Evangelizar – Uma Tarefa Para Todos

Gostaria de pensar no crente individual, como meio deste Evangelho ser pregado a toda a criatura. Sabemos que o mundo está cheio de outros Evangelhos, dos quais Paulo fala na carta aos Gálatas (Gl 1:6-7), dizendo que não é outro, pois não existe outro, mas transtornam ou pervertem o Evangelho de Cristo. Foi colocado logo no início a frase: “gostaria de pensar no crente…”. Escolhi propositadamente a palavra “crente”, para que sejam incluídos todos os crentes, irmãos e irmãs.

“Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda a criatura” (Mc 16:15).

Sabemos que conforme a Palavra de Deus, não é permitido que as irmãs tomem a frente, ou preguem nas Igrejas conforme I Coríntios 14:34, I Timóteo 2:11. Mas mesmo na sua própria casa podem estar falando aos seus filhos que não são salvos. Temos um bom exemplo na mãe e na avó de Timóteo (II Tm 1:5, 3:14-15). Que recompensa ver cada filho, esposa, e esposo salvo!

Voltando ao assunto do crente individual, gostaria de convidar para pensarmos no Príncipe dos pregadores: o Senhor Jesus Cristo. Nós O encontramos no livro de Lucas 4:18-19, dizendo de Si mesmo: “O Espírito do Senhor é sobre mim pois que me ungiu para evangelizar… a apregoar remissão aos cativos…, a anunciar o ano aceitável do Senhor”. No decorrer dos Evangelhos, e mesmo neste trecho, podemos aprender com Suas Palavras e Sua maneira de tratar com cada pessoa.

Depois de Jesus ter passado quarenta dias no deserto, e sendo tentado pelo diabo, nós lemos: “e acabando o diabo toda a tentação, ausentou-se dele por algum tempo. Então pela virtude do Espírito voltou para a Galiléia… e chegando a Nazaré, onde fora criado, levantou-se para ler na sinagoga” (Lc 4:13-16).

O que nos chama a atenção é onde e para quem Ele foi “apregoar liberdade”. Notemos (!): “onde fora criado”. Ele procurou Seus conhecidos, Seus parentes, Sua pátria! As vezes desejamos ver nossos parentes salvos, mas será que já lhes falamos do “ano aceitável do Senhor”?

Vemos já no nosso Mestre, Aquele que sabia das intenções dos corações, o Seu desejo de pregar-lhes, mas vemos a atitude deles: “se encheram de ira… e O levaram até o cume do monte em que a cidade deles estava edificada, para dali o precipitarem” (Lc 4:28-29). Que tristeza lermos estas palavras! É a atitude de homens que estão marchando para a condenação. Nosso Senhor sabia disto. Em outra passagem Ele fez esta colocação: “Se chamaram Belzebu ao Pai de Família, quanto mais aos seus domésticos?” (Mt 10:25). Aquilo não foi o bastante para o desanimar, mas vemos que desceu a Cafarnaum onde “ensinava-os”.

Ao terminar, gostaria de notar duas frases:

1 – “…me ungiu para evangelizar”

Ungir faz-nos lembrar do Velho Testamento quando homens eram ungidos para serviços especiais, como sumo sacerdote (Ex 25:6), rei (I Sm 16:1), e algumas vezes profetas (I Rs 19:16). Que grande privilégio para nós! Sabemos que nem todos têm o dom de subir numa plataforma e pregar, mas ali não é o único meio de falar do Evangelho. Talvez tenha reuniões duas vezes na semana, e pregadores usam a plataforma para pregar, mas temos mais cinco dias na semana para falar do Evangelho fora da plataforma.

Mas se alguém disser: “eu não sou ungido para evangelizar”. Então esse deve notar o que Paulo diz escrevendo aos Coríntios: “O que nos confirma para convosco e o que nos ungiu é Deus” (II Cor 1:21). Cada pessoa verdadeiramente salva é ungida e selada com o Espírito Santo da promessa, um ato que se deu quando Deus nos salvou, nos separou dos mortos, nos ungiu, não como o Cristo” (o Ungido), mas como servos Seus. Com tudo isto Paulo só podia dizer: “nós somos loucos por amor de Cristo” (I Cor 4:10).

Cada pessoa salva recebeu de Deus, pelo menos um dom para “plantar”, ou “regar”, para cooperar na lavoura e edifício de Deus (I Cor 3:7). Mas notemos o que Paulo diz: “nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus que dá o crescimento”. Não nos esqueçamos disto, que somos apenas vasos nas mãos do oleiro e Deus quer vasos limpos para o Seu serviço (II Tm 2:21).

2 – Anunciar o ano aceitável

Temos uma figura no Velho Testamento que é o “ano de jubileu” (Lv 25:8). Vemos lá que depois de passados quarenta e nove anos, no dia da expiação, seria passada a trombeta por toda a terra de Israel. Sim, no ano quinquagésimo, o ano da graça, seria apregoado liberdade na terra, os sonidos da trombeta traziam para o moço e para o velho, para o pai e para a família, o resgate da conta que não podiam pagar.

A trombeta começaria a ser passada no dia da expiação. Há quase dois mil anos atrás, o Filho do Eterno Deus fez uma expiação que pode colocar em liberdade o pobre pecador, ainda hoje. Não devemos tocar esta trombeta em alta voz? O ano Jubileu passava. O tempo da graça vai passar. “Porque diz: ouvi-te em tempo aceitável e socorri-te no dia da salvação, eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da Salvação” (II Cor 6:2).

Extraído de “O Evangelho no Brasil”.

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