Deus ainda não está julgando as nações, e nem ainda introduzindo um governo justo na Terra sob a direção do “Seu Ungido”. Não; pelo contrário, em soberana graça e bondade, Ele está salvando pecadores dentre as nações antes que caia o juízo. Portanto, nós que somos santos com uma vocação celestial totalmente acima e fora deste mundo, não devemos nos preocupar com os assuntos mundanos, e sim com o “reino de Deus, e… as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo” (At 28:31). “…que o caco de barro contenda com os cacos de barro da Terra” (Is 45:9 – Trad. King James).
Ló participava nos negócios da culpada Sodoma; ele sentava-se como juiz à porta da cidade. O que aconteceu a ele? Quando os quatro reis fizeram guerra contra cinco, Ló, sua família e todos os seus bens tornaram-se parte do espólio de guerra. É bem verdade que seu tio Abraão, um homem separado (de Sodoma) o resgatou, mas Ló nunca exibiu um caráter de peregrino, que era o apropriado para um santo de Deus naqueles dias. O mundo tinha um poder vitorioso sobre sua alma; ele voltou a se estabelecer em Sodoma e ali afligiu sua alma justa até o exato dia da terrível ruína da cidade. Querido santo de Deus: CUIDADO!
Nossa luta continua sem tréguas. Não existe licença. O diabo e seus exércitos bem organizados não se entregaram. A única luta que Deus reconhece como a luta dos cristãos (“irmãos santos” com uma “vocação celestial”) não somente não terminou, como está crescendo em intensidade à medida em que esgota-se o tempo para o diabo.
“No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do Seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo. Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. Portanto tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau, e, havendo feito tudo, ficar firmes”. (Ef 6:10-13).
Transcrevo um trecho de uma carta recebida de um servo do Senhor: “O diabo está ocupado levando os corações e entendimentos cegos cada vez mais longe. Satanás continua sendo o enganador e conhece bem o seu ofício. Parece haver um número cada vez maior de demônios trabalhando em todos os lugares”. A “grande casa” (II Tm 2:20) da cristandade está ficando cheia deles. Porventura ela não irá se degenerar na “grande Babilônia… morada de demônios, e coito de todo espírito imundo, e coito de toda ave imunda e aborrecível”? (Ap 18:2).
Desperte! amado irmão em Cristo, desperte! “Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá” (Ef 5:14). Oh, pense na obra que Ele executou por nós e para Sua própria glória, e naquilo que temos o privilégio de ser para Ele neste mundo! Somos poupados do juízo divino assim como os filhos de Coré (Nm 26:11), comprados pelo sangue do próprio Filho de Deus, e feitos sacerdócio santo para oferecer sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus por Jesus Cristo. Temos um sacerdócio real para demonstrar as excelências d’Aquele que nos chamou das trevas para Sua maravilhosa luz, e somos levados sobre o Seu coração em recordação contínua no sacerdócio do Sumo Sacerdote, assim como as doze pedras eram levadas no peitoral do sumo sacerdote em Israel.
Por favor somos introduzidos no Amado, como Mefibosete foi levado para o seio da esfera real de Davi por amor de Jônatas – chamados a andar numa senda de rejeição neste mundo, buscando a glória de nosso Senhor Jesus Cristo. É como aqueles que compartilharam dos anos de rejeição de Davi no deserto: mais tarde eles compartilharam de toda a glória de seu reino. Somos coerdeiros de tudo que o Pai deu a Seu Filho (assim como Rebeca teve parte em tudo o que Abraão dera a Isaque), pois “o Pai ama o Filho, e todas as coisas entregou nas suas mãos” (Jo 3:35).
Somos assim levados aos mais íntimos relacionamentos de amor, ao círculo de eterno amor entre o Pai e o Filho – amados como o Filho é amado – e agora mesmo participantes daquela natureza divina que é amor. Deixados aqui por apenas alguns momentos, deveríamos representá-Lo diante de todos os homens, “irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo; retendo a palavra da vida” (Fp 2:15-16).
Somos justificados pelo sangue de Cristo, santificados (separados para Deus) por intermédio da verdade e da toda-eficaz intercessão d’Aquele que Se separou a Si mesmo para nós; a glória com Cristo nas alturas é nossa porção eterna, na qual em breve entraremos. A Terra e o céu, o universo, sob os Seus (e nossos) pés, e o eterno e inefável amor, compõem a porção a nós destinada! Que pessoas convém que sejamos “em santo trato, e piedade” (II Pe 3:11).
J. H. Smith