E a Igreja Crescia… Muito!

Creio que a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo não está crescendo em nossos dias com a mesma amplitude dos seus primeiros dias. Em verdade, a Igreja nunca diminui, porque todo aquele que para ela é ganho, jamais será arrojado do Senhor da Igreja (Jo 10:28).

Mas também é verdade que algumas igrejas locais têm diminuído em número de irmãos (membros) em comunhão. Alguns faziam parte da comunhão, mas não faziam parte da Igreja. Assim, eles saíram, pois estavam enganados e enganavam. Existem muitas razões. Vejamos algumas:

  • Romanos 10: A Fé era fraca e a atitude e comunhão para com Deus não eram tão claras.
  • Efésios 4: Outros partiram para o Lar do Pai.
  • Colossenses 2: Alguns estavam fracos no conhecimento da Verdade e sendo levados por ventos doutrinários.
  • I João 2: Alguns saíram porque foram enganados por meio de filosofias e subtilezas.

A Igreja não se envolve no discipulado e na evangelização, por isso a igreja não tem sido aumentada com novos crentes (Mt 28:19). Esta é a realidade em muitos lugares do planeta e deveria ser objeto de reflexão por parte dos anciãos (Presbíteros) que presidem na Igreja. Na verdade, não é somente um sinal dos tempos, mas acima de tudo um problema imputável e cuja responsabilidade máxima é daqueles que têm a obrigação de ser “Luz” e “Sal” no mundo; “Embaixadores” e “Testemunhas” de Cristo.

A crise que grassa em muitas igrejas locais é, a meu ver, causada pela deficiente utilização da comunhão entre o crente e Deus. A comunhão com Deus é importante; a comunhão entre os irmãos é necessária. Esta comunhão é melhorada, estreitada e torna-se intima através do tipo de oração que temos com o Pai.

A Importância da Oração

Como são as nossas orações pessoais com Deus? São informais ou íntimas? Como são as orações da Igreja com Deus? São informais, extravagantes, altivas ou humildes? A Oração é inquestionavelmente um dos mais poderosos fatores para o crescimento da Igreja. Deus ouve a oração daquele que tem comunhão intima Consigo. Deus responde à oração daquele que pede segundo a Sua vontade (I Jo 5:14-15). Caso contrário, não haverá respostas:

  • I Tm 2:8 – Porque a vida daqueles que oram está em pecado oculto.
  • Tg 4:3 – Porque se tem pedido mal, não sabendo bem o que se pede.
  • Porque a igreja não sabe falar com Deus!

Vou expor alguns erros que ocorrem em algumas reuniões de oração, os quais não promovem respostas da parte de Deus:

  • Canta-se hinos não apropriados à reunião e sem discernir as palavras que estão sendo proferidas a Deus.
  • Um irmão crente começa a “orar” dando graças, louvando e intercedendo por tudo o que lhe vem à lembrança. Faz “como os gentios, os quais pensam que por muito falarem são ouvidos”, e monopoliza a reunião de oração. A reunião torna-se tão cansativa que a falta de paciência dos outros irmãos “desliga” ele da “oração”. A comunhão entre todos na oração acabou ao fim de 3 minutos!
  • Consequentemente, outro irmão se levanta e faz o mesmo. Não querendo mostrar-se menos “espiritual” que o anterior, ele repete alguns assuntos já referidos anteriormente. A sua “espiritualidade” percebe-se na alusão a textos bíblicos na oração. Ele dá “explicações” a Deus e aproveita para informar os irmãos sobre alguns assuntos que leva em oração. Também manda “recados” para alguns que não estão presentes. Ninguém está a orar com ele!

A Assembleia que deve orar dizendo “Amém” fica com sonolência, se muitas das vezes não “adormece”! A reunião de oração que tinha por objeto apresentar a Deus “Graças”, “Louvor”, “Adoração”, “Petições” e “Súplicas”, transforma-se num “velório” ou num “tempo perdido”. As orações não saíram da sala e não chegaram até Deus. Deus não tem resposta a dar.

Em contraposição lemos que no princípio da Igreja os crentes “Perseveravam… nas orações… louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo… e todos os dias acrescentava o Senhor à igreja…”. (At 2:42-47).

Esta realidade de crescimento quantitativo e qualitativo da Igreja era fruto da sua perseverança na doutrina e na oração. É importante saber orar. Orar com fé, sabedoria e método. Numa reunião de oração o primeiro a orar, deve fazê-lo exclusivamente com ação de graças e louvor. Dois minutos, são suficientes. Deve recordar-se que não é ele só que ora, mas a Assembleia está a orar com ele. Por isso os crentes presentes acompanham-no com “Assim Seja!”, “Glória a Deus”, “Amém”, Etc.

Convém que mais ninguém ore com a mesma finalidade. Salvo se houver um motivo muito especial, como foi o caso da prisão de Pedro (At 12:5). Todos os outros intervenientes, cada um em oração, devem dirigir-se ao Senhor com um outro assunto. O crente é livre para orar em sua casa horas seguidas, mas na Assembleia ele deve respeitar o direito dos seus irmãos exporem em tempo hábil outros assuntos.

A oração deve ser feita em voz audível e sem excessos. Somente orar por aquilo que é justo, útil e oportuno, com a firme convicção de que o Senhor vai responder, ainda que não seja como e quando nós queremos. É um privilégio cada filho de Deus poder orar mais de uma vez na mesma reunião, sempre por outro motivo e sem aborrecer ninguém! Este princípio serve para levar o crente a interessar-se mais pela reunião de oração.

Quão agradável é escutar de dois em dois minutos outra voz com um motivo diferente! Se o número de participantes é grande deve introduzir-se um “tempo de canto”, com um ou dois coros apropriados, ou a leitura de um trecho da Palavra de Deus, curto e adequado. Cada rosto deve revelar a felicidade de um noivo, e não a cara de quem vai num enterro. Quando assim acontece a comunhão fraterna é mais nítida, ativa e atrativa. Estou certo de que Deus tem prazer em responder com o crescimento da Igreja local!

Samuel Pereira

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