Epístola – Hebreus
Autor: Paulo? — Hebreus não designa seu autor, e não existe unanimidade de tradição em relação à sua identidade. Alguns sábios destacam algumas evidências que podem indicar uma autoria paulina, enquanto outros sugerem que um dos colaboradores de Paulo, como Barnabé ou Apolo, podem ter escrito o livro. A especulação provou-se infrutífera, e a melhor conclusão pode ser a de Orígenes, no século III, que declarava que só Deus sabe ao certo quem o escreveu.
A Data e a Localização
70 d.C.
O conteúdo de Hebreus indica que foi escrito antes da destruição do Templo em 70 d.C. (10.11; 13.11). A única evidência em relação ao local em que o livro foi escrito é a saudação enviada pelos “da Itália” (13.24), indicando talvez que o autor estivessem em Roma ou escrevendo para os cristãos de Roma.
O Conteúdo
Uma palavra importante da epístola é “melhor”, usada para descrever a Cristo e os benefícios do Evangelho (1.4; 7.19, 22; 8.6; 9.23; 10.34; 11.16, 35, 40). A maioria das bênçãos do judaísmo relacionava-se com as coisas terrenas: um tabernáculo ou templo terreno, sacerdotes terrenos, sacrifícios terrenos, um acordo que prometia a prosperidade terrena. Em contraste, Cristo está “à destra da Majestade, nas alturas” (1.3), onde distribui as bênçãos celestes (3.1; 6.4; 8.5; 11.16; 12.22-23). Um ponto importante desta epístola é a apresentação do ministério sumo sacerdotal do Senhor. Cristo é o sumo Sacerdote, não segundo a ordem de Aarão, mas sim de Melquisedeque, que não tinha antecessores nem sucessores no sacerdócio. Sendo assim, Melquisedeque era um tipo perfeito para Cristo, que recebeu o cargo do sumo sacerdote por invocação direta de Deus, e não por herança (5.5-6).
Enquanto o sacerdote Aarônico tinha que oferecer sacrifícios continuamente por seus próprios pecados, bem como pelos pecados de outras pessoas, Cristo ofereceu de uma vez por todas sua própria pessoas sem pecados como o sacrifício perfeito. Ele experimentou na carne a provação que todos os crentes conhecem, e por isso ele é capaz de interceder compassivamente em nome deles. O capítulo 11 enumera alguns dos grandes heróis da fé no AT. Os versos 4 a 35 registram bênçãos maravilhosas e notáveis vitórias alcançadas através da fé, enquanto os versos 36 a 38 registram aqueles que resistiram a grandes provas, sofrimento e perseguição através da fé. Significativamente, não há menção dos pecados e defeitos daqueles enumerados. O motivo óbvio é que o sangue de Jesus tinha riscado os pecados e fracassos, de modo que suas iniquidades não são mais lembradas contra eles.
O Cristo Revelado
Falar de Cristo em Hebreus é descrever o livro inteiro. Ao tentar manter seus leitores distantes da apostasia, o escritor enfatiza a superioridade de Cristo perante tudo que o aconteceu antes no período do AT. Como nenhum outro livro da Bíblia, Hebreus salienta a importância e o ministério do Cristo pré-encarnado.
O Espírito Santo em Ação
O ministério do Espírito Santo é visto de diversas maneiras, aplicando-se tanto ao período do AT quanto do NT: Os dons do Espírito Santo para o ministério (2.4); testemunho à inspiração do AT (3.7; 10.15); descrição da experiência dos crentes (6.4); interpretação da verdade espiritual (9.8); assistência no ministério de Jesus (9.14); insultado pela apostasia (10.29).
Esboço de Hebreus
1.1 – 4.13 – A superioridade da pessoa de Jesus
- 1.1-3 – Jesus: Melhor do que os profetas
- 1.4 – 2.18 – Jesus: Melhor do que os anjos
- 3.1-19 – Jesus: Melhor do que Moisés
- 4.1-13 – Jesus: Melhor do que Josué
4.14 – 10.18 – A Superioridade do Ministério de Jesus
- 4.14 – 5.10 – Jesus: Melhor do que Arão
- 7.1 – 8.5 – O Sacerdócio de Melquisedeque, portanto Jesus, melhor do que o de Arão
- 8.6 – 10.18 – Jesus é mediador de uma melhor aliança
10.19 – 13.35 – A superioridade da caminhada da fé
- 10.19 – 11.40 – Um chamado à segurança total da fé
- 12.1-29 – A persistência da fé
- 13.1-17 – Admoestações sobre o amor
- 13.18-35 – Conclusão
Fonte: Bíblia Plenitude