A Paixão de Cristo

O filme “A Paixão de Cristo” (2004) chamou a atenção de milhões de pessoas e focalizou os seus pensamentos nos sofrimentos físicos do Senhor Jesus. Mas havia muito mais em relação à Sua morte do que sofrimento físico. Anos atrás ouvi a cruz de Cristo descrita desta maneira: do ponto de vista humano, foi um homicídio terrível; do ponto de vista Satânico, foi um assalto malicioso; do ponto de vista de Deus o Pai, foi uma ação judicial; e do ponto de vista do Senhor Jesus, foi um sacrifício voluntário.

NÓS O CRUCIFICAMOS!

Judas O traiu. Os líderes judaicos conspiraram matá-Lo. A multidão clamou: “Crucifica-O”. Pilatos O entregou para ser crucificado. E os soldados efetuaram a sentença. Todos estavam envolvidos: Judas por ganância, os judeus por inveja, Pilatos por medo, os soldados por esporte. Pedro no dia de Pentecostes, apontou um dedo acusador à sua audiência e disse: “Ele … vós O matastes, crucificando-O por mãos de iníquos”. (At 2:23).

SATANÁS O ASSALTOU

Mas atrás das cenas um poder mais sinistro estava trabalhando. Começou no Éden quando Deus disse à serpente: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3:15). Através da história, Satanás tem planejado frustrar os propósitos de Deus e, quando Jesus nasceu, focalizou a sua atenção n’Ele. Ele motivou Herodes a destruir os meninos em Belém. Tentou, pela confrontação direta e meios indiretos, desviar o Senhor Jesus da tarefa para a qual Ele veio. Tendo falhado miseravelmente, arremessou-se num assalto contra o Senhor para destruí-Lo. As Escrituras registram: “Tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que traísse a Jesus … Satanás entrou nele” (Jo 13:2,27). O Senhor Jesus bem sabia disso e confiantemente antecipou o conflito que estava à frente: “Aí vem o príncipe do mundo; e ele nada tem em Mim”. (Jo 14:30).

DEUS O PAI AGRADOU MOÊ-LO

Pedro, no dia de Pentecostes, acusou os seus ouvintes de entregá-Lo e matá-Lo, mas ainda disse que Ele foi “entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus” (At 2:23). “Todavia ao Senhor agradou moê-Lo, fazendo-O enfermar”(Is 53:10). Não podemos nem imaginar a Sua angústia quando foi feito pecado por nós e clamou: “Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?” (Mt.27:46).

O SENHOR JESUS OFERECEU-SE A SI MESMO

Ele poderia ter rejeitado Judas como um dos doze. Ele poderia ter evitado Jerusalém. Ele poderia ter Se escondido dos Seus inimigos. Ele poderia ter resistido à detenção. Ele poderia ter ido embora enquanto eles rastejavam perante Ele em resposta a Seu majestoso “Eu Sou”. Ele poderia ter Se defendido contra as falsas acusações. Ele poderia ter chamado legiões de anjos para assisti-Lo. Mas Ele disse: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas … Eu dou a Minha vida pelas ovelhas” (Jo 10:11-18).

Por muito tempo participei sem ter vergonha ou medo, até que avistei um novo objeto que fez parar a minha carreira insensata. Vi Um pendurado num madeiro em agonia e sangue!

Ele fixou os olhos lânguidos sobre mim enquanto fiquei perto da Sua cruz. É certo que até o meu último fôlego nunca esquecerei daquele olhar, parecia acusar-me com a Sua morte apesar de não falar uma palavra. A minha consciência sentiu e admitiu a culpa e lançou-me em desespero, vi o meu pecado que derramou o Seu sangue e ajudou pregá-Lo ali. Um segundo olhar Ele me deu o qual disse: “Eu perdoo tudo livremente, este sangue é derramado para seu resgate, Eu morro para que você possa viver”. Então eu, todo trêmulo, ao aprender que tinha matado o meu Senhor, fiquei cheio de paz porque Ele carregou aquela aflição e dor por mim. Dessa maneira a Sua morte revela o meu pecado em toda a sua nuança mais sombria.

Tal é o mistério de amor que sela o meu perdão.

John Newton, William Yuille [ Tradução: Jaime Crawford – “Christian Missions in Many Lands” – Abril de 2004.

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