoas diferentes, desde pastores, chefes, guerreiros, pescadores, profetas e reis, e ao longo de mais de um milénio), dizia, um homem mesmo que saiba essas duas línguas não pode imitar a arquitetura da Bíblia, constituída no seu todo por sete ou múltiplos de sete, que mais uma vez repito, só se encontra na Bíblia.

EXEMPLOS PARA ANÁLISE

1. Antes de iniciarmos a análise, devemos notar as seguintes regras das línguas hebraica e grega:

  • Cada letra é também um número a que os eruditos chamam o “valor numérico da letra”;
  • A soma dos valores numéricos das letras que compõem uma palavra, constitui o “valor numérico da palavra”;
  • Cada palavra, hebraica ou grega, é também uma soma aritmética.

Exemplo: A palavra hebraica YAWEH (=Senhor, referindo-se a Deus), tem o valor numérico de 26 enquanto a palavra grega Iesous (Jesus) tem o valor numérico de 888.

2. Podemos desde logo começar pelo primeiro capítulo e primeiro versículo da Bíblia. Na sua língua original, este versículo contém o seguinte:

  • O número das palavras é sete;
  • Estas sete palavras têm 28 letras (=4 setes);
  • As primeiras três palavras têm 14 letras (=2 setes);
  • As últimas quatro palavras têm 14 letras (=2 setes);
  • As palavras quarta e quinta têm sete letras, as palavras sexta e sétima têm também sete letras;
  • As palavras “DEUS” (sujeito da oração) e “CÉUS”, “TERRA” (complemento direto) têm, na língua original, 14 letras (=2 setes). As restantes palavras têm também o valor numérico de 14 (=2 setes);
  • O valor numérico de cada uma das sete palavras deste versículo é 1393 (=199 setes);
  • A primeira letra da primeira palavra e a última letra da terceira palavra somam 42 (=6 setes);
  • A primeira letra da quarta palavra e a última letra da sétima somam 91 (=13 setes);
  • Ficando para as restantes o valor numérico de 1260, ou seja, 180 setes!

3. Um simples versículo composto por tantos setes e conjunto de setes! A maravilha é que esta situação repete-se quase versículo a versículo em toda a Bíblia. Neste versículo de apenas sete palavras há, portanto, todos estes “fenômenos numéricos” centrados no número sete. Verificam-se também três divisões distintas de setes em três e quatros. Surge a questão: estes factos existem por desígnio ou por acaso?

Será possível por acaso que isto tenha acontecido? Se existirem por acaso, a probabilidade de tal se verificar (em relação a um versículo) é de 1 em 7 multiplicado por 7, oito vezes, ou seja, a probabilidade é de 1 em 5.764.801 (7x7x7x7x7x7x7x7). Acreditar no acaso requer, nesta situação, como em tantas outras, maior fé do que acreditar que o desígnio divino produziu estes fenômenos extraordinários cujo coração é o sete.

A grande maravilha porém não é esta: não há um único parágrafo, na Bíblia, nas línguas originais, cuja construção morfológica e sintática não obedeça a similares planos matemáticos. É preciso, por isso, Pedro, recordar que os 66 livros da Bíblia foram escritos por quase 40 pessoas no decurso de 1600 anos. Prova-se assim que a Bíblia, é no texto original, absolutamente inspirada, palavra por palavra, visto que nenhum homem ou grupo de homens poderia ter feito tal coisa.

4. O Senhor Jesus disse: “os cabelos da vossa cabeça estão todos contados” (Mt 10:30). E Ele não estava a contar. A palavra “contados” vem do grego “arithmeo” donde deriva a nossa palavra “aritmética”. Se Deus conta os cabelos da nossa cabeça, com mais razão contou as palavras dos escribas da Bíblia, guiando-os a combinações de números complexos e extremamente interessantes. Eu não conseguia fazer tal proeza. Mas Deus conseguiu. Alguém escreveu: “Deus conta as pétalas da Primavera, os lados das células dos favos de mel no Verão, as linhas da geada nas vidraças das janelas do Outono e os ângulos dos flocos de neve no Inverno”. E é verdade. As folhas das árvores dispõem-se em círculo em volta do caule num certo número; os elementos nas reações químicas unem-se ou dividem-se aritmeticamente; o raio vector do planeta descreve áreas iguais em tempos iguais. Para onde quer que olhemos, ao ver a Deus trabalhar, vemo-Lo fazendo-o matematicamente. Daí que possamos dizer ser a matemática uma ciência perfeita, porque o Seu Autor (Deus) é Perfeito.

5. Deus, é o Grande Matemático do Universo. É também o eterno “contabilista”. Ele está permanentemente a contar – os dias que o ovo tem de ser aquecido até explodir em vida; os dias que a febre deve prevalecer até produzir a morte e as pulsações do doente à medida que mergulha naquela condição onde já não há mais nada a contar; Ele conta e regista todos os pecados daqueles que não O querem receber como Salvador e Senhor. Ele é o “Todo Poderoso que mede as águas com a concha da Sua Mão; mede os céus a palmos, encerra o pó da terra numa medida e pesa os montes em balanças”.O Dr. Daniel B. Turney (um ex-agnóstico convencido) escreveu (Herald of Gospel Liberty): “a arimetografia da Escritura é a sentença de morte da teoria dos críticos destruidores. Os trabalhos desenvolvidos pelo Dr. Ivan Panin sobre os valores numéricos das Escrituras são fatais para os inimigos da inspiração verbal da Bíblia e são, por sua vez, invulneráveis. O exame que eu próprio tenho feito da atitmetografia da Escritura apoia enfaticamente aquilo que o Dr. Panin sustenta… Esforços sinceros para encontrar expressões numéricas na “Ilíada” de Homero não tiveram qualquer sucesso. Todavia, logo que fiz a minha primeira experiência no livro de III de João, os meus trabalhos foram abundantemente recompensados. Comecei por este livro por ser de tamanho reduzido e porque nos escritos de Panin não o vira analisado. Os resultados foram de tal ordem, ao encontrar tantos esquemas numéricos, que fiquei sem qualquer dúvida sobre a veracidade da teoria de Ivan Panin…”.

6. Mas mais. Não é apenas na Bíblia que vemos o número sete. As criações de Deus também o possuem.

6.1. Por exemplo, milhões incontáveis de flocos de neve podem cair durante uma curta hora sobre uma reduzida área. Cada floco é um cristal, criação única de Deus, possuindo uma individualidade exclusiva, e tesouros de design artístico jamais sonhados até à invenção do microscópio e da câmara fotográfica que permitiu ao homem ver e fixar permanentemente as suas formas de esbeltez. Cada floco cresce e desenvolve-se a partir de um núcleo central, em seis direções, diferentes, inteiramente simétricas. Este núcleo central, que está sempre presente, liga e segura as ramificações numa unidade que expressa … o sete.

6.2. Um raio de luz solar passando através do bordo de um pedaço de vidro resulta na separação dos elementos, de várias cores, que o constituem com vários comprimentos de onda. O complemento de uma cor é aquela cor que, quando unida a ela, produz o branco, no caso da luz, ou o cinzento neutro, no caso dos pigmentos. Assim, o vermelho tem por complemento o verde, o complemento do laranja é o azul, enquanto que o amarelo e o violeta são cores complementares. Temos assim nessa separação, sete cores: 1) vermelho; 2) laranja; 3) Amarelo; 4) Verde; 5) Azul; 6) Violeta e 7) Branco – a unir todos. Podemos ver essas mesas sete cores num cristal de neve, o qual é feito de miríadas de prismas de gelo, infinitesimais, de cores que vão desde o vermelho ao violeta, cuja complementaridade dá à neve aquela cor branca brilhante que conhecemos. Tanto a luz como o som devem-se a vibrações ou pulsações de ondas.

6.3. As próprias notas da música são sete – 1) Sol; 2) Lá; 3) Si; 4) Ré; 5) Mi; 6) Fá e 7) Dó !!! Como é isto possível ? Será produto do acaso ? O som é produto do acaso ou é desígnio de Deus?

APLICAÇÃO ESPIRITUAL

Antes de indicar outros casos na Bíblia do número sete, façamos agora uma aplicação espiritual do sete.

Deus Trino: Pai, Filho e Espirito Santo redime o Homem que também é trino (corpo, alma e espírito). E essa redenção fez-se na Cruz do Calvário, pelo Sacrifício do Senhor Jesus Cristo. É na Cruz que Deus e o Homem podem encontrar-se em paz, reconciliando-se em um todo que se expressa pela plenitude (sete):

DEUS

  • Pai (1)
  • Filho (2)
  • Espírito Santo (3)

7. Deus e Homem reconciliados em Jesus Cristo

HOMEM

  • Corpo (4)
  • Alma (5)
  • Espírito (6)

Essa união encontramo-la em Jo 17:21: “Para que todos sejam um, como Tu, ó Pai, o És em Mim, e Eu em Ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que Tu me enviaste”. Isto não é mais do que a salvação operada pelo Senhor na vida daqueles que O recebem como Único e Suficiente Salvador.

MAIS EXEMPLOS

1. A palavra hebraica “Elohim”, traduzida por “Deus” é plural. Representa Deus Tri-Uno: Pai, Filho e Espírito Santo. Os Três participaram na criação do Homem e os três participam na redenção do mesmo. “E disse Deus (Elohim): Façamos o homem à nossa imagem”. A expressão em hebraico tem dez letras com os seguintes valores numéricos: 6,10,1,40,200,1,30,5,10,40, que totalizam 343 (= 7x7x7). É portanto, o SETE elevado ao cubo.

2. O Cordeiro de Deus (Jesus Cristo, Jo 1:29) foi tipificado pelo Cordeiro Pascal do Velho Testamento. A verdade da Páscoa é o coração da Bíblia e estabelece o princípio divino da expiação pelo sangue. O Velho Testamento contém a palavra páscoa 49 vezes (7×7). A mesma palavra aparece no Novo Testamento 28 vezes (4 x7).

3. A Bíblia inteira contém a palavra “páscoa” 77 vezes (11 x 7). Ora, o número ONZE na Escritura é o número que expressa graça (um benefício de Deus). Leia Ef 2:8-9: “Pela graça sois salvos, por meio da fé. Isto não vem de vós é dom de Deus. Não vem das obras para que ninguém se glorie”. 7x 11 traduz, pois, o concerto da expiação pelo sangue, a redenção pela graça. Lemos em I Cor 5:7: “Cristo, a nossa Páscoa, foi sacrificado por nós”.

4. O Evangelho de Lucas dá-nos a genealogia do “Filho do Homem”. Segundo Lucas, desde Deus encarnado (Jesus Cristo) até Adão, há 77 nomes na Sua genealogia, ou sejam, 11×7.

5. Os Quatro Evangelhos recordam 7 frases de Jesus na cruz: 3 em João, 3 em Lucas e 1 em Mateus, que também é apresentada em Marcos. No texto grego, o número de palavras empregadas nas sete frases é 49 (7×7). A sétima frase de Jesus, na Cruz, foi: “Está consumado, Nas Tuas Mãos entrego o Meu Espírito”.

6. Deus descansou ao sétimo dia.

7. Enoque foi o sétimo depois de Adão e ele foi o único, junto com Elias, que não passou pela morte, antes foi arrebatado (trasladado) para o céu, como serão todos os que estiverem vivos na altura da Vinda do Senhor Jesus Cristo para arrebatar a Sua Igreja.

8. A Páscoa era anualmente sacrificada, como um memorial no dia 14 (2×7), do mês de Abib ou Nisan (o primeiro mês do calendário judaico, que corresponde a Março – Abril).

9. A festa dos pães asmos, que lhe seguia, impunha que se comessem pães asmos (sem fermento, que é o símbolo do pecado), durante SETE dias (Lv 23:6).

10. A festa do Pentecostes: “depois para vós contareis desde o dia seguinte ao sábado, desde o dia em que trouxeres o molho da oferta movida: sete semanas (7×7) inteiras serão” (Lv 23:15).

11. A Festa das Trombetas era no primeiro dia do mês sétimo (Lev. 23:24). O dia da expedição era o “decimo dia do SÉTIMO mês” (Lv 23:27).

12. O remanescente de Israel foi exilado para a Babilônia durante setenta anos (10×7).

13. Também no Novo Testamento abundam os SETES. No Apocalipse, que é o livro da consumação da redenção, o sete domina todos os textos: sete igrejas, sete espíritos, sete castiças de ouro, sete estrelas, sete lâmpadas de fogo, sete trombetas, sete taças, sete olhos, sete anos, sete trovões, sete mil, sete coroas, sete últimas pragas, sete montes, sete reis, etc. etc.

14. A palavra Cordeiro que revela o Senhor Jesus Cristo na Sua Obra expiatória e redentora, aparece no Livro do Apocalipse 28 vezes (4×7) que corresponde exatamente ao mesmo número de vezes que a palavra páscoa aparece no Novo Testamento.

CONCLUSÃO

Deus colocou este número como base precisamente para mostrar a Sua Plenitude, a Sua Graça, o Seu Amor pela Humanidade, e como quer resgatá-la. A mesma apresentação é o selo de Deus como prova da infalibilidade da Bíblia e simultaneamente prova da Sua Divina Inspiração. O Senhor Deus, nos Seus Eternos Desígnios assim o determinou e apresenta em todas as coisas para conhecimento do Homem que Deus é Único, Perfeito e Todo Poderoso, para que os homens n’Ele reconheçam todas as coisas e se humilhem perante Ele, aceitando a salvação que Ele gratuitamente concede a todos os homens. Basta pois crer. E se formos sinceros, é de facto preciso ter mais fé para crer que tudo isto é um acaso ou uma coincidência, do que crer n’Ele na Sua imensa Sabedoria.

Joel Timóteo Ramos Pereira – “Luz para a Vida”.

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