O Entendimento Sobre o Texto de Hebreus 6

“Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo. E provaram a boa palavra de Deus, e as virtudes do século futuro, E recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério” (Hb 6:4-6) [1].

A passagem que agora está ocupando nossa atenção é uma das mais graves na epístola aos Hebreus, até mesmo, quando comparada a qualquer outra no Novo Testamento. Provavelmente, poucas almas regeneradas a têm lido, refletidamente, sem serem tocadas de temor e tremor. Professantes [2] descuidados têm sido levados frequentemente à inquietação em suas consciências assim que ouvem sua atemorizante linguagem. A passagem fala de uma classe de pessoas que foram altamente privilegiadas, que foram singularmente favorecidas, mas que, ao invés de terem aperfeiçoado suas oportunidades, desgraçadamente perverteram-nas; aqueles que trouxeram vergonha e reprovação à causa de Cristo; e que estão em uma condição tão sem esperanças que é “impossível que sejam outra vez renovados para arrependimento”. Bom será se, cada um de nós, levarmos sinceramente nosso coração a Deus, suplicando-Lhe que nos impeça de cometer tal naufrágio na fé [3].Como provavelmente a maioria de nossos leitores estão cientes, os versos diante de nós têm provado ser um dos mais ferozes campos de batalha teológica de todos os tempos. É neste ponto que as mais quentes batalhas entre Calvinistas e Arminianos têm sido travadas. Aqueles que acreditam que é possível a um verdadeiro Cristão cometer pecado e apostatar de modo a cair da graça e se perder eternamente, têm confiadamente apelado para estes versos de modo a provar sua teoria. É muito preocupante, uma vez que sua teoria os tornou tão preconceituosos, que se tornam incapazes de examinar imparcialmente, e pesar cuidadosamente, seus vários termos. Com suas mentes tão polarizadas por suas visões da apostasia, eles têm antes tomado como certo que esta passagem descreve um verdadeiro filho de Deus, que, virando completamente suas costas para Cristo, no final das contas perece. Mas, as Escrituras nos ordenam a “examinar tudo” (I Ts 5:21), e isto implica algo mais que uma investigação superficial e apressada do que é, admitidamente, uma passagem difícil.

Se de um lado, os Arminianos têm estado sempre prontos a ler, nesta passagem, seus dogmas não bíblicos da apostasia de um Cristão, é necessário confessar que muitos Calvinistas têm falhado em atacar com sucesso e interpretar satisfatoriamente os pontos mais difíceis destes versos. Estão certos ao afirmar que as Escrituras ensinam, enfática e inequivocamente, a Divina preservação e a perseverança humana dos santos, bem como eles têm também sabiamente apresentado que a Palavra de Deus não pode e não se contradiz. Se nosso Senhor determinou que Suas ovelhas “nunca pereceriam” (Jo 10:28), então certamente Hebreus 6 não ensina que algumas perecerão. Se através do apóstolo Paulo o Espírito Santo nos assegura que nada pode separar o filho do amor de seu Pai (Rm 8:35-39), então, sem dúvida, a passagem que agora está diante de nós não declara que alguma coisa irá. Pode nem sempre ser fácil descobrir a perfeita consistência de uma escritura com outra, mas nós ainda devemos nos ater firmemente à inerrante harmonia e integridade da Verdade de Deus.

A primeira dificuldade ligada à nossa passagem é termos certeza da classe de pessoas que estão lá representadas. O Espírito Santo, aqui, está descrevendo almas regeneradas ou não regeneradas? O próximo passo é determinar qual é o significado de “e recaíram”. Por fim, o que está sendo designado através de “É impossível que sejam outra vez renovados para arrependimento”. Antecipando nossa exposição, nós estamos plenamente seguros de que o “recaíram” aqui apresentado significa um deliberado, completo e final repúdio a Cristo – um pecado para o qual não há perdão. Assim também nós entendemos que “impossível” renová-los novamente para arrependimento, denuncia que sua condição e caso estão além de qualquer esperança de recuperação. Por causa disto, os Calvinistas têm, geralmente, afirmado que esta passagem está tratando meramente de não convertidos. Mas, sobre isto há duas objeções insuperáveis: primeiro, os meramente não convertidos não têm do quê “recair”; segundo, meramente não convertidos nunca foram “renovados” para arrependimento.

Adicionalmente à controvérsia que estes versos têm ocasionado, não poucos os têm transformado através de um uso indevido:

“A má interpretação desta passagem tem também, creio eu, em muitos casos, criado uma extrema aflição mental a duas classes de pessoas: – aos professantes, que, após terem caído em algum pecado grave, têm sido despertados para reflexões alarmantes; e aos verdadeiros Cristãos, quando caem ante o poder de uma doença mental, mergulhando em um estado de fraqueza espiritual, ou quando são levados a enormes transgressões da lei Divina, tornando-se culpados como o foram Davi e Pedro. E isto nada tem criado além de obstáculos intransponíveis no caminho de ambos ‘que estão pondo seu refúgio, em reter a esperança a eles proposta’ [4] no Evangelho. Tudo isto torna ainda mais necessário que nós inquiramos cuidadosamente o significado desta passagem. Quando corretamente entendida, ela não dá suporte a qualquer falsa conclusão que tenha sido tirada dela, mas será como qualquer outra parte das Escrituras inspiradas ‘proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir e para instruir em justiça’ [5] – bem ajustada para produzir cuidado, de nenhuma forma projetada para induzir ao desespero” (Dr. J. Brown).

Condição d’alma

Antes de tentarmos uma elucidação das dificuldades acima mencionadas, e para preparar o caminho de nossa exposição destes versos, cujo conteúdo tão violentamente tem embaraçado a muitos, deixe-nos recordar, mais uma vez, a condição d’alma na qual estes Cristãos Hebreus tinham caído: Eles tinham-se tornado “negligentes para ouvir” (Hb 5:11), “não estavam experimentados na palavra da justiça” (Hb 5:13), e eram incapazes de mastigar “mantimento sólido” (Hb 5:14). Esta condição estava repleta das consequências mais perigosas:

“Os Hebreus tinham se tornado indiferentes, negligentes e inertes; o Evangelho, uma vez visto carinhosamente e amado afetuosamente por eles tinha-se tornado insípido e vago; as perseguições e contendas de seus compatriotas tornaram-se um doloroso fardo, sob o qual gemiam, e sob o qual não gozavam da comunhão com o Senhor Jesus. Os caracterizavam: A escuridão, a dúvida, a tristeza, a indecisão, e consequentemente um caminhar em que o poder do amor de Cristo não era manifestado. Agora, se eles continuassem nessa condição, o que mais poderia resultar senão apostasia? Esquecimento, se continuado, termina em rejeição, apatia em antipatia, descrença em infidelidade”.

“Tal era seu perigo. E se sucumbissem a ele sua condição seria sem esperanças. Nenhum Evangelho restaria a ser pregado, nenhum poder para resgatá-los e levantá-los. Eles tinham ouvido e conhecido a voz que dizia: ‘Vinde a mim, e eu vos aliviarei’ [6]. Eles tinham professado crer no Senhor que morreu pelos pecadores, e ter escolhido a Ele como Salvador e Mestre. E agora estavam se esquecendo e abandonando a Rocha da sua Salvação. Se eles deliberada e obstinadamente continuassem nesta situação, eles estariam em perigo de impenitência concludente e dureza de coração”.

“A exortação deve ser vista em conexão a uma circunstância especial dos Hebreus. Após a rejeição do Messias por Israel, o Evangelho havia sido pregado aos Judeus pelos apóstolos, e os dons e o poder do Espírito Santo tinham sido manifestos entre eles. Os Hebreus tinham aceitado o Evangelho do, uma vez crucificado e, agora glorificado Redentor que enviou do céu o Espírito, um sinal de Sua exaltação, e um penhor da herança futura. Tendo então entrado na ‘esfera da manifestação da nova aliança’, qualquer um que obstinadamente o abandonasse, somente poderia recair naquela fase do judaísmo que crucificou o Senhor Jesus. Para eles não haveria alternativa além de seguir para o pleno conhecimento do sacerdócio celestial de Cristo, e para a aceitação de crente e para o louvor através do Mediador no santuário celestial, ou cair de volta na atitude, não dos Israelitas pios de antes do Pentecostes, como João o Batista e aqueles que aguardavam a prometida redenção, nem mesmo na condição daqueles pelos quais o Salvador orou ‘porque não sabiam o que faziam’ [7]; mas em um estado de consciente e obstinada inimizade contra Cristo, e no pecado de rejeitá-Lo e colocá-Lo em público vitupério” (Adolph Saphir).

“O perigo ao qual esta inércia espiritual expôs os Hebreus era tal que justificava a forte linguagem de repreensão e reprovação. Apostasia de Cristo era um passo mais fácil e natural para um Judeu que para um crente gentio, porque o caminho estava sempre aberto e os convidando, como homens, a retornar às associações que uma vez carregaram com eles, de aparência exterior de santificação no nome de Jeová, e que somente o poder da graça os tinha permitido renunciar. Quando as realidades espirituais se tornam inoperantes em suas almas, a imagem visível de como era permanecia, e ai estava o perigo deles se entregarem em reverência a suas almas. Se não houvesse um exercício habitual de seus sentidos espirituais, o poder de discernimento poderia não permanecer: eles poderiam chamar o mal de bem, e o bem de mal. A ignorância que brota da negligência espiritual inicia sua própria punição pelo embotamento indiferente do que uma vez foram mentes claras, e rouba ao espírito seu poder de detectar os astutos métodos do Diabo. É somente na presença de Deus que o Cristão pode, com efeito, externar suas energias espirituais. Permanecer em Cristo, nos mantém naquela presença. Nenhum erro mais infeliz pode sobrevir a um crente que separar, nos hábitos de sua mente, o conhecimento adquirido do viver Cristo. A fé morre prontamente quando separada de seu objeto. O conhecimento, entretanto, é precioso, mas o conhecimento de Deus é algo progressivo (Cl 1:10), cujo final não é obtido deste lado da glória (I Cor 8:2). A experiência máxima de um Cristão avançando é a de uma contínua iniciação. Com uma perspectiva cada vez mais larga, ele tem uma percepção cada dia mais profunda da graça na qual se encontra, e na qual ele se estabelece mais e mais, pela palavra da justiça…”..

“Uma fé clara e crescente, nas coisas celestiais era necessária para preservar os Cristãos Judeus da recaída. Voltar ao Judaísmo era desistir de Cristo, o qual havia deixado suas casas “desertas” (Mt 23:38). Seria cair da graça, e colocar a eles próprios não somente debaixo da maldição comum da lei, mas da maldição particular que tinha trazido a culpa do sangue de Jesus sobre a réproba e cega nação de Seus assassinos” (A. Pridham).

Deve ser notado, contudo, que é tão fácil, e que a atração é tão real, para um Cristão gentio retornar àquele mundo do qual o Senhor o chamou, quanto era a um Cristão judeu retornar novamente ao Judaísmo. E na exata proporção em que o Cristão falha em andar com Deus diariamente, assim também o mundo obtém poder sobre seu coração, mente e vida, e uma continuidade no mundanismo está repleta das mais diretas e fatais consequências.

“Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados” (4)

Aqui o apóstolo continua a digressão que iniciou em Hebreus 5:11. O parêntesis teve duas divisões: a primeira, em Hebreus 5:11-14 é repreensiva; a segunda, em Hebreus 6:1-20 é exortativa. No capítulo 6 ele exorta os Hebreus sobre dois deveres: o progresso no caminhar Cristão (1-11); perseverança interior (12-20). A primeira exortação está proposta nos versos 1 e 2 e qualificada no verso 3. O motivo para obedecer é esboçado a partir do perigo da apostasia (4-6). A abertura “Porque” no verso 4 anuncia uma conexão próxima de nossa passagem atual com aquela que imediatamente a precede. Ela esboça uma conclusão do que o apóstolo tinha dito em Hebreus 5:11-14. Ela amplifica o “Se” do verso 3. Ela mostra um sério aviso contra sua continuação em sua indolência atual. Isto delineia um terrível contraste com a possibilidade no verso 3.

“O apóstolo considera a degeneração dos Hebreus com desânimo. Ele parece ver nisto o perigo de uma completa, confirmada, obstinada, e irrecuperável apostasia da verdade. Ele os observa à beira de um precipício, e ele por isto levanta sua voz, e com veemência, ainda amando honestamente, os avisa sobre tão temível mal” (Adolph Saphir).

Três coisas chamam nossa cuidadosa atenção ao nos aproximarmos de nossa passagem: as pessoas a quem aqui se fala, o pecado que elas cometeram, e a condenação anunciada a elas. Ao considerar as pessoas a quem se fala é da maior importância notar que o apóstolo não diz: “nós que fomos uma vez iluminados”, nem mesmo diz “vocês”, ao invés, ele diz “aqueles”. Em claro contraste com eles, ele diz aos Hebreus, “Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores” [8].

“Posteriormente, quando o apóstolo vem declarar sua esperança e convicção concernente a estes Hebreus que não são como aqueles que havia descrito antes, nem como se estivessem para cair em perdição, e ele fez isto sobre três bases nas quais eles seriam diferenciados destes: 1. Que eles teriam aquelas coisas que “acompanham a salvação”; é isto, coisas das quais a salvação é inseparável. Nenhuma destas coisas, contudo, havia ele atribuído àqueles que descreveu neste lugar (4-6); por isto, se agiu desta forma, não teriam sido eles para o apóstolo um argumento e uma evidência de uma conclusão contrária: que estes não cairiam e pereceriam como aqueles? Eis o porquê ele não atribuir nada a estes aqui no texto que faça particularmente “companhia à salvação”. 2. Ele os descreve por seus “deveres de obediência” e frutos da fé. Isto foi ‘o trabalho e o amor’ para com o nome de Deus, verso 10. E por isso, também, ele os diferencia daqueles do texto, concernente àqueles que julgava deveriam perecer eternamente, o que estes frutos da fé salvadora e do amor sincero não deveriam. 3. Ele acrescenta, que, na preservação daqueles aqui mencionados, a fidelidade de Deus é levada em consideração: ‘Porque Deus não é injusto para se esquecer’. Porque eles eram aqueles que ele pretendia estivessem interessados na aliança da graça, considerando que só assim há algum engajamento da fidelidade e da justiça de Deus para preservar os homens da apostasia e da ruína, e há desta forma uma igual relação sobre todos que são assim alcançados pela aliança. Mas, para aqueles do texto ele não supõe tal coisa, e por isso não anuncia que qualquer justiça ou fidelidade de Deus estava de qualquer forma comprometida com sua preservação, mas muito ao contrário” (Dr. John Owen).

É muito pouco preciso designar como “meros professantes” aqueles descritos nos versos 4, 5. Eles foram uma classe que tinha gozado de grandes privilégios, acima de tudo como agora acompanha a pregação do Evangelho. Aqueles aqui retratados são ditos como havendo recebido cinco privilégios, o que está em contrate com as seis situações enumeradas nos versos 1, 2, as quais pertencem ao homem na carne, sob o Judaísmo. Cinco é o número da graça, e as bênçãos aqui mencionadas pertencem à dispensação Cristã. Ainda que eles não fossem verdadeiros Cristãos. Isto é evidente do que não é dito. Observe que eles não foram citados como sendo eleitos de Deus, como aqueles por quem Cristo morreu, como aqueles que foram nascidos no Espírito. Eles não são citados como sendo justificados, perdoados, aceito no Amado. Nem é citada qualquer coisa sobre sua fé, amor, ou obediência. Ainda que estas sejam exatamente as qualidades que distinguem um verdadeiro filho de Deus.

Primeiro, eles tinham sido “iluminados”…

O Sol da justiça havia brilhado, trazendo cura nas suas asas [9], e, como Mateus 4:16 diz: “O povo, que estava assentado em trevas, Viu uma grande luz; E, aos que estavam assentados na região e sombra da morte, A luz raiou”. Diferente do pagão, a quem Cristo, nos dias de Sua carne, não visitou, aqueles que vieram sob o som de Sua voz foram maravilhosamente e gloriosamente iluminados.

A palavra grega para “iluminado” aqui significa “receber luz ou conhecimento através do ensino”. É assim traduzida na Septuaginta em Juízes 13:8, II Reis 12:2, 17:27. O apóstolo Paulo a utiliza como “manifestar”, ou “trazer à luz” em I Coríntios 4:5, II Timóteo 1:10. Satanás cegou os entendimentos dos incrédulos, “para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho” (II Cor 4:4), que é, dar conhecimento dele. Então, “iluminado” aqui significa ser instruído na doutrina do Evangelho, tendo desta forma uma clara compreensão dele. Na passagem paralela em Hebreus 10:26 as mesmas pessoas são citadas como tendo “recebido o conhecimento da verdade”, confronte também em II Pedro 2:20-21. É, contudo, somente um conhecimento natural de coisas espirituais, como pode ser adquirido por ouvir exteriormente ou por ler, exatamente como alguém pode ser iluminado por fazer um estudo especial de uma das ciências. Isto está longe de ser aquela iluminação espiritual que transforma (II Cor 3:18). Uma ilustração de uma pessoa não regenerada sendo “iluminada”, como aqui, é encontrada no caso de Balaão, em Números 24:4.

Segundo, eles tinham “provado” o dom celestial…

Para “provar” é necessário ter uma experiência pessoal, e não uma mera descrição.

“Provar não inclui comer, muito menos digerir e transformar em nutrição aquilo que é provado, porque sua natureza sendo através deste ato discernida, será recusada, de fato, ainda que nós gostemos de seu paladar e sabor em alguma outra ponderação. As pessoas aqui descritas, então, são aqueles que têm um certo grau de entendimento e apreciaram a revelação da graça, como os ouvintes nos pedregais [10] eles receberam a Palavra com grande alegria” (John Owen).

O “provar” está em contraste com o “comer” de João 6:50-56.

As opiniões estão divididas se o “dom celestial” se refere ao Senhor Jesus ou à pessoa do Espírito Santo. Talvez não seja possível para nós dogmatizar este ponto. Realmente, a diferença é indistinta, pois o Espírito está aqui para glorificar a Cristo, como Ele veio do Pai por Cristo como “Dom” de Sua ascensão ao Seu povo. Se a referencia for ao Senhor Jesus, João 3:16, 4:1, etc., serão referências pertinentes, se for ao Espírito Santo, serão Atos 2:38, 8:20, Atos 10:45, Atos 11:17. Pessoalmente, nos inclinamos para a última. Este Dom Divino é aqui citado como sendo “celestial” por causa do “céu”, e que guia para o céu, em contraste com o Judaísmo – confronte Atos 2:2, I Pedro 1:12. Deste “Dom” aqueles apóstatas tinham “provado”, ou tinham uma experiência comparável a Mateus 27:34 onde “provar” é oposto a verdadeiramente beber. Aqueles aqui em destaque haviam tido uma familiaridade com o Evangelho, como para ganhar uma grande medida de suas bem-aventuranças como também para grandemente agravar seus pecados e condenações. Uma ilustração deste fato é encontrada em Mateus 13:20-21.

Terceiro, eles “se tornaram participantes do Espírito Santo”…

Primeiro, deve ser mostrado que a palavra grega para “participantes” aqui é uma palavra diferente da que é usada em Colossenses 1:12 e II Pedro 1:4, onde verdadeiros Cristãos estão em vista. A palavra aqui simplesmente significa “companheiros”, referindo-se a algo externo ao invés de interno. É para ser observado que este item está colocado no meio de cinco, e isto porque ele descreve o princípio motor dos outros quatro, os quais estão todos em efeito. Estes apóstatas nunca “nasceram do Espírito” (Jo 3:6), muito menos eram seus corpos Seu “templo” (I Cor 6:19). Nem nós cremos que estes versos ensinam que o Espírito Santo tenha, a qualquer tempo, trabalhado internamente neles, pois caso contrário Filipenses 1:6 teria sido contradito. Isto significa que eles tinham compartilhado dos benefícios de Suas operações sobrenaturais e manifestações: “…moveu-se o lugar…”. (At 4:31) ilustra isto. Abaixo nós citamos o Dr. J. Brown:

“É altamente provável que o escritor inspirado refira-se primariamente aos dons miraculosos e operações do Espírito Santo pelos quais a primitiva dispensação da Cristandade foi administrada. Estes dons não foram de nenhuma forma confinados àqueles que foram ‘transformados pela renovação dos seus entendimentos’ [11]. As palavras de nosso Senhor em Mateus 7:22-23 e de Paulo em I Coríntios 13:1-2 parecem anunciar, que a retenção destes homens não renovados não foi muito incomum naquela época, de forma nenhuma elas mostram claramente que sua retenção e um estado não regenerado são de alguma forma incompatíveis”.

Quarto, “E provaram a boa palavra de Deus”…

“Eu entendo por esta expressão a promessa de Deus com respeito ao Messias, a essência e a substância de tudo. É digno de nota o fato desta promessa estar por distinção designada através de Jeremias como ‘a boa palavra’ (Jr 33:14). ‘Provar’, então, esta ‘boa Palavra de Deus’, é experimentar o fato de que Deus tem sido fiel à Sua promessa – gozar, tanto quanto um homem não convertido possa gozar, das bênçãos e vantagens que fluem daquela promessa sendo cumprida. ‘Provar a boa Palavra de Deus’, parece, apenas gozar as vantagens da nova dispensação” (Dr. J. Brown).

Uma confirmação adicional de que o apóstolo aqui está se referindo a este fato, de que estes apóstatas tinham testemunhado o cumprimento da promessa de Deus é obtida através da comparação com Jeremias 29:10: “Porque assim diz o SENHOR: Certamente que passados setenta anos em Babilônia, vos visitarei, e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando a trazer-vos a este lugar”.

Note quão cuidadosamente o apóstolo ainda mantém a palavra “provar”, o melhor meio de nos permitir identificá-los. Eles não podem dizer com Jeremias “Achando-se as tuas palavras, logo as comi” (Jr 15:16).

“É como se ainda dissesse: ‘Eu não falei daqueles que têm recebido nutrição; mas daqueles que somente a têm provado, tanto que eles deveriam ter desejado isto como ‘leite racional, não falsificado’ e crescessem por meio disto” (Dr. John Owen).

Um impressionante exemplo de alguém que tão somente “provou” a boa Palavra de Deus é encontrado em Marcos 6:20: “Porque Herodes temia a João, sabendo que era homem justo e santo; e guardava-o com segurança, e fazia muitas coisas, atendendo-o, e de boa mente o ouvia”.

Quinto, “E as virtudes do século futuro”, ou “era futura”…

A referência aqui é para a nova dispensação que foi anunciada pelo Messias de Israel de acordo com as predições do Velho Testamento. Isto tem correspondência com o “nestes últimos dias” de Hebreus 1:1, e está em contraste com o “tempo passado” ou a economia Mosaica. Seu Messias não era nenhum outro senão o “Deus Forte” (Is 9:6), e maravilhosas e gloriosas, estupendas e únicas, foram Suas obras miraculosas. Destes “poderes” estes apóstatas haviam “provado”, ou haviam experimentado. Eles haviam sido testemunhas pessoais dos milagres de Cristo, e também das maravilhas que seguiram Sua ascensão, quando tão gloriosas manifestações do Espírito foram dadas. Portanto eles eram “inescusáveis”. Evidência convincente e conclusiva havia sido apresentada diante deles, mas não houve fé responsiva em seus corações. Um correto exemplo disto pode ser encontrado em João 11:47-48.

“E recaíram”…

A palavra grega aqui é muito forte e enfática, até mais forte que aquela usada em Mateus 7:27, quando é dito da casa construída sobre a areia: “e foi grande a sua queda”. É uma queda completa, um total abandono do Cristianismo que está em destaque aqui. É um “virar as costas” proposital à verdade de Deus revelada, um total repúdio do Evangelho. É acontecer um “naufrágio na fé” (I Tm 1:19). Este pecado terrível não é cometido por um mero professante nominal, porque ele não tem nada de onde realmente recair, salvo um nome vazio. A classe aqui descrita são aqueles que tiveram suas mentes iluminadas, suas consciências agitadas, suas afeições movidas em um grau considerável, e ainda aqueles que nunca foram trazidos da morte para a vida. Também não são Cristãos apóstatas que estão em estudo aqui. Não é simplesmente “cair em pecado”, este ou aquele pecado. O maior “pecado” que um homem regenerado pode possivelmente cometer é uma negação pessoal de Cristo: Pedro foi culpado disto, e ele ainda foi “renovado para arrependimento”. É uma total renúncia de todas as verdades distintivas e os princípios do Cristianismo, e isto não secretamente, mas abertamente, o que se constitui em apostasia.

“E recaíram”. “Esta dificilmente é uma tradução justa. [12] Tem sido dito que o apóstolo aqui não estava afirmando que tais pessoas iriam ou foram ‘recair’, mas que ‘se eles fossem recair’ – uma suposição que, contudo, jamais poderia se realizar – então a consequência seria que eles não seriam ‘renovados para arrependimento’. As palavras literalmente traduzidas são, ‘E apostataram’, ou, ‘Ainda tem apostatado’. O apóstolo obviamente anuncia que tais pessoas podem, e que estas pessoas tinham de fato, ‘recaído’. Por ‘recaindo’, nós estamos claramente entendendo o que é comumente chamado apostasia. Isto não consiste em uma queda ocasional em efetivo pecado, por mais grave e agravado que seja; nem na renúncia de alguns princípios do Cristianismo, ainda que sejam aqueles que são de considerável importância; mas em uma renúncia aberta, total, determinada de todos os princípios constituintes do Cristianismo, e um retorno para uma falsa religião, como a dos Judeus descrentes ou pagãos, ou para a infidelidade aberta e para a irreligiosidade aberta” (Dr. J. Brown).

“É impossível que os que… recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento”.

Quatro questões aqui clamam por resposta. O que significa “renovados para arrependimento”? O que quer dizer “outra vez renovados para arrependimento”? Porque esta experiência é “impossível”? A quem isto é “impossível”?

O arrependimento significa mudança de pensamento: Mateus 21:29 e Romanos 11:29 estabelecem isto. É mais que uma ação mental, a consciência estando também ativa, levando à contrição e a autocondenação (Jó 42:6). No não regenerado é simplesmente uma obra da natureza, no filho de Deus é forjado pelo Espírito Santo. O último é evangélico, sendo uma das coisas que “acompanham a salvação”. O primeiro não é assim, sendo a “tristeza do mundo”, a qual “opera a morte” (II Cor 7:10). Este tipo de “arrependimento” ou remorso tem sua mais impressionante exemplificação no caso de Judas: Mateus 27:3-5. Tal foi o arrependimento destes apóstatas. O verbo grego para “renovar” aqui não ocorre em nenhum outro lugar no Novo Testamento. Provavelmente “restaurar” teria sido melhor, pois é a mesma palavra usada na Septuaginta, para um verbo Hebraico que significa renovar no sentido de restaurar: Salmo 103:5; Salmo 104:30; Lamentações 5:21. Josephus o aplicou à renovação do Templo!

Mas, o que significa “renovar para arrependimento”?

“Ser ‘renovado’ é uma expressão figurativa que denota uma mudança, uma grande mudança, e uma mudança para melhor. Ser ‘renovado’ assim como mudar o pensamento de uma pessoa é significativo de uma importante e vantajosa alteração de opinião, e caráter e serviço. E uma tal alteração, as pessoas alegam como tendo sido experimentadas em um período anterior. Elas outrora estavam em um estado de ignorância com respeito às doutrinas e às evidências do Cristianismo, e haviam sido ‘iluminadas’. Elas não tinham, em outros tempos, conhecido a excelência e a beleza da verdade Cristã, e haviam sido criadas para ‘provar os dons celestiais’. Elas outrora confundiram as profecias com respeito ao Messias, e não estavam cientes de seu cumprimento, e, claro, eram estranhas àquela vigorosa influência que a revelação do Novo Testamento apresentava; e estas pessoas haviam sido criadas para ver que aquela ‘boa palavra’ fora cumprida, e haviam sido feitas participantes dos privilégios externos e estavam sujeitas às energias peculiares de uma nova ordem de coisas. Sua visão, e sensações, e circunstâncias, haviam materialmente mudado. Quão grande é a diferença entre um ignorante, intolerante Judeu, e a pessoa descrita na passagem precedente! Ele havia se transformado com isto sendo outro homem. Ele não tinha, contudo, se tornado, no senso do apóstolo, uma ‘nova criatura’. Seu pensamento não estava tão mudado para sinceramente crer ‘a verdade como está em Jesus’ [13], mas ainda, uma grande e até onde ela foi, uma radical mudança havia tido lugar” (Dr. J. Brown).

Agora é impossível “renovar para arrependimento” aqueles que abandonaram totalmente a revelação Cristã. Algumas coisas são “impossíveis” no que diz respeito à natureza de Deus, como ele não poder mentir, ou perdoar pecados sem a santificação em Sua justiça. Outras coisas que são possíveis à natureza de Deus são feitas impossíveis por Seus decretos ou propósitos: Veja I Samuel 15:28-29. Ainda outras coisas são “possíveis” ou “impossíveis” considerando a regra ou a ordem de todas as coisas conforme foram estabelecidas por Deus. Por exemplo, não pode haver fé sem ouvir a Palavra (Rm 10:13-17).

“Quando se trata do [nosso] dever [para com estas pessoas], Deus não tem nem expressado ordem sobre elas, nem determinado meios para seu cumprimento, elas devem ser vistas então como sendo impossíveis [como, por exemplo, não há salvação sem arrependimento, Lucas 13:3 (A.W.P)]; e então, no que nos diz respeito, elas são absolutamente assim, e assim devem ser avaliadas. E é a ‘impossibilidade’ aqui essencialmente planejada. É uma coisa que Deus nunca nos ordenou que nos empenhássemos, nem determinou meios para alcançarmos, nem prometeu nos ajudar. É por isto que não temos nenhuma razão para procurar, tentar, ou esperar, já que isto não é possível por nenhuma lei, regra, ou constituição de Deus”.

“O apóstolo não prossegue nos instruindo sobre a natureza de eventos futuros, além do que o nosso próprio dever é participante deles. Não é para nós procurarmos ou esperarmos, ou orarmos, ou nos empenharmos para a renovação de tais pessoas para arrependimento. Contudo, Deus deu uma lei sobre estas coisas a nós, e não a Si mesmo. Isto [renovação para arrependimento] pode ser possível para Deus, pelo que sabemos, e se não houver nisto uma contradição a quaisquer das divinas propriedades de Sua natureza; contudo, Ele não nos faz esperar quaisquer destas coisas Dele, nem tem Ele determinado quaisquer meios para que nós nos empenhemos nisto. Que Ele pode fazer nós devemos confiadamente aceitar; mas nosso dever quanto a estas pessoas está inteiramente terminado. E de fato, eles colocam a si mesmos completamente fora de nosso alcance” (Dr. John Owen).

É necessário ser observado cuidadosamente que no conjunto desta passagem de Hebreus 5:11 em diante o apóstolo está falando de seu próprio ministério. Nas mãos de Deus, Seus servos são os instrumentos pelos quais Ele trabalha e através dos quais cumpre Seu propósito evangelístico. Portanto, Paulo pode dizer com propriedade “porque eu pelo Evangelho vos gerei” (I Cor 4:15). E de novo: “Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós” (Gl 4:19). Assim os servos de Deus têm, através da pregação do Evangelho, “renovado para arrependimento” aqueles citados em Hebreus 6:4. Mas eles apostataram, eles totalmente repudiaram o Evangelho. Sendo consequentemente “impossível” aos servos de Deus “renová-los novamente para arrependimento”, pela razão auto-suficiente de que não têm outra mensagem para proclamar àqueles. Eles [os servos de Deus] não têm outro Evangelho de reserva, nem outros motivos a apresentar. O Cristo crucificado já havia sido posto diante deles. Ele [Cristo] eles agora denunciaram como um Impostor. Não há “nenhum outro nome” pelo qual eles possam ser salvos. Sua pública renúncia de Cristo tornou seu caso sem esperança, até onde os servos de Deus saibam. “Deixai-os” (Mt 15:14) é agora sua ordem: compare com Judas 22. Se é, ou não, possível a Deus, consistentemente com Sua santidade, humilhá-los, nossa passagem não estabelece.

“Pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus” (6)

Isto é apresentado para mostrar a gravidade de seu terrível crime e a impossibilidade deles serem renovados novamente para arrependimento. Renunciando à sua profissão Cristã eles declararam que Cristo é um Impostor. Portanto, são irrecuperáveis. Tentar prosseguir debatendo com eles, será somente deitar pérolas aos porcos [14]. Com este verso deve ser cuidadosamente comparada a passagem paralela em Hebreus 10:26-29. Estes apóstatas têm “recebido o conhecimento da verdade”, apesar de não um conhecimento redentor dela. Depois disto eles pecaram “propositadamente”: houve uma deliberada e aberta desaprovação da verdade. A natureza do seu pecado particular está designando um “pisar o Filho de Deus (algo que nenhum Cristão verdadeiro jamais fará) e contando (considerando) o sangue da aliança algo profano”, é isto, olhando Aquele que foi suspenso na Cruz como um malfeitor comum. Para tanto “não resta mais sacrifício pelos pecados”. Seu caso é sem esperança tanto quanto ao homem é concedido saber; e o escritor acredita, que os tais são abandonados por Deus também.

“Pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus, e o expõem ao vitupério”. “Eles, portanto, se identificam a si mesmos com os que O crucificaram – eles acolheram e reconheceram sentimentos que eram Ele na terra e em seu poder, os quais lhes induziram a crucificá-Lo. Eles o expuseram à infâmia, fizeram d’Ele um exemplo público. Fizeram mais para desonrar a Jesus Cristo que Seus assassinos. Estes nunca professaram reconhecer Sua missão divina; mas estes apóstatas fizeram tal profissão – eles fizeram uma espécie de julgamento do Cristianismo, e, após o julgamento, o rejeitaram” (Dr. J. Brown).

Tal aviso foi necessário e bem calculado para agitar os indolentes Hebreus. Sob a economia do Antigo Testamento, por meio de tipos e profecias, eles tinham obtido vislumbres da verdade como sendo Cristo, a chamada “palavra da origem de Cristo”. Sob aquelas sombras e vislumbres eles tinham sido educados, não sabendo sua completa importância até que tivessem sido abençoados com a plena luz do Evangelho, aqui chamado de “perfeição”. O perigo ao qual eles estavam expostos era o de recuar do chão sobre o qual o Cristianismo os havia colocado, e relaxar ao Judaísmo. Agir desta forma significa re-entrar naquela Casa que Cristo havia deixado “deserta” (Mt 23:38), e seria juntar forças com Seus assassinos [de Jesus], e portanto “eles, de novo crucificam o Filho de Deus”, e por sua apostasia “o expõem ao (público) vitupério”. Nós podemos acrescentar que a palavra grega aqui para “crucificar” é uma palavra mais forte que a que é geralmente utilizada: ela significa “crucificar ao alto”. A atenção é assim direcionada para a ereção da cruz na qual o Salvador foi suspenso para escárnio público.

Tomando a passagem como um todo, é necessário ser lembrado que nem todos os que têm professado receber o Evangelho foram nascidos de Deus: a parábola do Semeador mostra que a Inteligência deve estar informada, a consciência examinada, os sentimentos naturais extirpados, e ainda não deve haver “raízes” neles. Nem tudo que reluz é ouro. Há sempre uma “mistura de gente” (Ex 12:38) que acompanha o povo de Deus. Além disso, há no verdadeiro Cristão um velho coração, que é “enganoso, mais do que todas as coisas, e perverso” [15], e por esta razão ele está em constante carência de um alerta fidedigno. Este, Deus tem dado a cada dispensação: Gênesis 2:17; Levítico 26:15-16; Mateus 3:8; Romanos 11:21; I Coríntios 10:12.

Conclusão

Finalmente, precisa ser dito que enquanto as Escrituras falam claramente e positivamente da perseverança dos santos, ainda é uma perseverança de santos, não de professantes não regenerados. A Divina preservação não está somente em uma situação segura, mas também em um caminho santo de disposição e conduta. Nós estamos “mediante a fé, guardados na virtude de Deus para a salvação” [16]. Nós estamos guardados pelo Espírito trabalhando em nós um espírito de total dependência, renunciando nossa própria sabedoria e força. O único lugar do qual nós não podemos cair é aquele embaixo, na poeira. É lá que o Senhor busca Seu próprio povo, desarraigando-os de toda a confiança na carne, e dando-lhes a experimentar que é quando estão fracos é que são fortes [17]. Estes tais, e somente estes tais, são salvos e salvos eternamente.

Arthur Walkington Pink | Fonte: “Luz para o Caminho” – Arthur W. Pink (1886-1952) foi um dos autores evangélicos mais influentes da segunda metade do século XX. Erudito bíblico de persuasão reformada e puritana, Pink escreveu várias obras literárias e pastoreou diversas igrejas nos EUA, além de ter servido como ministro na Inglaterra e Austrália.


Notas:

1. Todos os textos bíblicos citados neste estudo foram extraídos da tradução de João Ferreira de Almeida – Corrigida e Revisada Fiel ao Texto Original (ACF), editada pela Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, exceto quando houver sido especificado em contrário.2. N.T. – A palavra original do inglês é “professor”, que significa alguém que professa uma determinada crença. Referindo-se a Cristãos, o ato de professar a fé, não implica necessariamente que esta pessoa tenha sido regenerada pelo sangue do Cordeiro de Deus. E este é o sentido no qual esta palavra deve ser entendida neste estudo: Uma pessoa que professa a fé Cristã, mas sem ter sido transformada por Cristo.3. I Timóteo 1:19 – “Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé”.4. Hebreus 6:18 – “Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta”.5. II Timóteo 3:16 – “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça;”6. Mateus 11:28 – “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”.7. Lucas 23:34 – “E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem…”..8. Hebreus 6:9 – “Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores, e coisas que acompanham a salvação, ainda que assim falamos”.9. Malaquias 4:2 – “Mas para vós, os que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, e cura trará nas suas asas; e saireis e saltareis como bezerros da estrebaria”.10. Mateus 13:20-21 – “O que foi semeado em pedregais é o que ouve a palavra, e logo a recebe com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, antes é de pouca duração; e, chegada a angústia e a perseguição, por causa da palavra, logo se ofende”.11. Romanos 12:2 – “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”.12. N.T. – Este comentário se refere à tradução encontrada na Bíblia em Inglês (King James Version), na qual temos o seguinte texto: “If they shall fall away”. A tradução em português de João Ferreira de Almeida, (conforme pode ser lida na Edição Revista e Corrigida Fiel ao Texto Original da Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil) traz “E recaíram” que é uma tradução perfeita e fiel ao texto grego original.13. Efésios 4:21 – “Se é que o tendes ouvido, e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus”.14. Mateus 7:6 – “Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem”.15. Jeremias 17:9 – “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?”.16. I Pedro 1:5 – “Que mediante a fé estais guardados na virtude de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo”.17. II Coríntios 12:10 – “Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte”.