Autor: Incerto (Jeremias?!) — Como I e II Reis eram, originalmente, um livro, esta obra deve ter sido compilada algum tempo depois da tomada de Judá pelos babilônios em 586 a.C.. O livro dá a impressão de ser obra de um só autor e de que este autor tenha testemunhado a queda de Jerusalém. Embora a autoria não possa ser determinada com segurança, muitas sugestões foram feitas. Alguns tem indicado Esdras como compilador, enquanto outros apontam para Isaías como editor. Muitos eruditos dizem que o autor de I e II Reis era um profeta desconhecido ou um judeu cativo da Babilônia ao redor de 550 a.C.. Pelo fato de Josefo atribuir Reis aos “profetas”, muitos abandonaram a pesquisa por um autor especifico. No entanto, a tese mais provável é a de que o profeta Jeremias seja o autor. A antiga tradição judaica do Talmude declara que Jeremias tenha escrito Reis. Esse famoso profeta pregou em Jerusalém antes e depois da sua queda, e II Reis 24-25 aparece em Jeremias 39-42; 52. Jeremias talvez tenha escrito todo o texto, menos o conteúdo do último apêndice (II Rs 25.27-30), que foi provavelmente, acrescentado por um dos seus discípulos.
A Data
560 – 538 a.C.
Apesar de que a data exata para a composição de I e II Reis seja incerta, acredita-se que a sua forma final estava pronta em algum momento da última parte do século VI a.C.. O último acontecimento mencionado em II Reis é a libertação do Rei Joaquim, de Judá, que estava preso na Babilônia. Considerando que Joaquim foi feito prisioneiro em 597 a.C., os livros de Reis devem ter sido escritos depois de 560 a.C. para que esta informação pudesse ser incluída. O autor de Reis teria mencionado, provavelmente, um acontecimento tão importante como a queda da Babilônia para a Pérsia em 538 a.C., caso houvesse tido conhecimento desse evento. Como não há menção dessa importante notícia em Reis, conclui-se, então, que Reis tenha sido escrito, provavelmente antes de 538 a.C., embora os eventos registrados em I Reis tenha ocorrido uns trezentos anos mais cedo.
O Contexto Histórico
Os acontecimentos descritos em I Reis abrangem um período de cerca de 120 anos. Recorda as turbulentas experiências do povo de Deus desde a morte de Davi, em cerca de 971 a.C., até ao reinado de Josafá (o quarto rei do Reino de Judá) e o reinado de Acazias (o nono rei do Reino de Israel), em cerca de 853 a.C.. Esse foi um período difícil da história do povo de Deus, foram grandes mudanças e sublevações. Havia luta interna e pressão externa. O resultado foi um momento tenebroso, em que um reino estável, dirigido por um líder forte, dividiu-se em dois.
O Conteúdo
I e II Reis eram, originalmente, um só livro, que continuava a narrativa de I e II Samuel. Os compositores do AT grego (Septuaginta ou LXX) dividiram a obra em “III e IV Reinos” (I e II Samuel eram I e II Reinos). O Título “Reis” se deriva da tradução latina de Jerônimo (Vulgata) e é apropriado por causa da ênfase desses livros nos reis que governaram durante este período. Os livros de I e II Reis começam a registrar os eventos históricos do povo de Deus no lugar em que I e II Samuel interrompem. No entanto, Reis é mais do que uma simples compilação de acontecimentos políticos importantes ou socialmente significativos em Israel e Judá. Na realidade, não contém uma narrativa histórica tão detalhada como se poderia esperar (400 anos em 47 capítulos). Ao contrário, I e II Reis são uma narrativa histórica seletiva, com um propósito teológico. O autor, portanto, seleciona e enfatiza o povo e os eventos que são significativos no plano moral e religioso. Em I e II Reis, Deus é apresentado como Senhor da história.
O Espírito Santo em Ação
I Rs 18.12 contém a única referência direta ao Espírito Santo, onde é chamado de “Espírito do Senhor”. As palavras de Obadias lá indicam que o Espírito Santo algumas vezes transportou Elias de um lugar para outro (II Rs 2.16) Percebe-se uma relação com At 8.39-40, em que se descreve Felipe como tendo uma experiência similar. Há uma alusão, em 18.48 (“a mão do SENHOR”), à ação do Espírito Santo em capacitar Elias para operar milagres, A fórmula “mão do SENHOR” é uma referência à inspiração dos profetas pelo Espírito de Deus (II Rs 3.15 / Ez 1.3; I Sm 10.6,10; 19.20,23). Aqui “a mão do SENHOR” se refere ao Espírito Santo que dotou Elias com poderes sobrenaturais para realizar uma façanha surpreendente. Além dessas passagens, I Rs 22.24 pode ser outra referência ao ES. Esse versículo se refere a um “espírito do SENHOR” e pode indicar que os profetas compreendiam que o seu dom de profecia vinha do Espírito de Deus (I Sm 10.6,10; 19.20,23). Se esta interpretação é aceita, então estaria em paralelo com I Cor 12.7-11, que confirma que a habilidade pra profetizar é realmente uma manifestação do Espírito Santo.
Esboço de I Reis
1.1 – 11.43 – O reino unido
- 1.1 – 2.46 – O estabelecimento de Salomão como rei
- 3.1 – 8.66 – A consagração de Salomão como rei
- 9.1 – 11.43 – O erro de Salomão como rei
12.1 – 22.53 – O reino dividido
12.1 – 14.20 – A revolta e o reinado de Jeroboão em Israel
- 14.21-31 – O reinado de Roboão em Judá
- 15.1-8 – O reinado de Abdias em Judá
- 15.9-24 – O reinado de Asa em Judá
- 15.25-32 – O reinado de Nadabe em Israel
- 15.33 – 16.7 – O reinado de Baasa em Israel
- 16.8-14 – O reinado de Elá em Israel
- 16.15-20 – O reinado de Zínri em Israel
- 16.21-28 – O reinado de Onri em Israel
- 16.29 – 22.40 – O reinado de Acabe em Israel
- 22.41-50 – O reinado de Josafá em Judá
- 22.51-53 – O reinado de Acazias em Israel
Fonte: Bíblia Plenitude