Para ser sempre abençoado em contínua felicidade, devemos ter a capacidade para apreciar valores eternos e reais. O homem recebe o novo nascimento através da crença na incorruptível Palavra de Deus (I Pedro 1:23).
É de suma importância que descubramos aquele grande coração de amor expresso tão ricamente na cruz de Jesus e que será visto por toda eternidade em suas várias ramificações. Toda necessidade do homem é provida pela graça encontrada em Jesus, se houver fé em sua pessoa. Desta forma então o Reino de Deus é entendido, pois a alma não tem outro recurso, a não ser se reconhecer pobre e miserável.
Existem cinco viúvas descritas no Evangelho de Lucas e no relato dessas viúvas nós vemos ilustrada a divina capacidade que marca todos os filhos sábios. A expressão “viúva” significa “silenciosa”, ou “despojada”. “O Senhor arrancará a casa dos soberbos, mas estabelecerá o termo da viúva” (Provérbios 15:25).
- A viúva Ana não se afastava do templo (Lucas 2:36-38);
- A viúva de Sarepta era uma companhia para o homem de Deus rejeitado (Lucas 4:24-26);
- A viúva de Naim deixou suas esperanças naturais no lugar de morte, e encontrou novas esperanças na ressurreição da vida (Lucas 7:11-15);
- A viúva da cidade tinha um adversário, mas encontrou o verdadeiro Protetor que nunca a deixaria (Lucas 18:1-8);
- Certa viúva pobre descobriu que Cristo era tudo para ela, e não precisava mais daquelas duas moedas (Lucas 21:2-4).
O Evangelho de Lucas tem o caráter moral tratando da relação vital entre o homem e Deus, e isso é muito apropriado para o assunto em questão. E é muito interessante, não surpresa, que todas as cinco viúvas do Novo Testamento estão em uma progressão do estado da alma. Das nove viúvas relatadas nas escrituras, cinco são encontradas no Novo Testamento. Uma delas é descrita em detalhes no Velho Testamento.
Ana – Lucas 2:36-38
O significado desse nome é “graça”. A graça vai além da misericórdia. Através da graça temos relacionamento com Ele, segundo os pensamentos de Deus, para que Deus seja conhecido de um modo que Ele jamais fora conhecido antes. A misericórdia supre onde há necessidade; a graça abençoa além de qualquer necessidade.
O olho soberano de Deus marcou essa viúva, com respaldo familiar de fé, para ser abençoada. Sua história nos dá evidências que ela sentiu o que era o “vazio” perdendo as coisas naturais e como resultado ela encontrou algo melhor e duradouro (Lucas 2:37).
Para Ana, o “centro” ou o lugar de encontro com Deus significava Sua presença. Nada mais importava. Quão ricamente ela fora instruída sobre Deus. E ter sido separada para Deus somente, em cuja presença há sempre gozo, não poderia ser considerado perda. Desse estado de alma se levanta o caráter de um peregrino. Esse simples desejo, e muito mais, caracterizava Ana.
Simplicidade nos leva à presença de Deus, e será que Ana fora instruída, anos atrás, sobre a profecia de Jacó, a respeito de sua tribo? (Gn 49:20).
Essa santa, já de idade, era muito feliz, esse era o significado da palavra “Aser”. É possível que os antepassados de Ana foram trazidos para a terra durante o tempo de Esdras (…).
Ela dava valor estar no lugar que Deus queria, o centro divino, e permanecia no templo, expressando os sentimentos do remanescente que valorizava o verdadeiro testemunho de Deus, mesmo em tempo de grande ruína. Ela esperou, não se afastando do centro divino. Ela sabia, pela fé, que lá, e somente lá, ela seria abençoada. Deus se agrada da atitude de esperar. Às vezes o esplendor das formas aparentes do Reino de Deus nos envolvem a ponto de podermos esquecer o que adorna a parte interna do santuário – o Espírito realça o exercício, gozo e a expectativa. Quanto podemos aprender no santuário? O padrão é aquele de Êxodo 30:13, “a metade de um ciclo é a oferta do Senhor”, isso era o preço requerido para a redenção para a aceitação das pessoas.
Foi no santuário que Elias, quando desencorajado, ouviu uma voz mansa e delicada vinda a ele para arrependimento. Quando o rei Davi invejou o ímpio em sua prosperidade, o santuário de Deus mostrou o fim dele (Salmos 73:17). Só podemos, corretamente, estimar nossa verdadeira posição diante de Deus, no santuário, usando os padrões e medidas divinas.
Ana descansa no santuário e encontra a sí mesma no meio de um tráfego celestial. Que rara honra isso prova ser!
Graça preciosa que em qualquer caminho nos ensina nossas necessidades. Assim como o mundo despreocupadamente passa insensível sob elas a soberana bondade de Deus separa “viúvas” para serem abençoadas, aquelas que não acham segurança a não ser no santuário (Lucas 2:37).
Nós podemos ver o serviço fluindo dessa devotada serva, e como tal, sendo um serviço verdadeiro, deve ter origem no santuário. “É dito de seu “serviço ” dia e noite”.
Somente aquele que lê os corações pode corretamente estimar o serviço. É necessário esperar até o dia do grande tribunal, quando todas as nossas obras passarão por uma revisão para determinar o que agrada a Deus? Aqui nesta ilustração aprendemos um pouco sobre a mente d’Ele .
Jejum sugere uma conduta que poderia mostrar alguém que tenha sido grandemente abençoado, como tendo sido favorecido por tomar parte do remanescente que Deus possuía, quando a nação de Israel voltou-se contra Ele.
Não pode existir jejum verdadeiro sem oração, porque tudo deve ser feito em dependência. O jejum espiritual consiste em negarmos a nós mesmos, de forma que, mesmo o bem em si mesmo é o que deveria ser recebido com ações de graças, e não seja o meio pelo qual entremos no caminho de rejeição (Lucas 2:38).
A entrada do Senhor Jesus, ainda criança, no templo coroou a sua vigília. Estar onde deveríamos estar em todo o tempo é algo a ser desejado. Imagine se ela perdesse esse encontro?
Agora Ana se tornou como um tema para o remanescente de seus dias. Ela se mostrou bem consciente da expressão “excelência da terra”.
O serviço naturalmente segue a devoção e dependência, o não apartar-se do templo, que significava para Ana estar na presença do Senhor, era a sua tarefa que impunha a si mesma.
Como esse exemplo de afeição e devoção às coisas celestiais deveriam estar continuamente diante de nós, até que nossos olhos vissem a mais bonita visão que alguém possa ver, a face de Jesus Cristo.
Ao falar d’Ele ela falou “a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém”. A luz estava agora brilhando através de um prisma, uma pedra polida e preparada somente para isso. Essa preciosa lição de Ana nos deixa uma doce e feliz tarefa expressa tão bem no Salmo 27:4.
“Uma Mulher Viúva” – Lucas 4:24-26
O título acima introduz benção para os gentios, enquanto Israel rejeita o messias com as palavras: “não é este filho de José?” Jesus teve de ir a outro país para ser aceito.
Essa narrativa de I Reis 17 introduz o Senhor Jesus após Ele ser rejeitado, mostra que o profeta Elias encontrou uma companhia que o sustentou em sua isolação enquanto Israel passava pela fome.
O Senhor Jesus relata que seus sentimentos eram parecidos com o do profeta.
Quando o Senhor Jesus veio para a terra, Ele esvaziou-se a si mesmo de sua glória. A expressão “viúva” sugere que ela foi “esvaziada”. Vivendo numa casa com um quarto elevado indicava que ela teve dias melhores, pois só os mais prósperos poderiam ter isso. Ela havia perdido seu marido, sendo reduzida a ter apenas um punhado de farinha e um pouco de azeite, com dois gravetos para fazer fogo, ela estava a ponto de fazer um último bolo, para ela e seu filho, e depois morrer. Elias foi enviado para ser sustentado por essa viúva, e por ter obedecido suas instruções “ela, o profeta e sua casa tiveram mantimento por muitos dias”.
O Senhor Jesus Cristo voluntariamente se colocou numa posição de necessidade para vir ao lugar de sua criatura, como figurado por Elias nessa história. Era seu propósito ter seu coração gratificado pela resposta daquele pelo qual Ele veio ter como companhia, para compartilhar com Ele tão imensa benção que Ele, como homem, estava a ponto de encarar o reino de Deus.
A viúva de Sidon sugere a chamada dos gentios, um povo para o nome do Senhor Jesus.
Ela tipifica aquela que será sua eterna companhia ou companheira, porque Jesus foi feito “homem”. A referência em Gênesis 2:18 é explicativa.
O Senhor Jesus, durante Sua rejeição no mundo, não apenas encontra uma pérola de grande valor, mas se oferece a Si mesmo a Deus como um sacrifício para que cumpra todas as demandas de Deus contra aquele a quem Ele se refere como Seu tesouro (Mateus 13:44).
Ele compra aquele campo por causa do tesouro que Ele encontra ali.
Nisso, o dia de benção para os gentios, que resposta existe de meu coração para com o Homem Celestial que deseja minha companhia?
Para aquele que não conhece o Salvador, Ele diz: “Eis que estou à porta e bato, se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, Eu entrarei e cearei com ele, e ele comigo” (Apocalipse 3:20).
Tendo ascendido às alturas, o Senhor Jesus encontra seu deleite, e tem seu coração gratificado no meio daqueles que estão realmente reunidos para o seu nome e que apreciam Sua Palavra. Isso o agrada, ter-nos dado total atenção a ele, separados desse mundo mal e com vestes sem manchas.
Nossa resposta para aquele amor tão profundo mostrado na cruz, deveria ser o de procurar sua companhia enquanto Ele aguarda o tempo determinado pelo Pai para que Ele tome o que é Seu por direito – “sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu por cabeça da igreja. A qual é o seu corpo, a plenitude d’aquele que cumpre tudo em todos” (Efésios 1:22-23).
Tendo sido levado para preparar-nos lugar, o Senhor Jesus está agora preparando nossos corações para aquele lugar, nos ocupando com o puro objeto, Ele mesmo, para que possamos ser santos em nosso andar. Logo Ele virá para nos buscar para levar-nos aquele lugar o qual Ele tem preparado onde nós viveremos para sempre com Ele (I Tessalonicenses 5:10).
Possamos nós, como “a mulher viúva” encontrar nosso companheiro, gozo e provisão no “homem de Deus”, Jesus, enquanto passamos por esse mundo que é tão estranho para o povo celestial.
Essa meditação nos leva um pouco além de nossos pensamentos sobre Ana. Ana não deixou o lugar apontado até que o Senhor viesse, ela estava feliz com sua esperança que foi realizada, ela serviu a Deus noite e dia com jejuns e orações, e falava d’Ele para o remanescente de fé com um testemunho positivo. Essa Segunda viúva se tornou uma companhia para o homem de Deus nos dias de Sua rejeição e isolamento.
Naím – Lucas 7:11-15
Aqui somos levados a uma verdade mais profunda a medida que somos introduzidos à terceira viúva de Lucas.
Nas escrituras a expressão “filho” geralmente trás o pensamento de esperanças – Cristo a esperança de Israel, o filho de Abraão, o filho de Rute que fora nora de Noemi, e muitos outros.
No final das contas, morte havia caído sobre a esperança dessa necessitada viúva. Tendo sido dependente de seu filho, todos os recursos e suporte desaparecem. Quão incrédulo é o homem.
Nós nunca nos dirigimos a Deus, a não ser, que dirigidos sejamos.
Mesmo que não façamos isso, foi Deus que permitiu esse infortúnio em sua vida. Por duas vezes nesses versículos nos é dito que “muitos” ou “grande multidão”, mas no dia seguinte ao funeral, aonde eles estariam? Nenhum ficaria para dar um suporte ao necessitado, solitário e abandonado. Muitos ou uma grande multidão não poderiam dar o conforto de Deus. Somente Deus poderia suprir o coração de um homem ansioso por descanso da alma nas turbulentas vicitudes desta vida. A morte deu um fim a tudo mas Jesus está sempre presente onde há necessidades (Lucas 7:13)
Pouco sabia essa viúva que havia um olho que via tudo e se importava, alguém que era capaz de tomar o lugar do marido, do filho ou do irmão. “Há amigo mais chegado do que um irmão” (Provérbios 18:24).
Quando ela passava pelo portão da cidade, ela virou-se para ver Jesus ao seu lado. Não há nada que possamos perceber ou que indicasse que ela já tivesse visto Ele antes, ou sentido o conforto de Sua presença ou a demonstração de Seu poder.
Quanto uma alma pode aprender em poucos minutos sobre Deus através de Jesus? Não foi assim com o ladrão na cruz com Jesus, quando ele ouviu e creu nas palavras: “Pai perdoa-os pois não sabem o que fazem”.
Ele imediatamente passou das portas do inferno para o paraíso de Deus.
Nessas horas de profundas tristezas e repreensões, uma pobre alma, no mais profundo desespero encontra esperança na ressurreição da vida.
Assim são os caminhos de nosso Deus sempre fiel como Deus criador (I Pedro 4:19).
Você nunca poderá dizer que nunca teve uma oportunidade de ser abençoado. Ele está agora mesmo à porta. Ela aprendeu compaixão, conforto e amor como verdade vital (Lucas 7:13)
Quem era Esse que podia falar com tal compaixão? Querido amigo, você nunca ouviu a voz do Filho de Deus, aquele que a Seu tempo enxugará todas as lágrimas?
Não será bom ouvir essas palavras de compaixão agora antes que as lágrimas eternas comecem?
Ele pode transformar aquela noite de lágrimas em um dia eterno agora mesmo. Mas se Ele vier será muito tarde (João 5:24; I João 1:7).
Quanto se passa em nossas vidas até que sejamos trazidos à consciência de nossa necessidade pessoal. É isso que nos introduz a Cristo, assim como aconteceu com essa viúva. Aqui se encontra um homem, o Filho do Homem, com o coração batendo, para assumir todas as responsabilidades dessa destituída viúva. Ali se encontra ela, uma criatura sem esperança na presença de seu criador que tinha se tornado um homem, não para julgar, pois ele não havia vindo para isso, abençoado salvador, mas para enxugar suas lágrimas e colocar todas as suas esperanças na ressurreição da vida.
O amor perfeito atua sem nenhum pensamento em receber algo, novo para o homem. Ela não tinha a capacidade de aceitá-lo. Até mesmo essa capacidade tinha de ser provida, pois a criatura não tinha nenhum bem nela mesma. Essa capacidade chama-se novo nascimento.
Aqui nós encontramos o próprio Deus da esperança, o qual cujo próprio Deus da esperança, o qual cujo próprio coração é a origem e a completa eficácia do amor, compaixão, conforto, descanso e esperança.
Ele fica ao lado do túmulo de Sua criatura com o poder de ressurreição à Sua mão.
Ele está a ponto de desfazer as obras de Satanás.
Uma vez Ele disse para Maria, “Eu sou a ressurreição e a vida”. Ele tocou no túmulo!
Um israelita seria considerado imundo, não Jesus.
Ele anulou o poder da morte. Que graça é conhecê-lo. Apenas uma palavra vinda de Seus lábios e a morte fugirão (Lucas 7:14-15)
Foi uma visita maravilhosa do Deus dos céus naquele dia, na pessoa de Seu Filho, onde toda a esperança havia desaparecido.
Sua alma bebeu da benção, vida em ressureição. Nenhuma palavra foi ouvida da viúva, primeiramente vencida pela amargura e a aflição, mas agora vencida pelo gozo e gozo eterno.
Quem pode medir as profundezas do amor e de graça que agiu restaurando o filho dessa mulher, não recebendo nada em troca outra vez? Aqui é a perfeita bondade encontrada novamente em Deus. Essa é a maneira que Deus deseja ser conhecido.
Aprendendo então o princípio das coisas celestiais, vida e ressurreição, a alma é liberta, tendo sua esperança fora da cena da morte.
A Viúva da Cidade – Lucas 18:1-8
A quarta viúva tinha um adversário.
Somente alguém que tem vida em ressurreição pode apreciar isso. O adversário com o qual o homem celestial tem de contender está vivendo nas regiões celestiais (Efésios 6:12; Apocalipse 12:7-8). Se nossa vida está lá, o inimigo procurará roubar-nos do gozo de nossa posição e o que pertence a ela. O cristão necessita de toda a armadura de Deus para enfrentar esse adversário.
Muitos cristãos se tornam desencorajados quando eles veem suas vidas em ressurreição, mas são incapazes de desfrutar o gozo dessa nova posição porque o adversário os enfrenta. Eles têm que aprender constância e estabilidade como Ana teve, em andar em companhia e em rejeição como a viúva de Sidom e prezar a esperança como a viúva de Naim, mas eles não descobriram ainda a proteção contra o inimigo e seu poder.
Isso é Deus em Cristo que é tudo para nós.
Sem fé é impossível agradar a Deus. Jesus não é visto com essa viúva. Todas as circunstâncias são contra ela, e só tem a Deus para recorrer com uma confiança como de uma criança.
Segundo o relato ela chamava dia e noite . Seria porque Deus não desejava ouví-la ?
De certo que não, Ele ouve desde a primeira vez, e ama nos ter em sua presença.
No caso diante de nós, a viúva tem um teste real, pois o juiz a quem ela tem de apresentar suas necessidades é injusto e não temia nem a Deus nem aos homens. O que poderia ela fazer em tal dilema?
Ela apresenta sua petição ao juiz injusto, tendo reconhecido o governo de Deus sobre ela, ao qual ela se submeteu. Não é relatado que ela tinha procurado ou se esforçado em procurar ajuda em vez disso simplesmente se submeteu e orou (Provérbios 21:1).
Esta viúva, que tinha um adversário, encontra em Cristo seu único protetor. Esta é uma lição difícil de aprendermos. É difícil, de fato, lutarmos contra o que os cinco sentidos sugerem..
Visto que o Grande Pastor nos levará ao céu, Ele não olhará por nós aqui nesse deserto?
Que amparo para aqueles cujo braço é feito de carne!
Nós estamos comprando aquilo que não é pão? Quão grande ênfase é dada hoje sobre o assunto segurança. Pela mesma indicação haveria um dia quando tanta prosperidade e tão pouca procura por Deus – tão pouca confiança?
O versículo que está bem no centro da Bíblia é: “É melhor confiar no Senhor do que confiar no homem” (Salmos 118:8). “É melhor confiar no Senhor do que confiar nos príncipes” (Salmos 118:9).
Uma Pobre Viúva – Lucas 21:2-4
O olho de Deus estava sobre esta pobre viúva. Jesus observou o que ela fez. Um movimento em sua direção, de maneira nenhuma passa despercebido. Ele valoriza tudo o que vem do coração, mesmo que seja bem pequeno. Se o motivo é errado, quão bom pode ser o presente?
O homem vem a esse mundo muito dependente. Ele continuamente é dependente, nem poderia ser de outra maneira com qualquer criatura de deus. A mente do homem tem procurado mudar isso e a linhagem de Adão dá todas as indicações disso. O Senhor Jesus, ao contrário, nunca agiu a não ser em dependência, desde o momento em que nasceu nesse mundo até quando deitou Sua abençoada cabeça sobre Seu ombro na morte de cruz.
O filho pródigo tinha que aprender que tinha pecado e que foi destituído. Jó aprendeu que era vil. Isaías descobriu, na presença de Deus, que era um homem de lábios impuros. Para aprender que em minha carne não habita bem algum, e nas palavras do Salmo 16 que diz: “Guarda-me ó Deus, porque em ti confio”, realmente é um pensamento piedoso. Sermos pobres em nós mesmos e colocarmos toda nossa confiança no Salvador é sermos de fato ricos.
Quanto os ricos lançaram na arca do tesouro? Eles deitaram o que lhes sobejavam. Esta pobre viúva deitou todo o sustento que tinha. Está registrado na Palavra de Deus que ela deu mais que todos. Tal é a estima do santuário divino.
Qualquer coisa dada não é um presente a não ser que isso se torne como um sacrifício. Quantas vezes o senso de preservação própria vem em primeiro lugar e priva a alma de apresentar um sacrifício.
Em Lucas 20:45-47 e Lucas 21:1 os corações dos escribas são expostos como aqueles que desejam se mostrar diante dos homens. Isso mostrava o que eles amavam e que desejavam a proeminência, pois usavam vestidos compridos, amavam as saudações nas praças, as principais cadeiras nas sinagogas e os primeiros lugares nos banquetes. Eles faziam, também, longas orações em público, que deveriam ser feitas em particular. Estes receberão maior condenação.
O mercador de pedras preciosas procura um mostrador que tenha um fundo com veludo preto ou azul para que possa realçar suas pedras preciosas.
Para que possa ser mostrada a pedra preciosa na figura dessa viúva, o Senhor escolhe o fundo mais escuro que existe – um professor religioso que recusa o Cristo de Deus. Isso causará a “pobre viúva”estar aliviada diante da arca do tesouro de Deus.
Os vários prismas estão já conduzindo a luz brilhante através deles, mas se nós andarmos na luz, assim como Ele está na luz, nós temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus seu filho nos limpa de todo pecado (I João 1:7).
O cristão está sempre na luz, isso não pode mudar nunca. Andamos dia a dia seguindo a luz?
Temos lançado tudo o que é nosso na arca do tesouro de Deus, ou ainda nós temos confiança no homem , caso a primeira escolha falhe? Estranho pensar que confiamos em Deus para a eternidade de nossas almas e felicidade eterna, mas não para o dia a dia, que corações falhos o nosso. Se esse é o nosso caso, nós temos que ainda experimentar o gozo dessa “pobre viúva”que deixou todos as suas preocupações com mãos mais fortes que as suas, mãos que estão desejando assumir o lugar de Salvador não só de almas mas também de corpos.
Finalmente o filho pródigo vem por todo o caminho da experiência de volta para casa. Nada agora é deixado mas o que os cervos trazem são a melhor vestimenta, anel, sapatilhas e novilho cevado.
Quanto o coração do Senhor deve estar aflito não encontrando entre os seus mais “pobres viúvas” (Josué 1:5) “… não te deixarei nem te desampararei”.
Que descoberta saber que Cristo é tudo.
Que Ele possa nos ajudar a lançar tudo na arca do tesouro de Deus e descansar nos seus braços eternos.
Existe uma graça que excede a grandeza de elevação e segurança a qual uma pobre viúva desolada pode encontrar, a medida que ela descansa completamente nos braços do único homem que, tomando corpo humano, morrendo e ressuscitando, pode estar como aquele que faz a ponte entre o espaço que deve separar para sempre a raça de Adão da benção!
Clarence E. Lundeen