A Segunda Vinda do Senhor
A cada novo ano as pessoas renovam suas esperanças na expectativa que tudo de bom ocorrerá no próximo ano, porém sabemos que isso não é verdadeiro, pois tudo o mais é constante e nada há de mágico em cada virada de ano, a não ser para os supersticiosos. Por isso, em todos os momentos da nossa vida devemos fixar a nossa esperança exclusivamente em nosso amado Redentor que nos deixou a certeza que nos arrebatará ao Seu regaço. Por oportuno, transcrevemos a inspirada mensagem da lavra do nosso amado e saudoso irmão Ricardo Jones, escrita há mais de 40 anos, porém de notável atualidade. “Vem, Senhor Jesus” (I Cor 16:22).
Além da certeza da salvação para todo crente em Cristo, encontramos na Bíblia um outro fato igualmente salientado: a segunda vinda do Senhor Jesus ao mundo. Esta segunda vinda é a grande esperança da igreja, trazendo a consumação de todas as promessas e a coroação de todo o trabalho evangélico.
“Esse Jesus que dentre vós foi recebido no céu, assim virá do modo como O vistes subir” (At 1:11). Aqui temos uma das muitas profecias bíblicas que tratam da segunda vinda do Senhor. Parece que esta vinda será em duas etapas – primeiramente para arrebatar ao céu a Sua Igreja (I Ts 4:13-17), e depois para reinar pessoalmente sobre a terra como “Rei dos reis e Senhor dos senhores”. Assim como foram cumpridas as profecias acerca da Sua encarnação, crucificação e ressurreição, assim também serão cumpridas perfeitamente as palavras a respeito da Sua segunda vinda, ainda futura.
Os problemas encarados hoje pelo mundo inteiro só podem ser resolvidos pelo Seu glorioso aparecimento para reinar como Rei sobre esta terra. Desmorona-se toda forma de governo. Desenvolve-se rapidamente o mistério da iniquidade (II Ts 2:7). O homem torna-se cada vez mais impotente contra o terrorismo, o crime e a violência. “Sobre a terra há angústia das nações em perplexidade” (Lc 21:25).
Porém a Bíblia nos diz que virá um verdadeiro Governo, estabelecido e mantido pelo Cristo que o mundo rejeitou. Ele, sim, ocupará o trono do mundo inteiro, e será coroado Rei dos reis; todos os reinos da terra se tornarão o reino Dele (Ap 11:15).
Malograram-se todos os esforços humanos para evitar guerras; a paz na terra só poderá realizar-se por meio do Homem que é o Príncipe da Paz (Is 9:6). Antes da volta Dele, não haverá paz, mas quando Cristo vier “as nações não mais aprenderão a fazer guerra”. Ele tratará da pobreza, da injustiça e da opressão. A Sua volta em poder e grande glória é a única esperança de ter-se um mundo melhor. É uma esperança certa; não poderá falhar, pois é a promessa de Deus. O Senhor Jesus voltará para reinar em justiça. Então, os problemas de nosso mundo pecaminoso e rebelde – guerra, ódio, injustiça, avareza, impureza, ignorância – serão resolvidos, mas não pelo esforço humano.
A segunda vinda do Senhor não é, como alguns pensam, a Sua conquista do mundo pelo Evangelho. Sem dúvida, as vitórias do Evangelho têm sido gloriosas, porém não são de modo algum universais e não representam o que a Bíblia diz da segunda vinda de Cristo ao mundo.
Esta vinda será corporal, visível e gloriosa. “Todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu com poder e grande glória” (Mt 24:30). A Sua volta será mais assombrosa que a Sua ressurreição, mais significante do que o batismo no Espírito Santo, mais assustadora do que a trasladação da igreja; este acontecimento – a trasladação – não é a segunda vinda do Senhor, mas sim o primeiro passo dessa vinda. Os que tiverem parte na trasladação (I Ts 4:16-17) serão manifestados com Cristo na Sua volta em glória (Cl 3:4; Jd 14; Ap 19:14; Zc 14:5).
É esta manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo que é a “bendita esperança” da igreja (Tt 2:13). Nesta segunda vinda do Senhor, será completada a “primeira ressurreição”, que é a da vida (Ap 20:5; Jo 5:29) e que inclui a do próprio Cristo (I Cor 15:20), de “muitos corpos de santos”, (Mt 26:52-53), dos cristãos (I Ts 4:16) e dos salvos que morrerão durante o período da grande tribulação (Ap 20:4). Haverá juízo e condenação das nações vivas e rebeldes e o Senhor instituirá o Seu reino milenar na terra.
Pergunta-se frequentemente: “Haverá período de sete anos entre a trasladação da igreja e a segunda vinda do Senhor?” A resposta é que a Bíblia não ensina tal coisa – nem sete anos, nem quarenta, nem três e meio, nem qualquer período definido. Parece que haverá sim, um certo período de tempo entre a trasladação e a segunda vinda – o período chamado “Dia de Cristo” (Fp 1:6; II Cor 1:14) em que se realizará o “Tribunal de Cristo e de Deus” (Rm 14:10; II Cor 5:10) – porém a duração deste período não está declarada na Bíblia; é assunto para investigação espiritual.
A segunda vinda do Senhor marcará o “fechamento da porta” para a salvação dos pecadores incrédulos (Lc 13:25); até aquele momento “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Jl 2:32; At 2:21; Rm 1:13). Isto não quer dizer que aqueles que rejeitam ou negligenciam a salvação hoje, terão oportunidade depois da trasladação – pois como sabem se viverão até a trasladação, ou mesmo até amanhã?
Que é que significa para nós, o Seu povo, a segunda vinda do Senhor? Qual o seu efeito prático em nossa vida? “Sabemos que, quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque O veremos como Ele é” (I Jo 3:2). O primeiro efeito de tudo isto deve ser que “todo aquele que nele tem esta esperança, purifica-se a si mesmo” (I Jo 3:3).
A segunda vinda de Cristo deve incitar-nos à maior santidade, pois o grande motivo da nossa salvação é que sejamos puros de coração e de vida (Nm 15:40; I Pe 1:15-16). “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12:14).
Também a segunda vinda do Senhor deve dar-nos maior zelo em evangelizar os outros. Quantos há que ainda confiam em sua religião tradicional ou que nutrem ideias de aniquilação ou de reencarnação e não querem converter-se a Cristo! Além da morte, ou depois da Sua vinda, não haverá a menor possibilidade de salvação para os que rejeitaram o Evangelho. “Hoje é o dia da salvação” (II Cor 6:2).
“Prega a palavra; insta, quer seja oportuno, quer não”! (II Tm 4:2).
Richard D. Jones