Castelo Forte
Por volta do ano 1500 da nossa era estava triunfante o Movimento da Reforma Religiosa na Europa iniciada por Martinho Lutero, e coadjuvado por Melanchton; Jean Calvin; Úlrico Zwinglio; John Huss; Willian Farel, entre outros. Tomou logo conta de todos os países, mas no ano 1523, em Bruxelas, dois jovens, cujo único crime fora sua profissão de fé na nova doutrina, foram queimados.
Em honra e esses dois mártires, Lutero escreveu e compôs a música do seu primeiro hino, “Castelo Forte”, o qual é uma paráfrase do Salmo 45.
Martinho Lutero é conhecido como “O Apóstolo da Reforma”; e foi também “O Pai do Canto Congregacional”. Antes disso, não era costume a congregação cantar hinos. Os poucos hinos que havia eram cantados em Latim, e somente pelos oficiais da igreja. Foi ele quem introduziu o cântico por toda a congregação.
Martinho Lutero não era somente um poeta; também era um bom músico. Escreveu músicas para diversos hinos e também sua letra. Era um bom cantor e tocava bem a flauta. Mas o hino em foco foi considerado com a “Marselhesa da Reforma”, pois todos os cristãos da reforma cantavam-no com o mesmo entusiasmo dos patriotas da França.
De fato, sendo a letra e a música de Lutero, este canto espalhou-se por toda a Terra e tornou-se o hino oficial da Alemanha protestante. Era cantado diariamente por Lutero e por seus companheiros. Até os inimigos da reforma diziam: “O povo inteiro está cantando esta nova doutrina”.
Assim, este hino cooperou muito no desenvolvimento da igreja cristã naqueles dias. Foi tão grande a repercussão deste hino que homens ilustres, artistas e músicos de fama usaram nos em seus temas.O Exército de Gustavo Adolfo cantou-o antes da “Batalha de Leipzig, em setembro de 1631; Meyerbeer usou-o como tema de sua ópera de fundo religiosos, “Os Huguenotes”; Mendelsohn usou-o em sua “Sinfonia da Reforma”; Wagner usou-o em “Kaiser-Marsch”; e Johann Sebastian Bach também o usou em uma de suas cantatas sacras. E, hoje, faz parte de todos os hinários sacros da igreja cristã.
Ele nunca morrerá… mas viverá para sempre!
Castelo Forte
Castelo Forte é nosso Deus,
Espada e bom escudo;
Com Seu poder defende os Seus
Em todo transe agudo.
Com fúria pertinaz persegue Satanás,
Combate nossa fé, astuto e forte ele é:
Igual não há na terra.
A nossa força nada faz
Num mundo tão perdido,
Mas nosso Deus socorro traz,
Por Cristo, o escolhido.
Conosco está Jesus,
O que venceu na cruz,
Senhor dos altos céus;
E, sendo o próprio Deus,
Triunfa na batalha.
Se nos quisessem devorar
Demônios não contados,
Não nos podiam assustar,
Nem somos derrotados.
O príncipe do mal, com rosto infernal,
Já condenado está; vencido cairá
Por uma só palavra.
Que Deus a luta vencerá
Sabemos com certeza.
E nada nos assustará,
Com Cristo por defesa.
Se temos de perder os filhos, bens, mulher,
Embora a vida vá, por nós Jesus está
E nos dará o Seu Reino.
Letra: Martinho Lutero – Nasceu no dia 10 de novembro de 1483 na cidade de Eisleben, na Alemanha. Portanto, 17 anos antes do descobrimento do Brasil. Seu pai, Hans Luther, era pobre. Ele trabalhava numa mina de cobre e o que ganhava mal dava para sustentar a família. A educação de Martinho Lutero foi severa e bem cedo ele começou a frequentar a escola da localidade. Mais tarde matriculou-se no ginásio da cidade de Eisenach, mas o estudo era caro e por isso ele cantava no coral de alunos que se apresentava na missa e em casa de comerciantes ricos para conseguir algum dinheiro.
O pai de Lutero queria que ele fosse advogado, por isso, em 1501, com 17 anos, Martinho entrou na “Universidade de Erfurt”, e quatro anos mais tarde formou-se “Mestre em Artes”. Após isso, iniciou estudos de Direito. Martinho era bom estudante, mas não se sentia feliz. Ele tinha medo que Jesus o castigaria por seus pecados e não se sentia perdoado. Preocupado com a salvação, Martinho Lutero ingressa num convento para tornar-se monge. Em 1505, contra a vontade do pai, Lutero ingressou no “Convento dos Agostinianos”, na cidade de Erfurt. Durante seu estudo, sempre o acompanhava a pergunta: “Como posso conseguir o amor e o perdão de Deus?” Em 1512 tornou-se doutor em Teologia.