Jonas foi um missionário relutante. O chamado de Deus, à tarefa que lhe foi dada, e até a mensagem que ele tinha que pregar foram totalmente inconfundíveis, de modo que não podia desculpar-se que lhe faltara orientação. A sua reação dramática de levantar e fugir para Tarsis demonstrou que Nínive era o último lugar para onde queria ir! Qual foi o motivo? Por que Jonas reagiu de tal maneira? Descobrimos que a razão da fuga de Jonas foi o medo de que o povo de Nínive aceitasse e respondesse à sua mensagem, e que Deus então cedesse, e retivesse o Seu juízo.
Essa cidade odiada foi a capital da nação assíria, que ameaçava a existência do seu próprio povo enquanto o seu império expandia. Sendo assim, o profeta queria que fosse removida, e qual seria o meio melhor do que através do julgamento de Deus?
Não houve nada de errado na teologia de Jonas ou seu entendimento de Deus. “Eu sabia que és Deus compassivo e misericordioso”, ele argumentou em defesa da sua posição e ira para com Deus. Nesse momento, ele tinha atravessado águas profundas e podia declarar, depois de ser livrado de maneira tão singular, que “Do Senhor vem a salvação”. Novamente comissionado por Deus, ele dirigiu uma missão de grande sucesso em Nínive, seguido duma aceitação quase universal à sua mensagem.
Mesmo assim, cego por causa da sua lealdade exclusiva a seu próprio povo, ele ficou desgostoso fora da cidade e pediu que Deus tirasse a sua vida. Pode ser que ele serviu a Deus com sucesso, cumprindo a tarefa que lhe foi dada, mas ele não compartilhou na largura do amor e misericórdia de Deus e, assim, não era capaz de regozijar na salvação dos ninivitas. O que podemos aprender de Jonas? Deus pode e usa os mensageiros mais improváveis, pois Ele é soberano e pode usar até o material mais fraco para a Sua própria glória.
O chamado de Deus é persistente, porque Ele oferece uma segunda chance e não descarta ninguém. Ele concedeu arrependimento a Jonas como também para os ninivitas. A nossa capacidade de amor e compaixão por um mundo perdido nunca se igualará à Sua capacidade. Mas, em vez de sermos servos relutantes, como Jonas, quão melhor seria permitir que o amor de Cristo nos controlasse, para que, sendo cheios da Sua compaixão, possamos rogar aos outros, em nome de Deus, para serem reconciliados com Ele.
Ian Burness – “Echoes of Service”.